Adenovirus e cistite hemorragica em pacientes do transplante de medula óssea

Orientadores: Ricardo Pasquini, Marilda Mendonça Siqueira === Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna === Resumo: Cistite hemorrágica (CH) é uma das mais freqüentes complicações em pacientes submetidos a trans...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Raboni, Sônia Mara
Other Authors: Siqueira, Marilda Mendonça
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2017
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/1884/48642
Description
Summary:Orientadores: Ricardo Pasquini, Marilda Mendonça Siqueira === Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna === Resumo: Cistite hemorrágica (CH) é uma das mais freqüentes complicações em pacientes submetidos a transplante de medula óssea (TMO). Normalmente é atribuída ao emprego da droga ciclofosfamida durante o regime de condicionamento. Contudo, infecções virais também podem causar CH e, pacientes transplantados são de alto risco para estas infecções devido ao comprometimento de seu sistema imunológico. CH associada ao adenovirus tem se tornado uma seqüela reconhecida da imunossupressão. As manifestações clínicas mais freqüentes são febre, disúria, dor suprapúbica e hematúria macroscópica. Apesar de ser uma doença habitualmente autolimitada, ela freqüentemente está associada a um período de internamento prolongado, alto custo, significante desconforto para o paciente e necessidade de múltiplas transfusões sangüíneas. Neste trabalho realizou-se um estudo prospectivo para detecção de adenovirus em pacientes com CH nos primeiros 100 dias pós-transplante, compararam-se diferentes métodos laboratoriais e procurou-se uma correlação definitiva entre a excreção urinária de adenovirus e a CH. Estudaram-se 75 pacientes que receberam TMO no Hospital de Clínicas da UFPR, no período de julho de 1996 e junho de 1997. Realizou-se análise das amostras de urina de todos os pacientes na fase pré-transplante e apenas daqueles com hematúria micro ou macroscópica no pós-transplante. As urinas foram processadas para a detecção de adenovirus pelos métodos de cultura celular, ensaio imunoenzimático (EIE) e reação de polimerização em cadeia (PCR). Foram processadas 143 amostras de urina, 75 pré-transplante como ou sem hematúria e 68 pós-transplante apenas nas urinas com hematúria. Após o TMO a hematúria ocorreu em 38,9% dos pacientes, sendo com maior freqüência em paciente com transplante alogênico não consangüíneo e no primeiro mês póstransplante. No período pré-transplante, adenovirus foi isolado em um paciente que estava assintomático e, em três pacientes no pós-transplante. Esses apresentavam CH grau 3 ou 4 (grave), e estavam entre o segundo e terceiro mês pós-transplante. A sensibilidade do EIE para a detecção de adenovirus em urina foi de 30,0% e especificidade de 98,5%. A sensibilidade do PCR foi de 88,9% e especificidade de 59,0%. A imunohistoquímica (IH) dos pacientes com CH e adenovirus na urina que evoluíram para óbito demonstrou grande quantidade de antígenos desse vírus em túbulos renais confirmando a doença renal. === Abstract: Hemorrhagic cystitis is a major cause of morbidity during bone marrow transplantation (BMT) and is usually attributed to the use of high-dose cyclophosphamide in the preparation for BMT. However, viral infection can also cause hemorrhagic cystitis and, transplant patients are at high risk for infection because of the compromised immune system. Adenovirus-associated hemorrhagic cystitis has become a recognized sequels of immunossupression. Acute hemorrhagic cystitis due adenovirus has most frequently been found clinically manifested by fever, disuria, suprapubic pain and gross hematuria. Although adenovirus hemorrhagic cystitis is usually a self-limited disease, it's often associated with a prolonged and expensive hospital stay, significant patient discomfort and multiple blood product transfusion. The diagnosis of viral infection is usually determined by viral cultures. In recipients of BMT viremia and viruria are often observed in recipients without any symptoms. We designed a prospective study of adenovirus detection attempted 100 days after BMT from urine, compare different laboratory techniques and found the definite correlation between urinary adenovirus excretion and HC. The study included 75 patients who received BMT at the Clinical Hospital of Federal University of Parana from July 1996 to June 1997. The analysis of samples of urine was made of all patients before transplantation and every 10 days after BMT, if it was presented microscopic or macroscopic hematuria, until 100 days. The urine specimens were processed for adenovirus detection by culture in HEp-2 cells, PCR and enzyme-linked assay. It was processed 143 samples of urine, 75 pre-transplant with and without hematuria and 68 post-transplant, only of the urine with hematuria. After of BMT, hematuria occurred in 38,9% of patients, was more frequent in unrelated donor transplant and during first month period (60,7%). Adenovirus was isolated at one pre-transplant patient that was without symptoms and, in three post-transplant patients. All of them had hemorrhagic cystitis grade 3 or 4 (severe), and were at month 2 or 3 post-transplant. The sensitivity of EIA was 30,0% and specificity was 98,5% to adenovirus detection in urine samples. The sensitivity of PCR tests was 88,9% and specificity was 59,0%. The immunohistochemistry of kidneys of patients that died demonstrated adenovirus antigens in renal tubules thus confirming the renal disease.