Summary: | === Teremos como ponto de partida a consideração de que a cidade é, antes de tudo, essencialmente contraditória. A produção de seu espaço social supõe espacialidades ambíguas e liminares, que hora têm características de obra, hora se transfiguram em produto. A intensificação de suas contradições tem aumentado à medida que a industrialização e a realidade baseada na troca se generalizam globalmente. Neste sentido, tal realidade utiliza de técnicas, como o urbanismo enquanto campo sistematizado do conhecimento, para emular a dinâmica da cidade, conservando seu caráter de reunião de tudo e de todos, o que, em muitos sentidos, é necessário para a reprodução do mundo da mercadoria. Entretanto tal espaço social não é somente resultado ou produto da técnica. Aqui ele é considerado também como agente produtor de relações sociais. Procurando compreender melhor essa relação, tomamos como base conceitual a concepção teórica da produção do espaço lefebvriana, que supõe a inter-relação entre três níveis nesse processo: as práticas espaciais, os espaços de representação, e as representações do espaço. Neste trabalho, procurando não utilizar destes conceitos como categorias de análise, vamos procurar compreender melhor o processo de produção do espaço tendo como objteto de análise a renovação do Hipercentro de Belo Horizonte. Ainda nesse sentido, iremos utilizar do conceito de lugar o que também supõe as idéias que lhe são contrárias como auxílio para a compreensão do caráter dualista que se torna ainda mais intenso nas centralidades renovadas dos centros urbanos contemporâneos.
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