Sobre livros e leitores
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo apresentar resultados de nossa pesquisa de mestrado, em que procuramos investigar os recursos utilizados quando se tem o objeto 'livro' como fonte de notícia. Para tanto, fizemos, inicialmente, um levantamento de matérias publicadas pelo jornal Fol...
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ndltd-IBICT-oai-dspace.c3sl.ufpr.br-1884-297862018-05-23T18:24:02Z Sobre livros e leitores Ely, Luiz Augusto Negri, Ligia Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduaçao em Letras Teses Resumo: Esta dissertação tem por objetivo apresentar resultados de nossa pesquisa de mestrado, em que procuramos investigar os recursos utilizados quando se tem o objeto 'livro' como fonte de notícia. Para tanto, fizemos, inicialmente, um levantamento de matérias publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo entre os meses de março de 2008 e fevereiro de 2009, veiculadas em seu caderno de variedades - Ilustrada, e em seu suplemento literário - Mais!; concentramos, porém, a nossa análise no mês de março de 2008, em virtude de essa amostragem apreender as características essenciais dessas matérias. Diante desse corpus, e tendo como referencial teórico conceitos sobre discurso e enunciado propostos pela Análise do Discurso de linha francesa, elaboramos nosso estudo a partir de categorias de análise desenvolvidas por Dominique Maingueneau. Assim, nos deparamos com uma diversidade de textos, compostos por gêneros discursivos característicos - notas, artigos, matérias; no entanto, certos textos nos chamaram a atenção, pois, ainda que publicados como matérias de jornal, mais parecem textos literários, devido ao espaço em que são divulgados e, certamente, por conta do público a quem são destinados. Para Maingueneau, é "nas formas literárias que se tem de tornar manifesto o pensamento que a literatura produz"; além disso, podemos conceber que os discursos representam o mundo e, assim, suas enunciações são parte integrante desse mundo representado. Daí nossa associação entre essa concepção e a categoria de cena da enunciação, uma vez que todo discurso pretende convencer instituindo a cena de enunciação que o legitima, sendo esta responsável pela organização linguística entre o texto e o discurso como instituição de fala e instauração de um evento verbal no mundo, já que um texto não é um conjunto de signos inertes, mas sim, um rastro deixado por um discurso em que a fala é encenada. Tendo isso em vista, nos faremos valer dos conceitos de ethos e pathos, afinal, ainda que tenhamos dois cadernos de um mesmo jornal, estes periódicos são pensados tendo como público, como leitores, sujeitos distintos. Nesse sentido, acreditamos fortemente que a diferença não só em relação à linguagem utilizada na composição dos textos, mas também, na constituição dos discursos sobre livros veiculados pelo jornal, deve-se, certamente, ao público a que se destinam esses textos. Desse modo, considerando as noções de ethos e pathos, pretenderemos apontar a construção de imagens de leitores na constituição das imagens dos cadernos analisados, bem como justificar essa abordagem distinta da Folha de S. Paulo ao se tomar o objeto 'livro' como fonte de notícia. 2013-03-25T17:56:21Z 2013-03-25T17:56:21Z 2013-03-25 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/1884/29786 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Repositório Institucional da UFPR instname:Universidade Federal do Paraná instacron:UFPR |
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Resumo: Esta dissertação tem por objetivo apresentar resultados de nossa pesquisa de mestrado, em que procuramos investigar os recursos utilizados quando se tem o objeto 'livro' como fonte de notícia. Para tanto, fizemos, inicialmente, um levantamento de matérias publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo entre os meses de março de 2008 e fevereiro de 2009, veiculadas em seu caderno de variedades - Ilustrada, e em seu suplemento literário - Mais!; concentramos, porém, a nossa análise no mês de março de 2008, em virtude de essa amostragem apreender as características essenciais dessas matérias. Diante desse corpus, e tendo como referencial teórico conceitos sobre discurso e enunciado propostos pela Análise do Discurso de linha francesa, elaboramos nosso estudo a partir de categorias de análise desenvolvidas por Dominique Maingueneau. Assim, nos deparamos com uma diversidade de textos, compostos por gêneros discursivos característicos - notas, artigos, matérias; no entanto, certos textos nos chamaram a atenção, pois, ainda que publicados como matérias de jornal, mais parecem textos literários, devido ao espaço em que são divulgados e, certamente, por conta do público a quem são destinados. Para Maingueneau, é "nas formas literárias que se tem de tornar manifesto o pensamento que a literatura produz"; além disso, podemos conceber que os discursos representam o mundo e, assim, suas enunciações são parte integrante desse mundo representado. Daí nossa associação entre essa concepção e a categoria de cena da enunciação, uma vez que todo discurso pretende convencer instituindo a cena de enunciação que o legitima, sendo esta responsável pela organização linguística entre o texto e o discurso como instituição de fala e instauração de um evento verbal no mundo, já que um texto não é um conjunto de signos inertes, mas sim, um rastro deixado por um discurso em que a fala é encenada. Tendo isso em vista, nos faremos valer dos conceitos de ethos e pathos, afinal, ainda que tenhamos dois cadernos de um mesmo jornal, estes periódicos são pensados tendo como público, como leitores, sujeitos distintos. Nesse sentido, acreditamos fortemente que a diferença não só em relação à linguagem utilizada na composição dos textos, mas também, na constituição dos discursos sobre livros veiculados pelo jornal, deve-se, certamente, ao público a que se destinam esses textos. Desse modo, considerando as noções de ethos e pathos, pretenderemos apontar a construção de imagens de leitores na constituição das imagens dos cadernos analisados, bem como justificar essa abordagem distinta da Folha de S. Paulo ao se tomar o objeto 'livro' como fonte de notícia. |
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