Summary: | Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar o niilismo no pensamento de Heidegger enquanto histórico-ontológico, isto é, enquanto fenômeno histórico que nos leva a questionar o fundamento dos entes. Esta análise necessitou de um esboço no caminho inicial em Ser e Tempo, obra que apresentou o caráter nulo de fundamento do ente que nós somos: o Dasein. Frente a esse primeiro momento, o espaço de negatividade culminou no elemento primordial para determinar aquilo que é. Entretanto, esse negativo não se limitava ao comportamento fático do Dasein com o mundo, mas se inseria na própria história do Ocidente através da metafísica que, por sua vez, interpretava o ser sempre o colocando como fundamento dos entes, esquecendo-se da diferença entre ambos. Esse esquecimento culminou, de acordo com Heidegger, no abandono do ser, na medida em que ele foi interpretado como valor, e essa interpretação esteve em sintonia com as doutrinas nietzschianas: vontade de poder, e eterno retorno. A partir da confrontação com a filosofia de Nietzsche, é que Heidegger forneceu a característica de niilismo como histórico-ontológico. Tratava-se de um fenômeno que se encontra dentro da história determinada pelo ser e, assim, a superação do niilismo não pode ser restrita a uma reavaliação dos valores, mas antes, que nos orientemos acerca da sua essência.
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