Estudo léxico-estereotípico
Resumo: As anáforas associativas (AAs) de Kleiber (2001) definem-se por retomadas lexicais, com sustentação léxico-estereotípica, o que as distingue substancialmente das anáforas indiretas, sustentadas por relações discursivas e/ou pragmáticas (Charolles 1990, Koch 2004, Marcuschi 2004). Em João pod...
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2014
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ndltd-IBICT-oai-dspace.c3sl.ufpr.br-1884-350462018-05-23T18:20:40Z Estudo léxico-estereotípico Machado, Daniela Zimmermann Wachowicz, Teresa Cristina, 1966- Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras Teses Resumo: As anáforas associativas (AAs) de Kleiber (2001) definem-se por retomadas lexicais, com sustentação léxico-estereotípica, o que as distingue substancialmente das anáforas indiretas, sustentadas por relações discursivas e/ou pragmáticas (Charolles 1990, Koch 2004, Marcuschi 2004). Em João podou a árvore, mas os galhos superiores ficaram intactos, por exemplo, temos um caso de anáfora associativa, mantida por uma relação lexical entre a árvore e os galhos superiores, mas em João podou a árvore, mas o proprietário do terreno não gostou, temos uma relação discursiva, indireta, inferível da relação entre a árvore e o proprietário do terreno. Logo, prever relações lexicais na construção da textualidade pressupõe fundamentação semântica do léxico, o que o próprio Kleiber nomeou como base cognitiva das relações anafóricas lexicais. O objetivo deste trabalho é justamente apresentar uma fundamentação semântica para esse fenômeno textual. Para este propósito, observamos as construções associativas a partir dos fundamentos conceituais de Jackendoff (1983) e dos fundamentos cognitivos de Talmy (2001). Das categorias de lexicalização, trabalhadas em Jackendoff (THING, PLACE, DIRECTION, ACTION, EVENT, MANNER e AMOUNT), assumimos que os primitivos de [THING] fundamentam as AAs meronímicas, enquanto que os de [ACTION] e [EVENT] fundamentam relações actanciais. Segundo a perspectiva cognitivista de Talmy (1985, 2001), a língua é resultado de relações semânticas entre agrupamentos modulares de sistemas que atuam na estruturação conceitual da linguagem: o sistema da configuração de espaço e de tempo, o sistema de atenção, o sistema de perspectiva e o sistema de encaixamento, dentre outros. Das categorias de Kleiber, as anáforas associativas meronímicas (João podou a árvore, mas os galhos superiores ficaram intactos) acionam o sistema da configuração do espaço, de Talmy, enquanto que as anáforas actanciais (O casamento será no próximo sábado e o noivo já está uma pilha) acionam o sistema de distribuição da atenção. As anáforas locativas (A cidade amanheceu sob a neblina. A Igreja desapareceu da paisagem) e as funcionais (A cidade amanheceu sob a enxurrada. O prefeito decretou estado de emergência) são as menos previsíveis numa representação lexical, o que as aproxima fortemente da noção de anáfora indireta. Na análise do comportamento textual das relações associativas, levantamos a hipótese de que as anáforas associativas favorecem o grau de referencialidade e especificidade semântica do texto, especialmente nos gêneros de orientação argumentativa (Adam 1997, 2008). Aqui, a inferenciação do argumento exemplo depende das relações semânticas previstas nas anáforas associativas. Essas hipóteses são fortalecidas pelas evidências encontradas na análise de um corpus de textos da mídia impressa e digital, que contemplam as diferentes sequências textuais de Adam. Nesta tese, privilegiamos a análise de textos caracterizados pela sequência narrativa, descritiva e argumentativa, por observarmos que, nessas sequências, há uma relação intrínseca entre as AAs e as macroproposições que caracterizam os textos. 2014-05-13T18:16:57Z 2014-05-13T18:16:57Z 2013 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://hdl.handle.net/1884/35046 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Repositório Institucional da UFPR instname:Universidade Federal do Paraná instacron:UFPR |
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