Paulo Francis, do teatro à politica: "perdoa-me por me traíres"

=== This work analyzes, with a political focus, the role of the Brazilian intellectual Paulo Francis in the period between the end of the 1950s and the beginning of the 1960s, until the military coup of 1964. Paulo Francis had a daily column in a major Brazilian newspaper, the Última Hora. First th...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Alexandre Torres Fonseca
Other Authors: Heloisa Maria Murgel Starling
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2001
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/VCSA-6UZQQ4
Description
Summary:=== This work analyzes, with a political focus, the role of the Brazilian intellectual Paulo Francis in the period between the end of the 1950s and the beginning of the 1960s, until the military coup of 1964. Paulo Francis had a daily column in a major Brazilian newspaper, the Última Hora. First the concept of what it means to be an intellectual is discussed. Then Paulo Francis is shown as an intellectual during three different historical periods. First, at the beginning of his career as a journalist while working as a theater critic he built a cultural model to be followed and also influenced a change in the Brazilian theater scene. During the second period, after his success as a play reviewer, Francis tries to apply the same model to politics with poor results both for himself and for Brazil. We then consider how Francis showed disdain for democratic values, and we examine the pernicious influence of capital on the editorial line of Última Hora, and apparently, also on Francis as a columnist. Finally, we endeavor to show that while writing his memoirs from the 1950s and 1960s Francis twisted some historical facts. The objective of the distortion of reality was to paint with lighter colors his own actions and the action of his leftist-leaning friends' past behavior, thus manufacturing a small part of history in his own image. KEYWORDS: Intellectuals, Paulo Francis, Última Hora, press, 1964 coup d'etat.  === Esta dissertação analisa, dentro de um enfoque político, a atuação de um intelectual brasileiro, Paulo Francis, no final dos anos 50 e início dos 60, especificamente até o Golpe de 1964. Um intelectual que escrevia diariamente em um jornal da grande imprensa, o Última Hora. É feita inicialmente uma discussão sobre o que é um intelectual. Depois, mostram-se três momentos da atuação do intelectual Paulo Francis. No primeiro, apresenta-se o começo da sua carreira como jornalista que, como crítico teatral, ergueu um modelo cultural a ser seguido e por meio da crítica conseguiu influir com sucesso na mudança do panorama teatral brasileiro. Em um segundo momento, demonstra-se como, após o sucesso com a crítica teatral, Francis tentou aplicar o mesmo modelo à política, com resultados muito pouco satisfatórios para ele e para o Brasil. Aponta-se ainda o descaso deste intelectual com a defesa das liberdades democráticas, e a influência negativa de interesses econômicos-financeiros na linha do jornal Última Hora e, aparentemente, também na atuação de Paulo Francis. Por fim, busca-se apontar como Francis, ao construir uma memória desses anos 50/60, distorceu alguns fatos. Essa tentativa teria como finalidade amenizar, ou mesmo desvirtuar, o seu comportamento e de seus companheiros de esquerda, tentando criar um novo passado que os redimiria de seus erros e enganos. Com isso, ele acabou por ajudar na criação de um lugar de memória.