Summary: | === O presente trabalho teve como objetivo estudar as infecções naturais por Eimeria spp.,
Cryptosporidium spp. e Giardia duodenalis em cordeiros da raça mestiça Santa Inês,
criados extensivamente em fazenda no semi-árido do Estado do Rio Grande do Norte.
Para tanto, 27 cordeiros machos foram acompanhados para monitorar o curso da
infecção natural por Eimeria spp., Giardia duodenalis e as espécies de eimeriídeos
presentes do nascimento até a 12ª semana de idade. Foi também investigada a presença
de Cryptosporidium no primeiro mês de vida dos cordeiros. Observaram-se oocistos de
Eimeria nas fezes pela primeira vez na terceira semana após o nascimento. A cinética de
excreção de oocistos caracterizou-se por um aumento progressivo com pico de
eliminação na sexta semana de vida, seguida de uma queda drástica na sétima, com
nova elevação na oitava semana, e a partir da nona semana de vida observou-se queda
gradual e progressiva na contagem de oocistos, indicando o desenvolvimento de
imunidade pelos cordeiros. Foi observada considerável variação individual no valor de
OOPG. Oito espécies de Eimeria foram identificadas: E. ahsata, E. crandallis, E.
faurei, E. granulosa, E. intricata E. ovina, E. ovinoidalis, E .parva. E. crandallis foi
numericamente predominante da quarta a nona semana de vida, com 77,1% dos oocistos
excretados pertencentes a essa espécie no pico da infecção por Eimeria. Infecções
mistas foram comuns e aumentaram com o avançar da idade dos animais, demonstrando
a exposição e desafios a diversas espécies presentes no meio ambiente. Dois dos 27
animais (7,4%) excretaram oocistos de Cryptosporidium spp. nas fezes, sendo um
cordeiro na terceira semana de idade e outro na quarta semana. A excreção de cistos de
G. duodenalis foi detectada pela primeira vez em um cordeiro na 10ª semana após o
nascimento. A incidência acumulada de G. duodenalis na 10ª, 11ª e 12ª semanas foi de
4,5%, 13,0% e 33,3%, respectivamente. A maior ocorrência de infecção por G.
duodenalis foi verificada após os cordeiros serem levados para o confinamento. Não
ocorreu nenhum caso de diarréia durante o período experimental. Existiram boas
condições ambientais para a esporulação de oocistos de Eimeria spp.
Palavras-
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