Summary: | Orientadora: Profª. Drª. Rosana Marques Pereira === Coorientador: Prof. Dr. Sérgio Antoniuk === Coorientadora: Profª. Drª. Cláudia Seely Rocco === Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Defesa: Curitiba, 21/10/2016 === Inclui referências === Resumo: Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA) é uma doença crônica, cujos sintomas podem estar presentes precocemente no período de desenvolvimento da criança e afeta aspectos comportamentais, sociais e de linguagem. Além dos diversos aspectos físicos da doença, os pacientes com diagnóstico de TEA podem apresentar características nutricionais peculiares, como seletividade alimentar, podendo acarretar em alterações no peso e distúrbio de crescimento. Para o tratamento efetivo do autismo, é necessária a integração de diversos protocolos envolvendo terapia comportamental e social, controle ambiental e terapia nutricional. Objetivos: Avaliar se o Transtorno do Espectro Autista afeta o comportamento alimentar e seu reflexo no estado nutricional das crianças portadoras de TEA. Material e métodos: Estudo transversal, realizado no Centro de Neuropediatria de Curitiba - Paraná, com 34 crianças em idade pré-escolar (2 a 6 anos). Os pacientes foram submetidos à avaliação clínica, laboratorial e foram coletados dados do recordatório alimentar, frequencia habitual de consumo e registro alimentar de três dias, bem como dados de peso corporal, altura, circunferência de cintura e pregas cutâneas. Resultados: No que se refere à gravidade do TEA, houve maior prevalência do grau leve (n=20) e moderado (n=11), sendo que apenas três crianças foram diagnosticadas como portadoras de TEA grave. Três (8,8%) pacientes apresentavam desnutrição, dezessete (50,0%) eram eutróficas e quatorze (41,7%) apresentaram excesso de peso. Não houve diferença significativa no estado nutricional entre crianças com autismo leve e moderado (p=0,71). A análise do recordatório alimentar indicou que a dieta das crianças diagnosticadas com TEA era insuficiente em cálcio, ferro, zinco, ácido fólico, vitamina A, D, E e todas as crianças não atingiram a recomendação diária de fibras, e o consumo de vitamina C, B12 e B6 foi superior ao recomendado. Foi observado excesso de consumo de energia, carboidratos, e gordura saturada, e todas as crianças excederam o consumo de proteína. Foi observado excesso de consumo de alimentos industrializados, refrigerantes, doces e sucos artificiais, e o consumo de frutas, verduras, carnes e leite esteve abaixo da recomendação diária. Das 34 crianças, trinta e três não apresentaram padrão de comportamento seletivo na alimentação. Foram encontrados valores abaixo dos índices de referência nos exames de hemoglobina, eosinófilos, hemograma e vitamina D, colesterol total, LDL-colesterol, triglicerídeos e vitamina B12 estiveram acima dos valores de referência. Conclusão: O comportamento alimentar seletivo não foi encontrado nesta amostra, porém foram observadas deficiências nutricionais na dieta dos pacientes e excesso no consumo energético e de macronutrientes, bem como predomínio de comportamento alimentar não saudável. Palavras-chave: Autismo; Seletividade Alimentar; Pré-Escolar; Estado Nutricional. === Abstract: Introduction: The autistic spectrum disorder (ASD) is a chronic disease whose symptoms may be present in early child development period and affect behavioral, social and language. Beyond the various physical aspects of the disease, patients diagnosed with ASD may have unique nutritional characteristics, such as food selectivity, and resulting in changes in weight and growth disorder. For the effective treatment of autism, the integration of various protocols involving behavioral and social therapy is necessary, environmental control and nutritional therapy. Objectives: To assess whether the Autistic Spectrum Disorder affects eating behavior and its reflection in the nutritional status of children with ASD. Methods: Cross-sectional study conducted in the Neurology Center of Curitiba - Paraná, with 34 children in preschool age (2-6 years). Patients underwent clinical, laboratory evaluation and were collected dietary recall data, usual frequency of consumption and food for three days registration, as well as body weight data, height, waist circumference and skinfold thickness. Results: With regard to the severity of ASD, there was a higher prevalence of mild (n = 20) and moderate (n = 11) cases, and only three children were diagnosed as having severe ASD. Three (8.8%) patients had malnutrition, seventeen (50.0%) were eutrophic and fourteen (41.7%) were overweight. There was no significant difference in nutritional status among children with mild to moderate autism (p = 0.71). The analysis of food recall indicated that the diet of children diagnosed with ASD was insufficient in calcium, iron, zinc, folic acid, vitamin A, D, E and all children did not meet the daily recommendation of fiber and vitamin C intake, B12 and B6 was higher than recommended. It was observed excess energy intake, carbohydrate and saturated fat, and all children exceeded protein intake. It has been observed over-consumption of processed foods, soft drinks, candy and artificial juices, and consumption of fruits, vegetables, meat and milk was below the daily recommendation. Of the 34 children, thirty-three showed no pattern of selective behavior in power. Values were found below the benchmark indices in hemoglobin tests, eosinophil blood count and vitamin D, total cholesterol, LDL-cholesterol, triglycerides and vitamin B12 were above the reference values. Conclusion: The selective eating behavior was not found in the sample, but were observed nutritional deficiencies in the diet of patients and excess energy consumption and macronutrient intake and prevalence of unhealthy eating behavior. Keywords: Autism; Food selectivity; Preschool; Nutritional status.
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