Summary: | Resumo: O objeto deste trabalho é a medida, bem como seu objetivo promover uma reflexão sobre a dinâmica da medida, concebendo uma relação com o exagero e o risco. Parte-se de duas premissas básicas, que primeiro identificam o Ocidente como herdeiro da visão de mundo grega e segundo como reprodutor dos princípios cristãos. Espera-se defender, no entanto, que para os gregos antigos e para a visão de mundo cristã o cultivo dos limites do humano é questão de suma importância e que nisso o Ocidente difere em larga escala de seus ascendentes helênicos. Analisou-se a propensão da sociedade ocidental de orientação cristã em não acreditar em limites e sua consequente propensão ao exagero. A noção de medida dos gregos será exposta com base na filosofia de Sócrates e tendo em vista os princípios da medicina dos gregos antigos. A noção de exagero do Ocidente será ligada à aspectos da filosofia positivista de Comte e à medicina inspirada pelo Iluminismo. Explicitou-se como a medicina hodierna está ligada às concepções econômicas liberais de Adam Smith e como a busca por um crescimento infinito, que não concebe uma medida, pode levar o Ocidente a enfrentar riscos globais. Também se discutiu como a concepção imprevisível ou previsível do mundo físico pode vir a corroborar com a visão de mundo que concebe uma medida ou com aquela que concebe um desenvolvimento ilimitado. A sustentação de uma visão de mundo baseia-se em premissas e axiomas, sendo estes ligados também à religião. Assim, faz-se uma reflexão sobre os princípios do mito cristão tendo como foco o livro do Apocalipse, o sacrifício, e a tese de união de opostos na mitologia cristã apresentada por Jung. Tem-se então a conclusão de que existe uma contenda no Ocidente entre os humanos e a sua humanidade, bem como uma tentação em tornarem-se deuses.
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