Summary: | Resumo: Após o processo ditatorial, a falência do projeto revolucionário que gerou a guerra civil (1980-1992) e o exílio massivo ao qual a população se viu submetida, a literatura salvadorenha se apresenta como "estética do cinismo" (CORTEZ, 2009), em que fica latente o signo do desencanto e a descrença nas ideologias e nos princípios que delinearam a sociedade da primeira metade do século XX. Nesse contexto a narrativa de Jacinta Escudos se apresenta como uma problematização dos princípios burgueses que vigoram na sociedade ocidental e mais especificamente na sociedade salvadorenha a partir de experiências de morte na qual os personagens se colocam nas suas narrativas. Tendo isso em vista, este trabalho visa refletir sobre como a experiência de morte pode se configurar como um tipo de exílio em que o sujeito se torna "estrangeiro de si mesmo". A reflexão parte da análise dos contos "Muerto al lado de mi mismo" do livro El Diablo sabe mi nombre (2008), "T.V." da coletânea Crónicas para sentimentales (2010), "Pequeño incendio em la Plaza de la República" e "La muerte no viene a caballo" de Contracorriente (1993), produzidos no período em que autora permaneceu no exílio, e da reflexão teórica de filósofos como Maurice, Jacques Derrida e Emmanuel Lévinas que entendem a existência a partir da relação e da alteridade.
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