Summary: | Resumo: Esta pesquisa propõe-se a analisar os totais de precipitação extrema em 24 horas as quais se apresentam capazes de desencadear desastres pluviométricos nas grandes e médias cidades do Paraná, sua relação com o fenômeno El Niño e a relação dos desastres com o crescimento dessas cidades no período de 1980 a 2010. É apresentada uma análise da variabilidade das chuvas, associadas aos eventos extremos e os consequentes desastres pluviométricos ocorridos e também uma análise das influências e efeitos associados ao fenômeno El Niño (fase quente) de modo a ratificar se os episódios mais intensos de chuvas estão, ou não, associados ao fenômeno ENOS. A classificação das cidades pautou-se no conjunto de cidades médias cuja população exclusivamente urbana, situava-se entre 100 mil a 500 mil habitantes e aquelas cidades grandes, cuja população urbana superasse os 500 mil habitantes. De modo a quantificar as ocorrências de precipitação como um indicador numérico para cada local de estudo, foi empregada a metodologia do Índice de Anomalia das Chuvas (IAC). Desta forma, estabeleceu-se uma relação entre o IAC e os episódios (acumulado) de chuvas ocorridas ao longo da série estudada, de modo a mensurar e estabelecer uma classificação para cada ano e mês. Os dados dos episódios relacionados à precipitação e que resultaram em ocorrências para a Defesa Civil de cada cidade, foram coletados e gerados relatórios para cada ocorrência, cidade e ano selecionado. Os dados relativos aos eventos de precipitação de grande intensidade, para cada cidade, foram computados baseados em métodos estatísticos, de modo a determinar a intensidade de cada episódio, e avaliar a intensidade do impacto (precipitação x ocorrência), o que resultou no disco de precipitação de eventos extremos, o qual pode ser utilizado para identificar e classificar determinada ocorrência de chuva em cada localidade. Como resultado, constatou-se que os anos sob influência do fenômeno El Niño de intensidade forte foram aqueles em que apresentaram o maior acumulado de chuvas para as cidades avaliadas, particularmente os eventos pluviométricos iguais ou superiores a 50mm/24h, ocorridos nos meses da primavera e verão. Ainda, verificou-se a partir de dados de precipitação, que as chuvas com acumulado superior a 50mm/24h cresceu na última década (2000-2010), quando comparada com os anos de 1980, enquanto os acumulados mensais e anuais diminuíram em todas as cidades. Evidenciou-se, portanto que os eventos pluviométricos de grande intensidade aumentaram, em consequência o número de desastres, como inundações, enchentes e alagamentos também aumentou na mesma proporção. Neste sentido, conhecer e compreender a dinâmica dos riscos atuais e projetá-los de forma eficaz é essencial para preparar, responder e se recuperar de eventos extremos e dos consequentes desastres.
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