Vídeo-dança vagão

Resumo: Esse trabalho nasceu da necessidade de investigar de que maneiras os universos da música e da dança podem interagir no âmbito da criação artística, tendo por base as noções de integração e improvisação. O conceito de integração se refere a um processo de criação em que dois ou mais criadores...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Barcellos, Luiz Claudio Marques
Other Authors: Yampolschi, Roseane
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/1884/28322
Description
Summary:Resumo: Esse trabalho nasceu da necessidade de investigar de que maneiras os universos da música e da dança podem interagir no âmbito da criação artística, tendo por base as noções de integração e improvisação. O conceito de integração se refere a um processo de criação em que dois ou mais criadores contribuem para desenvolver uma produção colaborativa. As práticas ligadas à improvisação e a utilização de processos indeterminados abrem caminho para uma experiência mais espontânea entre música e dança. A coreógrafa Eunice de Oliveira foi convidada para colaborar no processo criativo desta pesquisa. Foram realizadas quatro sessões de improvisação com quatro bailarinos do Balé do Teatro Guaíra como preparação para a filmagem de um vídeo-dança, Vagão, no interior de uma estação de tubo (ponto de ônibus) da cidade de Curitiba. Para tal, três composições musicais: Drone, Dolcerino e Plano Primo foram utilizadas para impulsionar os movimentos corporais dos bailarinos durante as sessões no estúdio de dança. Foi utilizado o programa de gravação de música Logic Pro 8 para gravar, processar e editar as peças, que tiveram como pressuposto poético a incorporação do indeterminado na composição. As sessões de improvisação, que foram filmadas para possibilitar a reflexão acerca dos conceitos estudados, acabaram por adquirir vida própria e resultados ricos e espontâneos foram encontrados. Através desta pesquisa percebeu-se a relação entre os materiais musicais e a qualidade dos movimentos improvisados pelos bailarinos. Concluiu-se que a tendência primeira dos bailarinos é criar movimentos que estejam de acordo com a música (visualização musical) e em seguida, conforme a familiarização com o material sonoro, os bailarinos vão criando relações mais ricas e menos de acordo com a música (contraponto e eco). Do mesmo modo, a improvisação dos bailarinos acarretou uma improvisação de blocos de unidades por parte do compositor em tempo real dentro do estúdio de dança, o que possibilitou uma integração ainda maior entre som e movimento corporal. No caso do vídeo-dança outros processos entraram em jogo como por exemplo, o posicionamento e a proximidade da câmera assim como a edição de imagens. O que tornou o processo de criação em uma experiência coletiva e verdadeiramente integrada.