O pudor na clínica obstétrica

Resumo: Esta dissertação tem como tema a questão do sentimento de pudor muitas vezes manifestada em ambientes clínicos, mais precisamente na clínica obstétrica. O trabalho de campo foi realizado no Hospital Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, no município de Pinhais/PR, tendo duração de três meses. A...

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Bibliographic Details
Main Author: Colares, Máximo José Dias
Other Authors: Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduaçao em Sociologia
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/1884/29008
Description
Summary:Resumo: Esta dissertação tem como tema a questão do sentimento de pudor muitas vezes manifestada em ambientes clínicos, mais precisamente na clínica obstétrica. O trabalho de campo foi realizado no Hospital Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, no município de Pinhais/PR, tendo duração de três meses. A metodologia de pesquisa baseou-se na observação participante de diversos setores do hospital com o objetivo de detalhar cada função clínica específica desempenhada pelos diversos serviços prestados pelo hospital. Neste contexto, três setores se destacaram quando a questão é o pudor, setores estes de internação (Ambulatório, Centro Cirúrgico Obstétrico e Alojamento Conjunto) para gestantes e puérperas. Por meio da observação participante algumas gestantes foram acompanhadas desde sua entrada no hospital, assim como o período pré e pós cirúrgico (parto), até sua saída no momento em que receberam alta. Também foram realizados sete entrevistas com mulheres que estiveram internadas, sendo as entrevistas realizadas fora do ambiente hospitalar. O objetivo geral da pesquisa foi compreender os significados que os sujeitos atribuem ao pudor em relação ao corpo e aos sentimentos. Em que situações sociais estes significados são manifestos. Nossa análise nos levou a entender o pudor como uma "constelação de sentimentos" que se manifesta em diferentes situações da clínica obstétrica, na qual o processo de interação entre sujeitos é sempre o suporte e o lócus de sua manifestação. Durante a internação as gestantes passam por mecanismos onde as relações são estabelecidas conforme uma rotina já estabelecida pela lógica dos protocolos clínicos, tendo como conseqüência a sujeição do corpo da mulher por meio de normas institucionais. Os aspectos morais envolvidos na interação, como a integralidade do corpo, a intimidade frente à diferenciação dos sexos, os sentimentos de dor e sofrimento, angústia, medo, vergonha e pudor, também estão submetidos ao conjunto dessas normas e dos protocolos.