Summary: | Orientador : Drª. Erica Alves Gonzales Vidal === Coorientador : Dr. José Guilherme Bersano Filho === Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos. Defesa: Pontal do Paraná, 27/03/2015 === Inclui referências : f. 33-39 === Resumo: Uma das maiores limitações para o desenvolvimento do cultivo do polvo comum (Octopus vulgaris) é a falta de uma dieta que possa ser empregada em larga escala e que reduza as altas taxas de mortalidade registradas durante a larvicultura. Devido à elevada taxa metabólica, as paralarvas de polvo requerem alimento vivo de qualidade nutricional ideal. Dietas baseadas unicamente em náuplios de artêmia não foram adequadas para promover o crescimento das paralarvas. O oferecimento de presas naturais, como os copépodes, em combinação com náuplios de artêmia parece ser uma alternativa viável e que merece ser avaliada. Os objetivos deste trabalho foram obter as taxas de primeira alimentação em paralarvas de Octopus vulgaris de diferentes idades quando submetidas a diferentes dietas, possibilitando comparações entre as idades, entre dietas e entre idades e dietas. Também foram comparados os valores das taxas de alimentação obtidos neste estudo com os estimados através do modelo proposto por O'Dor & Wells (1987). A obtenção das taxas de primeira alimentação envolveu o cultivo simultâneo de três grupos de paralarvas de O. vulgaris submetidas a diferentes dietas em um período de 24 horas: (1) copépodes; (2) náuplios de artêmias; (3) mista (50% copépodes + 50% náuplios de artêmias), em uma densidade de 60 presas L-1. Esse delineamento foi repetido para 3 idades diferentes (2; 3 e 5 dias). Os resultados mostraram que os valores médios das taxas de primeira alimentação oscilaram entre 2,7 e 3,7 presas.h-1 para as diferentes idades e dietas e foram mais elevadas durante as primeiras seis horas para todas as dietas. Houve diferenças significativas (p<0,05 ANOVA) entre os tempos, mas não houve interação deste com nenhum dos outros dois fatores; houve pouca diferença entre as idades. Já a diferença entre as dietas não foi significativa a nível de p<0,05, mas a nível de p<0,1 (0,089). A redução progressiva das taxas de ingestão pode estar associada à diminuição da densidade de presas (ind.L-1) ao longo das 24h de experimento, à saciedade das paralarvas e ao fato de que, como predadores visuais, reduzem suas taxas de alimentação durante a noite. As taxas de alimentação, de crescimento e taxa metabólica observadas no presente trabalho, tanto para náuplios de artêmias como para copépodes, não permitiram uma comparação concreta com os valores observados pelo modelo, pois nenhum dos valores se aproximaram ao que seria ideal para o cultivo das paralarvas de O. vulgais. Os valores estimados pelo modelo indicam que o consumo de copépodes aporta duas vezes mais calorias para as paralarvas do que náuplios de artêmias. É possível concluir que retardar a primeira alimentação reduz o tempo de contato entre paralarvas e presas, exercendo efeitos deletérios, tanto para o sucesso de captura, quanto para as taxas de sobrevivência. Palavras-chave: alimentação; copépode; dieta; náuplio de artêmia; Octopus vulgaris; paralarva. === Abstract: One of the main limitations to the development of common octopus (Octopus vulgaris) mass culture is the lack of adequate diets that provide low mortality rates in large-scale larvicultures. Previous trials using diets based exclusively on artemia nauplii were not able to promote significant octopus paralarvae growth since they require live food of higher nutritional quality. The supply of natural prey such as copepods, in combination with artemia nauplii seems to be a viable alternative and deserves more attention. The objective of this work was to obtain information about the first feeding rates of Octopus vulgaris paralarvae of different ages when submitted to different diets, allowing comparisons among ages, among diets and among ages and diets. The feeding rates values obtained in this study were also compared with those estimated using the model proposed by O'Dor & Wells (1987). Obtaining the first feeding rates involved the simultaneous cultivation of three groups of O. vulgaris paralarvae submitted to different diets in a 24-hour period: (1) copepods; (2) artemia nauplii; (3) mixed (50% copepods + 50% artemia nauplii), in a density of 60 prey L-1. This experimental design was repeated for 3 different ages (2, 3 and 5 days). The results showed that mean values of first feeding rates ranged from 2.7 to 3.7 prey.h-1 for different ages and diets and, were highest, during the first six hours for all diets. There were significant differences (p <0.05 ANOVA) between the times, but there was no interaction of this with any of the other two factors; There was little difference between the ages. However, the difference between the diets was not significant at p <0.05, but at p <0.1 (0.089). The progressive reduction of ingestion rates may be associated to three different factors: 1. a decrease in prey density (ind.L-1) over the 24-hour experiment. 2. The satiety of the parallels. 3. As visual predators, they would reduce their feeding rates during at night. The feeding, growth and metabolic rates observed in the present study, for both artemia and copepods, did not allow a concrete comparison with the values observed by the model, since none of the values approached what would be ideal for the cultivation of O. vulgaris paralarvae. The values estimated by the model indicate that the consumption of copepods provides twice as many calories to the paralarvae when compared to artemia based diet. It is possible to conclude that delaying the first feeding reduces the contact time between paralarvae and prey, exerting deleterious effects, both for success of capture and for survival rates. Key-words: artemia nauplii; copepod; diet; Octopus vulgaris; paralarvae.
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