Evolução das veredas sob impactos ambientais nos geossistemas planaltos de Buritizeiro/MG
=== Em 1978 e em 1992 a autora desta tese se ocupou com a caracterização morfológica e com os aspectos pedo1ógicos e evolutivos das veredas dos planaltos de Buritizeiro (MG), tendo efetuado vários registros sobre os solos e a vegetação a eles associados, além da área de seus entornos, usualmente so...
Main Author: | |
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Format: | Others |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal de Minas Gerais
2008
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Online Access: | http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7PCN62 |
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=== Em 1978 e em 1992 a autora desta tese se ocupou com a caracterização morfológica e com os aspectos pedo1ógicos e evolutivos das veredas dos planaltos de Buritizeiro (MG), tendo efetuado vários registros sobre os solos e a vegetação a eles associados, além da área de seus entornos, usualmente sob cerrado (vegetação original), ou revegetados com eucalipto. A intensificação dos impactos antrópicos nas últimas décadas suscitou o presente estudo, com o emprego de uma abordagem geossistêmica e o apoio básico de trabalho de campo: levantamento topográfico, descrições de perfis pedológicos com coletas ele amostras para análises granulométricas, porcentagem de umidade atual, e químicas (% de matéria orgânica), tanto no eixo da vereda como em transectos transversais localizados nos segmentos dos primeiros buriris e a 400 m da cabeceira, observando-se também a profundidade do lençol freático em várias posições. A composição florística foi efetuada em descrição sumária das espécies mais características, como importantes elementos para se registrar os desvios das fisionomias atuais em relação às estudadas há cerca de 30 anos. As veredas de estuelo estão localizadas nos geossistemas Chapadão dos Gerais (veredas do Meloso e Santa Rita) e no Planalto Areado (veredas do Jatobá, da Divisa e dos Paulistas). O desvio de suas características bióticas e abióticas iniciais constituiu o principal abalizaelor dos processos evolutivos ao longo do tempo de ação dos efeitos dos impactos antrópicos nas áreas planaltinas cujas condições geossistêmicas alteradas explicam a varieelade de estágios evolutivos das veredas tanto intrageossistemas como entregeossistemas. Constatou-se a ausência de um interfluxo lateral na zona dos eucaliptais do entorno, em direção às veredas, bem como uma ausência de águas de drenagem p.atural em áreas originalmente úmidas, ou mesmo encharcadas, que sustentavam os buritis eos campos higrófilos. Nas zonas da borda, do meio e do fundo, em geral, apenas solos hidromórficos enterrados evidenciam as antigas condições. Os impactos sob silvicultura (eucaliptos) são mais destrutivos do que nos pastos nativos circundantes; em determinadas situações, tanto fatores antrópicos como naturais contribuíram para a atenuação dos impactos e mesmo a regeneração (situação isolada) no ambiente das veredas, o que demonstra a possibilidade de ações positivas voltadas à sua preservação. Contudo, em outras, chega-se à condição de erosão por voçorocas, abandono de eucaliptais e incipiente regeneração do cenado. O aspecto mais marcante da degradação é a transformação dos antigos vales encharcados, nos segmentos dos primeiros buritis, em vales assoreados e secos com buritis em estados variados de aspecto vegetativo, cercados por folhas acumuladas em superfície e por árvores e arbustos do cerrado. A esses aspectos associa-se o rebaixamento do nível heático, colúvios arenosos de recobrimento e a desperenização das veredas, já com muitos buritis impactados ou mesmo mortos. Paradoxalmente, a 400 m das cabeceiras, encontram-se ainda zonas encharcadas com buritis adultos junto a buritis jovens que renovam a paisagem florística em meio a poaceae higrófilas com ou sem outros táxons na composição florística. A esses aspectos associa-se o afloramento do nível freático mais estável que, nas áreas de eucaliptais, não é atingido pelos processos (evapotranspiração) que rebaixaram os níveis freáticos nos segmentos dos primeiros buritis. Nesses segmentos