Arte e política

Resumo: As décadas de 1950, 1960 e 1970, são marcadas no Brasil por intensas transformações em todas as dimensões da sociedade. Evoca o projeto de modernização que configurou comportamentos sociais. Foi o momento em que artistas e intelectuais alinharam-se àperspectiva desenvolvimentista e ao nacio...

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Bibliographic Details
Main Author: Sousa, Reginaldo Cerqueira
Other Authors: Trindade, Judite Maria Barboza
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2010
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/1884/24495
Description
Summary:Resumo: As décadas de 1950, 1960 e 1970, são marcadas no Brasil por intensas transformações em todas as dimensões da sociedade. Evoca o projeto de modernização que configurou comportamentos sociais. Foi o momento em que artistas e intelectuais alinharam-se àperspectiva desenvolvimentista e ao nacional-popular. Buscaram pensar o Brasil pela noção de brasilidade. Esta encontrava no passado cultural rasileiro uma dependência no que se refere aos grandes centros de decisão econômica e cultural. Caracteriza o período a instauração, em 1964, do golpe ditatorial-militar que significou a fragilidade das instituições políticas brasileiras e trouxe a derrocada do projeto de “revolução brasileira”, idealizada pela esquerda n cionalista. Gradativamente aconteceu a militarização do sistema estatal e a centralização do poder do stado em nível federal, caracterizando um modo de governo baseado na violência, sob variadas formas. Isso não eliminou formas de sociabilidades configuradas em espaços nos quais era possível fazer debates políticos. Esses ambientes surgiram no campo da cultura e da arte e manteve firme, além da oposição ao arbítrio, laços afetivos. Sobre esse momento que trata essa pesquisa. Toma-se o teatro como objeto de pesquisa para a compreensão sobre a relação arte e política em Curitiba nessas três décadas. Procura-se entender como o teatro constituiu-se em espaços de resistência a partir de uma noção de liberdade e política. Para isso, recorre-se a fontes como as Revista Programa das peças e documentos da DOPS. Para entender como os espaços constituíram em possibilidade de vivências fora da lógica militar, usa-se aqui o conceito de “heterotopia” de Michel Foucault, para quem os espaços, pela relação e interação que os indivíduos neles estabelecem, podem se tornar possibilidades onde vivencias podem tornar-se palpáveis e “reais”. Por ele torna-se possível entender as oposições ao regime e, ao mesmo tempo, como se deram os posicionamentos dos artistas frente à repressão e às transformações do momento.