Summary: | Resumo: O objetivo do estudo foi analisar a deglutição pela videofluoroscopia e pelo sonar Doppler e suas inter-relações em pacientes disfágicos com ataxia espinocerebelar (AEC). A disfagia é uma das manifestações desse processo neurodegenerativo, sendo responsável por numerosas complicações, podendo levar o paciente à morte por pneumonia aspirativa. Participaram deste estudo, 30 pacientes com AEC tipos 2, 3, 6, 7, e 10 com queixa de disfagia orofaríngea (grupo de estudo) e 30 indivíduos sem AEC e sem disfagia (grupo-controle). Os sons da deglutição foram captados pelo sonar Doppler durante a avaliação dinâmica da deglutição por videofluoroscopia. Em conclusão, na avaliação dinâmica da deglutição por videofluoroscopia 24 pacientes (80%) com AECs apresentaram disfagia oral leve em consequência dos movimentos reduzidos de preparação e mastigação do bolo alimentar, o que denota diminuição de mobilidade e fraqueza muscular oral. Na captação dos sons com o sonar Doppler os pacientes com AEC apresentaram maior força e discreto aumento de velocidade para o início da fase faríngea e tempo reduzido da transição faríngea do processo de deglutição. A inter-relação instrumental possibilitou observar a movimentação das estruturas anatômicas e correlacioná-las com as variáveis acústicas. A frequência inicial (FI) e intensidade inicial (II) correspondem à elevação da laringe (início da fase faríngea da deglutição). A frequência de pico final (FP) e a intensidade final (IF) indicam a abertura do músculo cricofaríngeo (esfíncter esofágico superior). O tempo decorrido do início até o final do sinal acústico (T) refere o retorno das estruturas anatômicas às posições habituais, ou seja, descida da laringe para a posição padrão. O estudo permite afirmar que o sonar Doppler pode ser utilizado como triagem (screening) na avaliação da deglutição.
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