Diagnóstico hidroclimatológico da Bacia do Rio Doce

=== O presente trabalho foi analisado o padrão de distribuição espacial e temporal da chuva na bacia do rio Doce, organizado de acordo com as Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRHs), definidas pela Deliberação Normativa CERH-MG N° 06, de 04 de outubro de 2002. O diagnóstico...

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Bibliographic Details
Main Author: Fulvio Cupolillo
Other Authors: Magda Luzimar de Abreu
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2008
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7F8NTB
Description
Summary:=== O presente trabalho foi analisado o padrão de distribuição espacial e temporal da chuva na bacia do rio Doce, organizado de acordo com as Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRHs), definidas pela Deliberação Normativa CERH-MG N° 06, de 04 de outubro de 2002. O diagnóstico hidroclimatológico da bacia constitui uma referência para o planejamento de recursos hídricos, minimizando· os efeitos de eventuais riscos climáticos durante as estações chuvosa e seca. Foram analisados dados de precipitação de cinqüenta e dois postos pluviométricos, e, de vazão, de cinqüenta e oito postos fluviométricos, todos pertencentes à Agência Nacional de Águas (ANA). Deles se originaram mapas decendiais de precipitação e vazão. Dados de dez estações climatológicas principais, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), permitiram a elaboração de balanços· hídricos decendiais, climatológicos. Para a análise dos processos dinâmicos que influenciam o regime de chuva da bacia do rio Doce, utilizou-se dados de re-análise de linhas de corrente para os níveis de 200 e 850 hPa do NCEP (National Center for Enviroment Prediction), com resolução horizontal de 2,5°, referentes ao período de 1973, a 2003, nos domínios espaciais para América do Sul, Oceanos Pacífico e Atlântico, definidos entre as coordenadas geográficas entre 15° de latitude norte, 60° de latitude sul, 120° de longitude oeste e 10° de longitude leste. A análise decendial dos dados permitiu traçar a evolução climatológica anual do regime de chuva na bacia, indicando a existência de um deslocamento do padrão pluviométrico no sentido de oeste para leste, ou seja; o início e o término da estação chuvosa a oeste antecedem ao início e ao término da estação li leste. Quanto às vazões, observou-se a existência de dois padrões bem distintos: 1°) vazões pouco expressivas e com pouca variabilidade nos subafluentes posicionados nas áreas serranas mais elevadas da bacia, e aqueles que representam· as grandes bacias que drenam' para o rio Doce, incluindo-se este. 2°) As maiores cotas de vazão durante, todo. ano nos rios afluentes e formadores do rio Doce, como o Suaçui Grande, o Santo Antônio, o Piracicaba e o Piranga, além do próprio Doce. Tal fato deve-se à situação topográfica e hidrogeológica da bacia. Osdecendios de dezembro, janeiro e fevereiio apresentam os mais altos valores de vazão. A partir dos decêndios de março e abril ocorre o decréscimo da vazão, e, nos decêndios de maio a agosto, dão-se os menores valores de vazão. As análises dos balanços hídricos indicam que os totais pluviométricos sofrem cia da altitude. O oeste da bacia apresenta estações secas curtas e longas estações chuvosas. À medida que se dirige para o leste, o número de decêndios que caracterizam a estação seca aumenta, enquanto os da estação chuvosa diminuem. Os mecanismos atmosféricos dinâmicos que contribuem com os padrões de chuvas observados na bacia incluem: a Alta da Bolívia (AB), que contribui com o transporte de umidade da Amazônia para a região e consequentemente favorece as precipitações no oeste da bacia; o Anticiclone Subtropical do. Atlântico do Sul (ASAS) e o Cavado do Nordeste (CN), responsáveis pela forte subsidência do ar, favorecendo a formação de uma descontinuidade pluviométrica caracterizada pela redução no regime de chuvas em sua porção central; e a formação de um bloqueio atmosférico, que se inicia no 2o decêndio de janeiro, estendendo-se até fevereiro e dissipando-se no 1o decêndio de março, caracterizando um veranico climatológico na bacia. Devido à complexidade da área estudada e as diversas possibilidades de avanço na compreensão desse tema, os seguintes estudos são sugeridos: a) espacializar riscos climáticos o eranico; b) aplicar novas metodologias para determinar o início e o fIm da estação chuvosa na bacia; c) aplicar a metodologia deste estudo em outras bacias; d) aplicar estudos sobre veranicos, tomando como critérios de dia seco, 1mm, 5, mm, 10 mm, 15 mm e 20 mm; e) aplicar estudos associados aos fenômenos de larga escala; f) melhoria na rede pluviométrica e fluviométrica da bacia, tanto em qualidade como em quantidade.