Summary: | Resumo: Os transtornos mentais e comportamentais estão entre as condições crônicas mais prevalentes, podendo afetar indivíduos de qualquer classe social, em qualquer fase da vida. Entre estes transtornos, destacam-se os depressivos, esquizofrenia e aqueles devidos ao uso de substâncias químicas. Assim como no mundo, a organização da assistência em saúde mental no Brasil seguiu os contextos econômicos e culturais, passando por uma remodelação do foco hospitalocêntrico para o modelo psicossocial. Atualmente, a rede de atenção à saúde mental, determinada pela Política Nacional de Saúde Mental, é composta por diversos serviços, entre eles as Unidades Psiquiátricas em Hospital Geral (UPHG), que tem como objetivo atender as pessoas com transtorno mental com sintomas exacerbados, o mais próximo de sua realidade. A UPHG local deste estudo compreende uma unidade que presta serviços ao Sistema Único de Saúde e atende à demanda dos Municípios da 5ª Regional de Saúde. Diante deste contexto, emergiu a questão norteadora deste trabalho "Qual o perfil dos pacientes com transtorno mental em tratamento na unidade psiquiátrica de um hospital geral?". O objetivo geral deste trabalho é caracterizar o perfil sociodemográfico, clínico e de internação do paciente com transtorno mental em tratamento na unidade psiquiátrica de um hospital geral. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e transversal. Foram incluídos 240 pacientes internados na unidade no primeiro semestre de 2011. Para análise dos dados, foram utilizados médias, medianas, valores mínimos, valores máximos e desvios padrão ou por frequências e percentuais. Para associação das variáveis, foram utilizados o teste Qui-quadrado, mediante programa computacional Statistica v.8.0. Os resultados apontam para um perfil de pessoas do sexo masculino, em idade produtiva, brancos, solteiros, com pelo menos um filho e faixa de renda individual de R$545,00. O perfil clínico evidenciou que o início dos transtornos mentais se deu na adolescência, e a prevalência é de transtornos mentais e comportamentais relacionados ao uso e abuso de substâncias psicoativas. A ocorrência de pelo menos um familiar com transtorno mental se deu em mais da metade dos casos, e a utilização do serviço hospitalar se mostrou superior ao uso de serviços extra-hospitalares. O uso de substâncias psicoativas foi maior entre os participantes da pesquisa do que a média nacional. A caracterização da internação mostrou que em sua maioria o motivo da procura pelo serviço hospitalar está relacionado a problemas com substâncias psicoativas. O tempo de internação variou de dois a 90 dias, com média de 26 dias, com desfecho positivo, porém sem encaminhamento para serviço extra-hospitalar e participação da família. Para o enfermeiro, esse tipo de estudo pode contribuir para planejar ações em saúde e inserir este profissional tanto em atividades administrativas de planejamento, quanto em atividades assistenciais.
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