Summary: | Resumo: Monitorar poluentes atmosféricos, quantificar impactos gerando informações para tomada de decisão, tanto na gestão urbana quanto na ambiental, colabora na prevenção de riscos à saúde e traz benefícios à sociedade. O monitoramento do ar utilizando amostradores passivos é uma ferramenta importante no levantamento da poluição de séries históricas, no mapeamento de áreas com influência urbana, industrial, rural e locais distantes. Destaca-se por ter baixo custo, fácil instalação e operação. O presente trabalho consistiu em construir e validar um modelo de amostrador passivo tipo emblema para detectar os poluentes atmosféricos NO2 e O3. A amostragem foi realizada em placas de Petri de polietileno, contendo um filtro de fibra de vidro impregnado com solução absorvedora específica para cada gás, membrana de poliéster e tela de aço inox como barreiras de difusão. Conjuntos de 2, 3 e 4 amostradores passivos foram expostos no período de setembro de 2009 a maio de 2010. Para a quantificação da massa do poluente coletado utilizou-se um espectrofotômetro UV-VIS, com leitura em absorbância nos comprimentos de onda de 540 nm e 366 nm para NO2 e O3, respectivamente. O tempo mínimo de exposição para cada poluente foi de 24 horas e máximo de 264 horas. As leituras dos amostradores passivos foram comparadas com as dos equipamentos automáticos, contínuos, da Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar da Praça Ouvidor Pardinho em Curitiba, Paraná, onde os amostradores foram expostos. As concentrações acumuladas da Estação foram comparadas com a absorbância medida. A função de regressão foi construída para os poluentes NO2 e O3. Os resultados mostraram um R2 = 0,961 para o poluente NO2. Em 68,7% dos amostradores passivos para determinação de NO2 expostos por 24 horas foi constatado um coeficiente de variação de 7,7 a 19,4%. A partir da equação de regressão foram calculadas a concentração média diária mínima de 18,99 mg/m³ e máxima de 56,12 mg/m³, enquanto a estação mediu concentração média diária mínima de 28,13 mg/m³ e máxima de 48,84 mg/m³, com desvio padrão de 48% e 13%, respectivamente. No entanto, uma função de regressão entre absorbância e concentração acumulada do ozônio não pode ser obtida, necessitando de novos estudos. O uso do amostrador passivo para determinação de poluição por NO2 mostrou-se válido quanto à possibilidade de aplicação em novos pontos a serem ampliados na rede de monitoramento, na avaliação de pontos suspeitos de poluição, em outras cidades e locais afastados. Este tipo de amostrador foi eficiente na obtenção de resultados confiáveis para o fim proposto, rincipalmente considerando o fato do Estado do Paraná ter um déficit no monitoramento da qualidade do ar, contando apenas com três cidades com estações de monitoramento: em Curitiba, em Araucária e em Colombo.
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