A ordem secreta das coisas: René Magritte e o jogo do visível
=== Loeuvre de René Magritte, loin des projecteurs du Surréalisme, est une oeuvre silencieuse. Une peinture tournée vers la pensée, vers lanalyse des images, du langage et de la représentation. Magritte a dédié la plupart de sa vie à cette recherche infatigable et, tout le temps, à deux questions:...
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Format: | Others |
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Published: |
Universidade Federal de Minas Gerais
2006
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ndltd-IBICT-oai-bibliotecadigital.ufmg.br-MTD2BR-VPQZ-6X4PYA2019-01-21T17:49:16Z A ordem secreta das coisas: René Magritte e o jogo do visível Carolina Junqueira dos Santos Maria Angelica Melendi de Biasizzo Maria Ester Maciel de Oliveira Borges Daisy Leite Turrer Loeuvre de René Magritte, loin des projecteurs du Surréalisme, est une oeuvre silencieuse. Une peinture tournée vers la pensée, vers lanalyse des images, du langage et de la représentation. Magritte a dédié la plupart de sa vie à cette recherche infatigable et, tout le temps, à deux questions: quelle est la place de limage? Quelle est la place du mot? Dans ce texte, jadopte la stratégie de mapprocher de son oeuvre par une voie tortueuse et incertaine. Ainsi, je fais reculer à un temps mythique la question sous-jacente à sa production, en me présentant comme la détentrice des souvenirs dune genèse perdue dans le temps et dans la mémoire. Jécris par des souvenirs. Les autres voix surgissent avec les fils de lécriture. Pendant que jécris, jentends ces voix, je peux même dialoguer avec elles. Je peux tisser le texte à la mesure de mon désir. Je me souviens des mots distants, des images trouvées dans des livres. Je me souviens de la littérature. Lordre qui sétablit entre le choses, lordre silencieux dont aura parlé Foucault, cest le biais par où marche le texte vers loeuvre de Magritte. Parfois, certains écrivains, certains artistes sont, dans le texte, appelés au dialogue. Cest la tentative de situer ce point où se donne le vertige de limage, du mot, le vertige de la logique et de lordre des choses. Je participe au jeu de regards et miroirs qui se met en place chez Magritte et mon rôle dans cette écriture est incertain, alternant. Soit il mantient lécart propice à lexplicite de ses règles, soit il se laisse précipiter dans labîme où mènent les images et les mots. Ainsi, les approches critiques sont les approximations et les fuites possibles autour du piège que nous tend Magritte. A obra de René Magritte, longe dos holofotes do Surrealismo, é uma obra silenciosa. Uma pintura voltada para o pensamento, para a análise das imagens, da linguagem e da representação. Magritte dedicou a maior parte de sua vida a essa pesquisa incansável e, o tempo inteiro, a duas perguntas: qual o lugar da imagem? Qual o lugar da palavra? Neste texto, adoto a estratégia de me aproximar de sua obra por uma via tortuosa e incerta. Assim, faço recuar a um tempo mítico, a questão que subjaz à sua produção, colocando-me em cena como a portadora das lembranças de uma gênese perdida no tempo e na memória. Escrevo através de lembranças. As outras vozes surgem com os fios da escrita. Enquanto escrevo, ouço essas vozes, posso mesmo dialogar com elas. Posso tecer o texto à medida do meu desejo. Lembro-me de palavras distantes, das imagens encontradas em livros. Lembro-me da literatura. A ordem que se estabelece entre as coisas, a ordem silenciosa de que falaria Foucault, é o viés por onde o texto caminha em direção à obra de Magritte. Por vezes, alguns escritores, alguns artistas, são chamados ao texto para um diálogo. Para tentar localizar esse ponto em que acontece a vertigem da imagem, da palavra, a vertigem da lógica e da ordem das coisas. Como participante do jogo de olhares e espelhos que se instaura na obra de Magritte, meu lugar nesta escrita é incerto. Alterna-se. Ora mantém um distanciamento propício à explicitação de suas regras, ora se deixa precipitar no abismo a que imagens e palavras conduzem. Por isso, as abordagens críticas são as aproximações e as possíveis fugas à beira da armadilha que Magritte monta para nós. 2006-06-19 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/1843/VPQZ-6X4PYA por info:eu-repo/semantics/openAccess text/html Universidade Federal de Minas Gerais 32001010051P4 - ARTES VISUAIS UFMG BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais instacron:UFMG |
