Summary: | === Relatively few studies have described the function of the upper limb with chronic hemiparetic subjects and the relationships between its specific deficits, function, activities and participation in social activities. The aim of this study was to describe the function of the upper limb with chronic stroke subjects and to investigate the strength of the relationships and the predictive power of specific deficits of the upper limb in preventing the completion of activities and restrictions in social participation. The outcome measures included specific instruments for analyses of the upper limb function in the domains of structure and body functions, activity and participation. The variables related to the structure and body function included control of the voluntary movement stage of motor return of the arm and hand and overall motor return of the upper limb; muscular strength and endurance grip and lateral pinch strength, isometric upper limb strength and resistance; muscle tone - spasticity; manual and digital dexterity; sensory functions and pain - sensation to movement touch and shoulder pain. The activity domain was assessed by the self-reported and observed performance, whereas the participation was evaluated by Stroke Specific Quality of Life - SSQOL-Brazil (total score and score on items related to the upper limb function) and the Canadian Occupational Performance Measure - COPM (performance and satisfaction with their performance in self-reported relevant activities). The final sample was composed of 55 participants with clinical diagnoses of stroke more than six months and ability to execute reaching and grip tasks. Most of the variables related to body structure and function were correlated with the activity measures. In general, the domains related to body structure and function showed moderate correlations with self-reported performance and strong correlations with the observed performance. The participation measures related to the SSQOL-Brazil were moderately correlated with the following body structure and function variables: Grip and pinch strength, and shoulder pain. The satisfaction with the performance on relevant tasks, measured by the COPM, showed to be correlated with digital dexterity. The manual and digital dexterity, together with the stage of motor return of the hand, pinch strength, and shoulder pain explained 91% of the variance of the observed performance in daily activities model. In the other hand, pain and stage of motor return together explained 48% of the variance of the self-reported performance model. When considering social participation, assessed by the SSQOL-Brazil as an outcome variable, the variables related to the structure and body function and activity explained the smallest variance of the analyzed models. Pain demonstrated the highest predictive power for the overall quality of life (16%) and the quality of life items related to the upper limb function (29%). As quality of life is a broad construct which involves different areas of functionality, the inclusion of only upper limb performance measures may explain the low explained observed variance. === Relativamente poucos estudos descreveram a função do membro superior em hemiparéticos crônicos e a relação entre déficits específicos e função do membro superior e realização de atividades e participação em atividades sociais. O objetivo deste estudo foi descrever a função do membro superior em hemiparéticos crônicos e investigar a força da relação e o poder preditivo de déficits específicos da extremidade superior na limitação da realização de atividades e restrição na participação social. Foram utilizados instrumentos específicos para análise da função do membro superior nos domínios de estrutura e função corporal, atividade e participação. As variáveis referentes à estrutura e função corporal incluiram controle do movimento voluntário estágio de retorno motor do braço e da mão e retorno global da extremidade superior; força e resistência muscular força de preensão palmar e pinça lateral, força do membro superior e resistência a fadiga isométrica relativa; tônus muscular espasticidade; destreza manual e digital; e funções sensoriais e dor sensibilidade ao toque em movimento e dor no ombro. O domínio atividade foi avaliado através da percepção e observação do desempenho, enquanto a participação foi avaliada através do Stroke Specific Quality of Life - SSQOL-Brasil (escore total e escore nos itens referentes à função do membro superior) e da Canadian Occupational Performance Measure - COPM (desempenho e satisfação com o desempenho em atividades relevantes auto-relatadas). A amostra final foi constituída por 55 participantes com diagnóstico clínico de AVE há mais de seis meses e habilidade para execução de tarefas de alcance. A maioria das variáveis de estrutura e função corporal foi correlacionada com a atividade. Observou-se, de maneira geral, correlação moderada entre os componentes de estrutura e função corporal com a percepção do desempenho, e correlação forte com a observação do desempenho. A participação, mensurada através SSQOL-Brasil, foi correlacionada moderadamente somente com as variáveis de estrutura e função corporal: força de preensão palmar, pinça lateral e dor. A satisfação com o desempenho em tarefas relevantes, avaliada através da COPM, foi correlacionada com a destreza digital. A destreza manual e digital, em conjunto com o estágio de retorno motor da mão, força de preensão em pinça e dor no ombro, explicou 91% da variância no modelo de observação do desempenho em atividades cotidianas. A dor e o estágio de retorno motor explicaram em conjunto 48% da variância do modelo de percepção do desempenho em atividades cotidianas. Quando se considerou a participação social, mensurada através do SSQOL-Brasil, como variável de desfecho, as variáveis de estrutura e função corporal e de atividade explicaram a menor variância considerando-se os modelos analisados, com maior poder preditivo da dor para a qualidade de vida global (16%) e qualidade de vida nos itens referentes à função do membro superior (29%). Como a qualidade de vida é um constructo amplo, envolvendo vários domínios da funcionalidade, a inclusão de variáveis referentes somente ao desempenho do membro superior pode ser responsável pela baixa variância encontrada.
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