Summary: | === This work aimed to review the literature and find out how the intangible heritage of the Parque das Missões with regard to the Guarani, that is, how they are being rescued and presented to visitors as the memory of the Rio Grande do Sul, Brazil, first inhabitants.The methodology occurred by content and discourse analysis of bibliographic works and interpretation of legal norms. To achieve the goal, it was necessary to identify the reasons the indigenous memory in Museu/Parque das Missões be silenced. Were perceived three reasons: (1) thru the Jesuits behavior, who judged themselves in the right to 'build' a civilization based on religion and developed a massacre through the organization and imposition of the European culture; (2) due to in any historiographical process throughout the ages the missions built environment was credited solely to the Jesuits, as if the Guarani were just legs and arms, manpower without heads and soul; and (3) due to the silence of Lucio Costa in the evaluation of São Miguel das Missões as immaterial cultural heritage, once he had the power in his hands, but did not use it to rescue the indigenous issue, stressing only the Jesuits, comparing them to the great architects of Antiquity. We conclude that the Guarani are silenced in the Parque Histórico Nacional das Missões, and this not only in the academic vision, but also by the Instituto Nacional do Patrimônio Histórico Nacional and the Ministério da Cultura. However, the duty of memory is the duty to do justice by the memory of an Other one, won and continued muted since the 16th century. === Este trabalho teve por objetivo geral revisar a literatura e descobrir como se insere o patrimônio imaterial do Parque das Missões no que se refere aos Guarani, ou seja, como tem sido resgatada e apresentada aos visitantes a memória dos primeiros habitantes do Rio Grande do Sul. A metodologia ocorreu por análise da literatura e do discurso de obras bibliográficas e interpretação de normativas legais. Para atingir o objetivo, foi necessário identificar os motivos de a memória do indígena no Museu/Parque das Missões estar silenciada. Foram percebidos três motivos: (1) pelo comportamento dos jesuítas, que se julgaram no direito de construir uma civilização baseada na religião e desenvolveram um massacre por meio da organização e imposição da cultura europeia; (2) pelo fato de que em todo o processo historiográfico, ao longo dos tempos, o ambiente construído das Missões foi creditado única e exclusivamente aos jesuítas, como se os Guarani fossem apenas pernas e braços, mão-de-obra sem cabeça e sem alma; e (3) devido ao silêncio de Lucio Costa na avaliação de São Miguel das Missões como patrimônio cultural imaterial, uma vez que detinha o poder em suas mãos, mas não fez uso disso para resgatar a questão indígena, apenas enalteceu os jesuítas, comparando-os aos grandes arquitetos da Antiguidade. Concluímos que os Guarani estão silenciados no Parque Histórico Nacional das Missões e isso não apenas na visão acadêmica, mas também pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico Nacional e pelo Ministério da Cultura. Contudo, o dever de memória é o dever de fazer justiça pela lembrança de um Outro, vencido e silenciado continuadamente desde o século XVI.
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