Summary: | === The health expenditure analysis has received great attention, especially in developed countries. With population aging, expenditure is expected to rise, since the elderly use health services more frequently, and present diseases which require greater medical care, besides expensive technology, due to their complexity.
The health expenditure analysis in Brazil has been restricted to national level. However, the country is known to present economic disparities among its regions, besides educational and welfare differences that reflect in the type of morbidity and in the offer of health services.
In order to analyze health expenditure, data from Autorização de Internação Hospitalar (AIH), year 2000, has been used in the study of the Brazilian capitals of metropolitan areas. A parallel between capitals presenting higher and lower levels of development has been drawn.
Total hospitalization expenditure can be affected by factors such as average expenditure, utilization rate, and population. To better understand the variation of total expenditure among capitals, this work has followed three objectives. First, there is a description of factors that constitute the total expenditure, in relation to sex and age. The second goal is to develop an analysis specific to age groups under one and above sixty years of age, verifying which procedures are most representative in the total expenditure. As a conclusion, a decomposition of the total expenditure is presented, based on Curitiba and Belém, in order to verify the role of each factor responsible for the differences in total expenditure between these two cities. Considering Curitiba's age structure corresponds to Brazil's structure in 2050, this same procedure is followed so as to observe the change in effects when age structure effect increases. === A análise dos custos de saúde tem recebido, principalmente nos países desenvolvidos, grande atenção. Com o envelhecimento populacional, espera-se que estes custos aumentem, uma vez que os idosos utilizam mais os serviços de saúde, apresentam doenças que requerem maiores cuidados, e cuja complexidade requer o uso de tecnologias mais dispendiosas.
A análise dos custos de saúde no Brasil tem se restringido ao nível nacional, entretanto, sabe-se que o país apresenta disparidades econômicas entre as regiões, além de diferenças educacionais e de nível de vida, o que se reflete tanto nos tipos de morbidade apresentadas pela população quanto na oferta de serviços de saúde.
Para analisar os custos de saúde foram utilizados, neste trabalho, dados das Autorizações de Internação Hospitalar (AIH), no ano 2000, para as capitais das regiões metropolitanas do Brasil, fazendo um contraponto entre capitais com maior e menor nível de desenvolvimento.
O custo total de internação pode ser influenciado pelos seguintes fatores: custo médio, taxa de utilização e população. Desse modo, para compreender as diferenças de custo total entre as capitais, essa dissertação foi dividida em três tópicos. O primeiro consiste em descrever os fatores que compõem o custo total por sexo e grupo etário. O segundo especifica a análise para os grupos etários abaixo de um ano e de 60 anos e mais, verificando quais os procedimentos que representam a maior parcela nos custos. O terceiro consiste em realizar uma decomposição do custo total tomando como exemplo as capitais de Curitiba e Belém, para verificar o papel de cada um dos fatores que compõem as diferenças de custo total entre essas cidades. Esse mesmo exercício é realizado pressupondo-se que a estrutura etária de Curitiba corresponde à do Brasil em 2050, para verificar a mudança nos efeitos quando se aumenta o efeito de estrutura etária.
Ao se descrever os custos verificou-se que, em capitais com um maior desenvolvimento, há uma tendência de deslocamento da curva de custo médio para a direita, enquanto que em regiões menos desenvolvidas, o custo médio praticamente não aumenta com a idade. A taxa de utilização é mais elevada para os menores de um ano e para o grupo acima de 60 anos, sendo que no sexo feminino há uma elevação na taxa no período reprodutivo. Quanto ao terceiro fator, a estrutura etária, esta é bem semelhante entre as capitais. Contudo, as capitais do Sul e Sudeste apresentam estruturas um pouco mais envelhecidas.
Ao analisar os procedimentos que mais contribuem para a elevação dos custos, constata-se que, entre os menores de um ano, a "prematuridade" é o procedimento que se destaca. Além de ter uma elevada freqüência, este procedimento apresenta custo médio bem elevado, sendo sempre maior nas capitais do Sul e Sudeste. Entre os idosos destacam-se procedimentos relacionados ao sistema circulatório, os quais podem ser divididos em duas categorias: procedimentos muito freqüentes com baixo custo médio e procedimentos pouco freqüentes com elevado custo médio. Novamente, procedimentos realizados no Sul e Sudeste apresentam custo médio mais elevado.
Na decomposição dos custos totais verifica-se que a diferença entre os custos totais de Curitiba e Belém pode ser atribuída, em grande parte, ao efeito preço (diferença entre os custos médios), mas quando o efeito composição, representado pela diferença na estrutura etária, é potencializado utilizando-se a estrutura etária do Brasil em 2050, que é mais envelhecida, este passa a ser o efeito dominante.
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