Filosofia sem espelhos, ética sem princípios
Resumo: Por muito tempo a filosofia e a ciência foram vistas como atividades cuja função central era espelhar a realidade. Desse ponto de vista, diferentemente de outros discursos, como as artes e a religião, o empreendimento científico-filosófico é concebido como discurso privilegiado, por supostam...
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ndltd-IBICT-oai-dspace.c3sl.ufpr.br-1884-317892018-05-23T18:27:55Z Filosofia sem espelhos, ética sem princípios Rocha, César Antonio Alves da Dittrich, Alexandre Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduaçao em Psicologia Teses Resumo: Por muito tempo a filosofia e a ciência foram vistas como atividades cuja função central era espelhar a realidade. Desse ponto de vista, diferentemente de outros discursos, como as artes e a religião, o empreendimento científico-filosófico é concebido como discurso privilegiado, por supostamente ser o único capaz de atravessar as aparências e acessar a profunda essência dos fenômenos. Não obstante, tal perspectiva vêm sofrendo severas críticas advindas da vertente pós-positivista da filosofia da ciência. Richard Rorty foi um dos autores que atacou o problema da natureza especular do conhecimento, utilizando-se, para isso, de estratégias pragmatistas, como a dissolução de pseudodicotomias, a exemplo de "realidade vs. aparência". Num mundo "sem essências ou substâncias", afirma Rorty, ciência, religião e arte não são meio de acesso à realidade, mas simplesmente instrumentos para a satisfação de desejos humanos. Apesar de ter iniciado com preocupações epistemológicas, a obra de Rorty percorreu campos filosóficos diversos, e suas reflexões pragmatistas sobre ética e política são seminais à filosofia contemporânea. E como é sabido por muitos adeptos do Behaviorismo Radical, a afinidade dessa filosofia com o Pragmatismo é constantemente reiterada, tendo sido ratificada inclusive por B. F. Skinner. Geralmente os paralelos entre as duas perspectivas são estabelecidos em nível estritamente epistemológico, mas o que dizer em relação à ética? Uma ética behaviorista radical encontra salvaguarda no Pragmatismo? Questões anteriores precisam ser enfrentadas: é possível uma ética no Behaviorismo Radical? "Ética pragmatista" não é sinônimo de caos moral? Essas são indagações que guiaram o presente trabalho. Baseando-se principalmente nas obras de Richard Rorty e B. F. Skinner, sondamos respostas possíveis. Argumentamos contra o autoritarismo derivado da aliança com premissas injustificáveis como o representacionalismo, e a favor de uma ética sem absoluto e da radicalização do pluralismo pragmatista. Apesar de eventuais divergências, as éticas pragmatista e behaviorista radical têm muito em comum, e o diálogo entre ambas pode iluminar as esperanças de produzir um mundo melhor. 2013-09-13T20:04:01Z 2013-09-13T20:04:01Z 2013-09-13 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/1884/31789 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Repositório Institucional da UFPR instname:Universidade Federal do Paraná instacron:UFPR |
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Resumo: Por muito tempo a filosofia e a ciência foram vistas como atividades cuja função central era espelhar a realidade. Desse ponto de vista, diferentemente de outros discursos, como as artes e a religião, o empreendimento científico-filosófico é concebido como discurso privilegiado, por supostamente ser o único capaz de atravessar as aparências e acessar a profunda essência dos fenômenos. Não obstante, tal perspectiva vêm sofrendo severas críticas advindas da vertente pós-positivista da filosofia da ciência. Richard Rorty foi um dos autores que atacou o problema da natureza especular do conhecimento, utilizando-se, para isso, de estratégias pragmatistas, como a dissolução de pseudodicotomias, a exemplo de "realidade vs. aparência". Num mundo "sem essências ou substâncias", afirma Rorty, ciência, religião e arte não são meio de acesso à realidade, mas simplesmente instrumentos para a satisfação de desejos humanos. Apesar de ter iniciado com preocupações epistemológicas, a obra de Rorty percorreu campos filosóficos diversos, e suas reflexões pragmatistas sobre ética e política são seminais à filosofia contemporânea. E como é sabido por muitos adeptos do Behaviorismo Radical, a afinidade dessa filosofia com o Pragmatismo é constantemente reiterada, tendo sido ratificada inclusive por B. F. Skinner. Geralmente os paralelos entre as duas perspectivas são estabelecidos em nível estritamente epistemológico, mas o que dizer em relação à ética? Uma ética behaviorista radical encontra salvaguarda no Pragmatismo? Questões anteriores precisam ser enfrentadas: é possível uma ética no Behaviorismo Radical? "Ética pragmatista" não é sinônimo de caos moral? Essas são indagações que guiaram o presente trabalho. Baseando-se principalmente nas obras de Richard Rorty e B. F. Skinner, sondamos respostas possíveis. Argumentamos contra o autoritarismo derivado da aliança com premissas injustificáveis como o representacionalismo, e a favor de uma ética sem absoluto e da radicalização do pluralismo pragmatista. Apesar de eventuais divergências, as éticas pragmatista e behaviorista radical têm muito em comum, e o diálogo entre ambas pode iluminar as esperanças de produzir um mundo melhor. |
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