Intelectuais, política e literatura na América Latina: o debate sobre a revolução e socialismo em Cortázar, García Márquez e Vargas Llosa (1958-2005)

=== In Latin America, in the 1960s, socialism and revolution were powerful components of the intellectual discourse and generated great political debates which spread out over the 1970 and 1980 decades. The Cuban revolutionary experience had a great value to the politicization and intellectual acti...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Adriane Aparecida Vidal Costa
Other Authors: Kátia Gerab Baggio
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2009
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/VCSA-9NBHUX
Description
Summary:=== In Latin America, in the 1960s, socialism and revolution were powerful components of the intellectual discourse and generated great political debates which spread out over the 1970 and 1980 decades. The Cuban revolutionary experience had a great value to the politicization and intellectual action of Julio Cortázar, Mario Vargas Llosa and Gabriel García Márquez, who lived intensely the intellectual engagement while taking positions in the political combats at that time. They took significant part in the discussions around the Cuban and Sandinist Revolutions, producing discourses of large repercussions, which circulated on articles, chronicles, novels, open letters and manifestos. At the present work, we analyze the participation of the three writers in the debate about revolution, socialism, the role of the intellectual and the politic-social function of the literature during three decades (from 1960 to 1990). We show the establishment of a left Latin-American intellectual web around Cuba and its impact on the literary field, and how the Padilla matter, among other questions, provoked many intellectuals break-up with the Cuban revolutionary regime. We also analyze Cortázars and Vargas Llosas criticism to the lefts, the position of García Márquez and Vargas Llosa in the post-Cold War world, and, at last, Vargas Llosas neoliberal militancy at the ends of the twentieth century and the first years of the twenty first century. === Na América Latina, nos anos 1960, socialismo e revolução foram fortes componentes do discurso intelectual e geraram grandes debates políticos que se estenderam pelas décadas de 1970 e 1980. A experiência revolucionária cubana teve grande importância na politização e ação intelectual de Julio Cortázar, Mario Vargas Llosa e Gabriel García Márquez, que viveram intensamente o engajamento intelectual ao tomar posições nos combates políticos dessa época. Participaram significativamente das discussões em torno da Revolução Cubana e da Revolução Sandinista, produzindo discursos de grande repercussão, que circularam em artigos, crônicas, romances, cartas abertas e manifestos. Neste trabalho, analisamos a participação dos três escritores no debate sobre revolução, socialismo, o papel do intelectual e a função político-social da literatura durante três décadas (de 1960 a 1990). Mostramos a formação de uma rede intelectual latino-americana de esquerda em torno de Cuba e seu impacto no campo literário, e como o caso Padilla, entre outras questões, provocou a ruptura de muitos intelectuais com o regime revolucionário cubano. Analisamos também as críticas de Cortázar e Vargas Llosa às esquerdas, a posição de García Márquez e Vargas Llosa no mundo pós-Guerra Fria, e, por fim, a militância neoliberal de Vargas Llosa em fins do século XX e primeiros anos do século XXI.