mais a jusante, o desnivelamento topográfico do eixo central da vereda, em relação à sua cabeceira, coincide com o afloramento do nível freático, e a paisagem da zona encharcada da vereda apresenta desde semelhanças com veredas não antropizadas até feições que se afastam completamente das condições originais ideais e diversos estágios evolutivos, na dependência dos efeitos dos impactos dos diferentes usos do solo. Concluiu-se que fatores naturais e antrópicos intrageossistemas explicam as variações encontradas nos estágios evolutivos das veredas. As diferenças inrergeossistemas (Chapadão dos Gerais/Planalro Areado) apresentaram como significativas a ausência de voçorocas nas veredas do geossistema Chapadão dos Gerais e a menor profundidade do nível freático, ainda que rebaixado, na vereda do Santa Rita. A explicação da evolução da vereda do Meloso, em estágio avançado, para um corredor de mata ainda depende de estudos edáficos e ecológicos que não cabem nesta tese, mas há evidências de que passou por fases de assoreamento associadas ao impacto da silvicultura de eucahptos plantados muito próximos da zona úmida da vereda. A intensificação e inadequação do uso do solo para a silvicultura e a conseqüente violação das relações naturais entre os geossistemas locais - veredas e os regionais - planaltos resultaram num estado de degradação para o qual as veredas estão evoluindo, com diferenças significativas entregeossistemas, destacando-se estados de morte iminente da vereda do Jatobá, e destruição irreversível dos lados direitos das veredas da Divisa e dos Paulistas, configurando maiores danos nas veredas do geossistema Planalto Areado.Considera-se urgente a implementação de uma legislação rigorosa voltada à preservação dessa singular paisagem do Cerrado, com mu1tiaspectos envolvidos: práticas de proteção em áreas adjacentes; adequado traçado de estradas secundárias, envolvendo drenagem das águas superficiais; recuo dos eucaliptais; revegetação das bordas e envoltórios das veredas; interligação com as matas ciliares; formas de proteger a fauna remanescente e ampliá-la, além de outras a serem apontadas pelos especialistas ambientais. |
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ndltd-IBICT-oai-bibliotecadigital.ufmg.br-MTD2BR-MPBB-7PCN622019-01-21T17:56:36Z Evolução das veredas sob impactos ambientais nos geossistemas planaltos de Buritizeiro/MG Dirce Ribeiro de Melo Cristina Helena R Rocha Augustin Bernardo Machado Gontijo Vilma Lucia Macagnan Carvalho Archimedes Perez Filho Carlos Roberto Espindola Em 1978 e em 1992 a autora desta tese se ocupou com a caracterização morfológica e com os aspectos pedo1ógicos e evolutivos das veredas dos planaltos de Buritizeiro (MG), tendo efetuado vários registros sobre os solos e a vegetação a eles associados, além da área de seus entornos, usualmente sob cerrado (vegetação original), ou revegetados com eucalipto. A intensificação dos impactos antrópicos nas últimas décadas suscitou o presente estudo, com o emprego de uma abordagem geossistêmica e o apoio básico de trabalho de campo: levantamento topográfico, descrições de perfis pedológicos com coletas ele amostras para análises granulométricas, porcentagem de umidade atual, e químicas (% de matéria orgânica), tanto no eixo da vereda como em transectos transversais localizados nos segmentos dos primeiros buriris e a 400 m da cabeceira, observando-se também a profundidade do lençol freático em várias posições. A composição florística foi efetuada em descrição sumária das espécies mais características, como importantes elementos para se registrar os desvios das fisionomias atuais em relação às estudadas há cerca de 30 anos. As veredas de estuelo estão localizadas nos geossistemas Chapadão dos Gerais (veredas do Meloso e Santa Rita) e no Planalto Areado (veredas do Jatobá, da Divisa e dos Paulistas). O desvio de suas características bióticas e abióticas iniciais constituiu o principal abalizaelor dos processos evolutivos ao longo do tempo de ação dos efeitos dos impactos antrópicos nas áreas planaltinas cujas condições geossistêmicas alteradas explicam a varieelade de estágios evolutivos das veredas tanto intrageossistemas como entregeossistemas. Constatou-se