As Suítes Graníticas Tipo-S do Norte do Espírito Santo na região das Folhas Ecoporanga, Mantena, Montanha e Nova Venécia

=== Na área coberta pelas folhas Ecoporanga, Mantena, Montanha e Nova Venécia, situada na região norte do Estado do Espírito Santo, são muito abundantes as rochas graníticas tipo-S e um complexo paragnáissico de alto grau metamórfico que pertencem ao núcleo etamórfico-anatético do Orógeno Araçuaí....

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Jorge Geraldo Roncato Júnior
Other Authors: Antonio Carlos Pedrosa Soares
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2009
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7XMMPB
Description
Summary:=== Na área coberta pelas folhas Ecoporanga, Mantena, Montanha e Nova Venécia, situada na região norte do Estado do Espírito Santo, são muito abundantes as rochas graníticas tipo-S e um complexo paragnáissico de alto grau metamórfico que pertencem ao núcleo etamórfico-anatético do Orógeno Araçuaí. O complexo paragnáissico, denominado Complexo Nova Venécia, apresenta intensidades diversas de migmatização e consiste essencialmente de sillimanita-granada-cordierita-biotita paragnaisse (também chamado de gnaisse kinzigítico) e cordierita granulito, com intercalações de rocha calcissilicática. Este complexo representa o embasamento neoproterozóico da região abordada. As características petrográficas, litoquímicas e geocronológicas de mostrasdo paragnaisse e cordierita granulito sugerem que a bacia Nova Venécia recebeu significativa contribuição de sedimentos provenientes de fontes situadas no arco magmático do Orógeno Araçuaí. A maior parte das rochas graníticas tipo-S estudadas pertencem às suítes Ataléia, Carlos Chagas e Montanha, que são subdivisões da supersuíte G2, originada no estágio sincolisional do orógeno. Por isto, estas suítes geralmente registram a foliação dúctil regional e texturas miloníticas, impressas pelo processo de deformação progressiva. Entretanto, no interior de batólitos ocorrem fácies com feições ígneas bem preservadas. A Suíte Ataléia se relaciona intimamente com o Complexo Nova Venécia por meio de contatos transicionais, caracterizados pelo aumento de fusão granítica no paragnaisse até o desaparecimento das feições náissicas, delineando um sistema de fusão parcial autóctone no qual o magma é representado pelo granitóide Ataléia e o resíduo é o cordierita granulito. Os granitóides Ataléia gerados neste sistema são ricos em enclavesde paragnaisse e rocha calcissilicática, bem como apresentam plagioclásio herdado de tal forma que variam em composição desde tonalito a granito, sempre granatíferos. As suítes Carlos Chagas e Montanha compõem um grande batólito que ocupa a maior parteda área estudada. Estas suítes são majoritariamente constituídas de granito de granulação grossa a muito grossa, rico em grandes cristais de feldspato potássico, destacando-se o granada-biotita leucogranito foliado a milonitizado da Suíte Carlos Chagas. As características de campo, petrográficas e litoquímicas sugerem que o batólito Carlos Chagas-Montanha seja uma grande zona de acumulação de magmagranítico alóctone, originado, majoritariamente, a partir da fusão parcial do paragnaisse Nova Venécia. As As idades U-Pb (SHRIMP e LA-ICP-MS), obtidas de amostras de zircão, indicam que as suítes Ataléia e Carlos Chagas originaram-se no mesmo episódiode fusão parcial, em torno de 575 Ma, do qual representam componentes autóctones (granitóides Ataléia) e alóctones (granitos Carlos Chagas e Montanha). A suíte G3 é representada por leucogranito a granada e/ou cordierita, livre da foliação regional, que ocorre em veios e bolsões em granitos G2. O leucogranito G3, que contém freqüentes restitos de granito G2 e com ele mostra contato gradacional, representa fusão parcial autóctone dos litotipos da supersuíte G2. A região estudada é um exemplo didático da crosta metassedimentar profunda,submetida à fusão parcial, com geração de resíduo granulítico e acumulação de grande quantidade de magma granítico tipo-S.