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=== Loeuvre de René Magritte, loin des projecteurs du Surréalisme, est une oeuvre silencieuse. Une peinture tournée vers la pensée, vers lanalyse des images, du langage et de la représentation. Magritte a dédié la plupart de sa vie à cette recherche infatigable et, tout le temps, à deux questions: quelle est la place de limage? Quelle est la place du mot? Dans ce texte, jadopte la stratégie de mapprocher de son oeuvre par une voie tortueuse et incertaine. Ainsi, je fais reculer à un temps mythique la question sous-jacente à sa production, en me présentant comme la détentrice des souvenirs dune genèse perdue dans le temps et dans la mémoire. Jécris par des souvenirs. Les autres voix surgissent avec les fils de lécriture. Pendant que jécris, jentends ces
voix, je peux même dialoguer avec elles. Je peux tisser le texte à la mesure de mon désir. Je me souviens des mots distants, des images trouvées dans des livres. Je me souviens de la littérature. Lordre qui sétablit entre le choses, lordre silencieux dont aura parlé Foucault, cest le biais par où marche le texte vers loeuvre de Magritte. Parfois, certains écrivains, certains artistes sont, dans le texte, appelés au dialogue. Cest la tentative de situer ce point où se donne le vertige de limage, du mot, le vertige de la logique et de lordre des choses. Je participe au jeu de regards et miroirs qui se met en place chez Magritte et mon rôle dans cette écriture est incertain, alternant. Soit il mantient lécart propice à lexplicite de ses règles, soit il se laisse précipiter dans labîme où mènent les images et les mots. Ainsi, les approches critiques sont les approximations et les fuites possibles autour du piège que nous tend Magritte. === A obra de René Magritte, longe dos holofotes do Surrealismo, é uma obra silenciosa. Uma pintura voltada para o pensamento, para a análise das imagens, da linguagem e da representação. Magritte dedicou a maior parte de sua vida a essa pesquisa incansável e, o tempo inteiro, a duas perguntas: qual o lugar da imagem? Qual o lugar da palavra? Neste texto, adoto a estratégia de me aproximar de sua obra por uma via tortuosa e incerta. Assim, faço recuar a um tempo mítico, a questão que subjaz à sua produção, colocando-me em cena como a portadora das lembranças de uma gênese perdida no tempo e na memória. Escrevo através de lembranças. As outras vozes surgem com os fios da escrita. Enquanto escrevo, ouço essas vozes, posso mesmo dialogar com elas. Posso tecer o texto à medida do meu desejo. Lembro-me de palavras
distantes, das imagens encontradas em livros. Lembro-me da literatura. A ordem que se estabelece entre as coisas, a ordem silenciosa de que falaria Foucault, é o viés por onde o texto caminha em direção à obra de Magritte. Por vezes, alguns escritores, alguns artistas, são chamados ao texto para um diálogo. Para tentar localizar esse ponto em que acontece a vertigem da imagem, da palavra, a vertigem da lógica e da ordem das coisas. Como participante do jogo de olhares e espelhos que se instaura na obra de Magritte, meu lugar nesta escrita é incerto. Alterna-se. Ora mantém um distanciamento propício à explicitação de suas regras, ora se deixa precipitar no abismo a que imagens e palavras conduzem. Por isso, as abordagens críticas são as aproximações e as possíveis fugas à beira da armadilha que
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