Amor e sexualidade em ruínas
Resumo: Desde o final do século XIX até meados do XX, os estudos clássicos foram permeados de conceitos racistas e excludentes, ideias de superioridade e dominação eram muito comuns entre os estudiosos. Buscando uma relação imediata com o passado e formando uma linha de tempo ininterrupta e teleológ...
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2012
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ndltd-IBICT-oai-dspace.c3sl.ufpr.br-1884-273652018-05-23T18:25:25Z Amor e sexualidade em ruínas Sanfelice, Pérola de Paula Garraffoni, Renata Senna, 1974- Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduaçao em História Dissertações - Historia Pintura romana Religiosidade Amor Erotismo Deusas romanas Historia antiga Pompéia (Cidade extinta) Resumo: Desde o final do século XIX até meados do XX, os estudos clássicos foram permeados de conceitos racistas e excludentes, ideias de superioridade e dominação eram muito comuns entre os estudiosos. Buscando uma relação imediata com o passado e formando uma linha de tempo ininterrupta e teleológica, os estudiosos do mundo clássico, durante os períodos imperialistas e totalitários, uniram antigo e moderno, misturando-os de acordo com os interesses políticos nacionalistas e transformando a Antiguidade, principalmente romana, em um espelho de suas aspirações ideológicas. O mesmo ocorreu do âmbito da religiosidade romana, em que as literaturas canônicas, sobretudo as que tratam do Império Romano, preponderavam sempre às lembranças de um passado permeado por feitos políticos e militares, delegando à marginalidade os elementos da vida cotidiana e do ordinário, essenciais para compreender a construção das experiências humanas. Partindo desses princípios, nossa investigação se concentrará nas maneiras como se dão as expressões religiosas e as suas especificidades na cidade de Pompeia, focando, sobretudo, na deusa do amor, Vênus. Desse modo, uma releitura da relação entre amor, erotismo e religiosidade se torna necessária, na medida em que Roma antiga, por muitos anos, foi filtrada pelos olhos dos modernos historiadores, imbuídos de uma visão judaíco-cristã na qual se considera as esferas do sexual e do religioso como separadas. Assim, os exemplos de pinturas destacadas em contextos materiais distintos, em especial no interior de casas espalhadas por Pompeia, nos desafiam a desvincular sexualidade romana pagã da noção cristã de pecado e reinserí-la no universo religioso para uma percepção menos anacrônica da experiência romana em geral e pompeiana em particular. 2012-05-18T23:00:55Z 2012-05-18T23:00:55Z 2012-05-18 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/1884/27365 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Repositório Institucional da UFPR instname:Universidade Federal do Paraná instacron:UFPR |
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Resumo: Desde o final do século XIX até meados do XX, os estudos clássicos foram permeados de conceitos racistas e excludentes, ideias de superioridade e dominação eram muito comuns entre os estudiosos. Buscando uma relação imediata com o passado e formando uma linha de tempo ininterrupta e teleológica, os estudiosos do mundo clássico, durante os períodos imperialistas e totalitários, uniram antigo e moderno, misturando-os de acordo com os interesses políticos nacionalistas e transformando a Antiguidade, principalmente romana, em um espelho de suas aspirações ideológicas. O mesmo ocorreu do âmbito da religiosidade romana, em que as literaturas canônicas, sobretudo as que tratam do Império Romano, preponderavam sempre às lembranças de um passado permeado por feitos políticos e militares, delegando à marginalidade os elementos da vida cotidiana e do ordinário, essenciais para compreender a construção das experiências humanas. Partindo desses princípios, nossa investigação se concentrará nas maneiras como se dão as expressões religiosas e as suas especificidades na cidade de Pompeia, focando, sobretudo, na deusa do amor, Vênus. Desse modo, uma releitura da relação entre amor, erotismo e religiosidade se torna necessária, na medida em que Roma antiga, por muitos anos, foi filtrada pelos olhos dos modernos historiadores, imbuídos de uma visão judaíco-cristã na qual se considera as esferas do sexual e do religioso como separadas. Assim, os exemplos de pinturas destacadas em contextos materiais distintos, em especial no interior de casas espalhadas por Pompeia, nos desafiam a desvincular sexualidade romana pagã da noção cristã de pecado e reinserí-la no universo religioso para uma percepção menos anacrônica da experiência romana em geral e pompeiana em particular. |
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