a ausência de um interfluxo lateral na zona dos eucaliptais do entorno, em direção às veredas, bem como uma ausência de águas de drenagem p.atural em áreas originalmente úmidas, ou mesmo encharcadas, que sustentavam os buritis eos campos higrófilos. Nas zonas da borda, do meio e do fundo, em geral, apenas solos hidromórficos enterrados evidenciam as antigas condições. Os impactos sob silvicultura (eucaliptos) são mais destrutivos do que nos pastos nativos circundantes; em determinadas situações, tanto fatores antrópicos como naturais contribuíram para a atenuação dos impactos e mesmo a regeneração (situação isolada) no ambiente das veredas, o que demonstra a possibilidade de ações positivas voltadas à sua preservação. Contudo, em outras, chega-se à condição de erosão por voçorocas, abandono de eucaliptais e incipiente regeneração do cenado. O aspecto mais marcante da degradação é a transformação dos antigos vales encharcados, nos segmentos dos primeiros buritis, em vales assoreados e secos com buritis em estados variados de aspecto vegetativo, cercados por folhas acumuladas em superfície e por árvores e arbustos do cerrado. A esses aspectos associa-se o rebaixamento do nível heático, colúvios arenosos de recobrimento e a desperenização das veredas, já com muitos buritis impactados ou mesmo mortos. Paradoxalmente, a 400 m das cabeceiras, encontram-se ainda zonas encharcadas com buritis adultos junto a buritis jovens que renovam a paisagem florística em meio a poaceae higrófilas com ou sem outros táxons na composição florística. A esses aspectos associa-se o afloramento do nível freático mais estável que, nas áreas de eucaliptais, não é atingido pelos processos (evapotranspiração) que rebaixaram os níveis freáticos nos segmentos dos primeiros buritis. Nesses segmentos mais a jusante, o desnivelamento topográfico do eixo central da vereda, em relação à sua cabeceira, coincide com o afloramento do nível freático, e a paisagem da zona encharcada da vereda apresenta desde semelhanças com veredas não antropizadas até feições que se afastam completamente das condições originais ideais e diversos estágios evolutivos, na dependência dos efeitos dos impactos dos diferentes usos do solo. Concluiu-se que fatores naturais e antrópicos intrageossistemas explicam as variações encontradas nos estágios evolutivos das veredas. As diferenças inrergeossistemas (Chapadão dos Gerais/Planalro Areado) apresentaram como significativas a ausência de voçorocas nas veredas do geossistema Chapadão dos Gerais e a menor profundidade do nível freático, ainda que rebaixado, na vereda do Santa Rita. A explicação da evolução da vereda do Meloso, em estágio avançado, para um corredor de mata ainda depende de estudos edáficos e ecológicos que não cabem nesta tese, mas há evidências de que passou por fases de assoreamento associadas ao impacto da silvicultura de eucahptos plantados muito próximos da zona úmida da vereda. A intensificação e inadequação do uso do solo para a silvicultura e a conseqüente violação das relações naturais entre os geossistemas locais - veredas e os regionais - planaltos resultaram num estado de degradação para o qual as veredas estão evoluindo, com diferenças significativas entregeossistemas, destacando-se estados de morte iminente da vereda do Jatobá, e destruição irreversível dos lados direitos das veredas da Divisa e dos Paulistas, configurando maiores danos nas veredas do geossistema Planalto Areado.Considera-se urgente a implementação de uma legislação rigorosa voltada à preservação dessa singular paisagem do Cerrado, com mu1tiaspectos envolvidos: práticas de proteção em áreas adjacentes; adequado traçado de estradas secundárias, envolvendo drenagem das águas superficiais; recuo dos eucaliptais; revegetação das bordas e envoltórios das veredas; interligação com as matas ciliares; formas de proteger a fauna remanescente e ampliá-la, além de outras a serem apontadas pelos especialistas ambientais. 2008-10-20 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7PCN62 por info:eu-repo/semantics/openAccess text/html Universidade Federal de Minas Gerais 32001010037P1 - GEOGRAFIA UFMG BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais instacron:UFMG |