A dialética entre o "intelectual letrado" e o "letrado intelectual"
Resumo: O principal objetivo desta pesquisa foi investigar como começou a ser definido o "ofício de historiador" no Brasil, entre os anos de 1930 e 1950, tendo por base a análise pormenorizada das obras e das trajetórias de Alfredo Ellis Jr. (1896-1974) e de Sérgio Buarque de Holanda (1902...
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ndltd-IBICT-oai-dspace.c3sl.ufpr.br-1884-298222018-05-23T18:22:54Z A dialética entre o "intelectual letrado" e o "letrado intelectual" Roiz, Diogo da Silva Silva, Helenice Rodrigues da Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduaçao em História Teses Resumo: O principal objetivo desta pesquisa foi investigar como começou a ser definido o "ofício de historiador" no Brasil, entre os anos de 1930 e 1950, tendo por base a análise pormenorizada das obras e das trajetórias de Alfredo Ellis Jr. (1896-1974) e de Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), durante o período de 1929 a 1959. No momento em que produziram a maior parte de suas obras, pesquisaram em arquivos, fizeram crítica literária, análises sociológicas e escreveram romances, além de passarem por instituições de ensino e pesquisa e por associações, e serem professores da cadeira de História da Civilização Brasileira do curso de Geografia e História da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL/USP), que havia sido criada em 1934. Para embasar esta análise nos preocupamos em verificar em que medida o uso das categorias "intelectual-letrado" e "letrado-intelectual" poderiam subsidiar a pesquisa, para inquirirmos as ações e as escolhas de AEJ e SBH. Nesse aspecto, nossa meta foi mostrar que enquanto AEJ foi um "intelectual-letrado", SBH teria sido um "letrado-intelectual". Para amparar essa afirmação, tanto percorremos seus ingressos no que definimos como uma guerra de ideias no mundo dos letrados de São Paulo, na qual teriam enfrentado batalhas em torno do uso da "temporalidade", da "periodização", da "verdade", da "representação do passado" e das "regras do método histórico". Quanto, num segundo momento, procuramos inquirir e interpretar a trajetória de cada um deles, para verificarmos como cada um daqueles pontos se movimentavam em suas obras. Com isso, foi-nos possível verificar que enquanto AEJ usava o passado para justificar suas teorias e orientar suas ações no presente, ao mesmo tempo como juiz e historiador do processo histórico, limitando-se a uma "rede de relações", com "agentes sociais" pertencentes exclusivamente aos setores e instituições do estado de São Paulo. SBH, ao contrário, teve como meta justamente descortinar as raízes do passado brasileiro, para inquirir como inviabilizavam a constituição plena da democracia nessas terras, com vistas a propor um projeto de transformação social, ao mesmo tempo em que formava uma "rede de relações" de nível nacional e internacional, e na qual sua obra passava simultaneamente pelo crivo desses "agentes", quanto por sua autocrítica, num movimento de constante (re)elaboração. 2013-03-25T17:26:56Z 2013-03-25T17:26:56Z 2013-03-25 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://hdl.handle.net/1884/29822 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Repositório Institucional da UFPR instname:Universidade Federal do Paraná instacron:UFPR |
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Resumo: O principal objetivo desta pesquisa foi investigar como começou a ser definido o "ofício de historiador" no Brasil, entre os anos de 1930 e 1950, tendo por base a análise pormenorizada das obras e das trajetórias de Alfredo Ellis Jr. (1896-1974) e de Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), durante o período de 1929 a 1959. No momento em que produziram a maior parte de suas obras, pesquisaram em arquivos, fizeram crítica literária, análises sociológicas e escreveram romances, além de passarem por instituições de ensino e pesquisa e por associações, e serem professores da cadeira de História da Civilização Brasileira do curso de Geografia e História da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL/USP), que havia sido criada em 1934. Para embasar esta análise nos preocupamos em verificar em que medida o uso das categorias "intelectual-letrado" e "letrado-intelectual" poderiam subsidiar a pesquisa, para inquirirmos as ações e as escolhas de AEJ e SBH. Nesse aspecto, nossa meta foi mostrar que enquanto AEJ foi um "intelectual-letrado", SBH teria sido um "letrado-intelectual". Para amparar essa afirmação, tanto percorremos seus ingressos no que definimos como uma guerra de ideias no mundo dos letrados de São Paulo, na qual teriam enfrentado batalhas em torno do uso da "temporalidade", da "periodização", da "verdade", da "representação do passado" e das "regras do método histórico". Quanto, num segundo momento, procuramos inquirir e interpretar a trajetória de cada um deles, para verificarmos como cada um daqueles pontos se movimentavam em suas obras. Com isso, foi-nos possível verificar que enquanto AEJ usava o passado para justificar suas teorias e orientar suas ações no presente, ao mesmo tempo como juiz e historiador do processo histórico, limitando-se a uma "rede de relações", com "agentes sociais" pertencentes exclusivamente aos setores e instituições do estado de São Paulo. SBH, ao contrário, teve como meta justamente descortinar as raízes do passado brasileiro, para inquirir como inviabilizavam a constituição plena da democracia nessas terras, com vistas a propor um projeto de transformação social, ao mesmo tempo em que formava uma "rede de relações" de nível nacional e internacional, e na qual sua obra passava simultaneamente pelo crivo desses "agentes", quanto por sua autocrítica, num movimento de constante (re)elaboração. |
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