Summary: | === In this study we conducted a study of argumentation and rhetoric of the construction of ethos in the pronoucements of former presidents Fernando Henrique Cardoso and Luiz Inacio Lula da Silva, delivered in two seats held by each one, from 1995 until 2010. During the period, we examined a total of eight speeches: two pronouncements of possession and two pronoucements that we call "balance" of each ex-president. Therefore, considering the persuasive rhetoric as the essence of language and the ethos and image of itself that the speaker builds, we adopt a theoretical framework based on authors such as Aristotle and
Perelman (rhetoric), and Amossy Charaudeau (ethos). As our work fits in the field of discourse analysis, in which the relationship text / context is essential and to facilitate the understanding of the relationship between political discourse and power, did a survey of the historical data that show the evolution of power in companies as well as discourse about the
socio-historical context of Brazil in the period considered.
The results obtained allow us to observe that, with respect to ideology, both Cardoso and Lula have supported the social banner to legitimize their actions, this topic usually more associated with the left. The main differences between them lie, because in order to govern
and intentions of every person to ascend to the government. Therefore, in regard to the argumentative strategies, Cardoso sought to found his speech on efficiency, maintaining an image of credibility and success from past administrations. In those moments when the reality
was not favorable to the construction of that image, he sought to strategically direct the focus to the advances made possible by your government and the benefits this would provide yet.
Lula, in turn, sought to found his speech at the change that would lead the country in new directions. To do so, his argument was based on their prior knowledge of the needs of the universal audience (the people), based on their origins. Sought, thus building an image
paternal and fraternal, without, however, give the image of effective political and charismatic actor, therefore, suitable to the task of running the country.
The handling of power, especially in the era of globalization, does not allow ideological currents despise content - a priori - could easily be identified on a chain and not the other (as is the case of social struggles). At first, the correction of social injustice is a recognized flag of the said parties of the left and not necessarily of the said parties of the right.
What we observed is that, currently, the crux of the argument is in social policy, ie, regardless of ideological positions of parties in general, they raise the same banner of combating inequalities, each in its own way. Apparently, the current political reality of doing, who do not adjust to these new requirements is likely to experience a long exile from power. === No presente trabalho realizamos um estudo da argumentação retórica e da construção do éthos nos pronunciamentos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva, proferidos nos dois mandatos exercidos por cada um, de 1995 até 2010. No
período considerado, examinamos um total de oito pronunciamentos: dois pronunciamentos de posse e dois pronunciamentos que denominamos de balanço de cada ex-presidente. Assim, considerando a retórica como a essência persuasiva da linguagem e o éthos como imagem de si que o orador constrói, adotamos um referencial teórico baseado em autores como Aristóteles e Perelman (retórica), Amossy e Charaudeau (éthos). Como nosso trabalho se
insere no domínio da Análise do Discurso, em que a relação texto/contexto é fundamental e com vistas a facilitar o entendimento da relação entre o discurso político e o poder, fizemos o levantamento dos dados históricos que demonstram a evolução do poder nas sociedades, bem como discorremos sobre o contexto sócio-histórico do Brasil no período considerado. Os resultados obtidos permitem observar que, no que tange à ideologia, tanto FHC quanto Lula apoiaram-se na bandeira social para legitimar suas ações, tema esse usualmente mais associado à esquerda. As principais diferenças entre eles residem, pois, no modo de governar e nas intenções de cada um ao ascender ao governo. Assim, no que tange às estratégias argumentativas, FHC procurou fundar seu discurso na eficiência, sustentando uma imagem de credibilidade e de êxito proveniente de administrações passadas. Nos momentos em que a realidade não era favorável à construção dessa imagem, ele procurou direcionar estrategicamente o foco para os possíveis avanços conquistados por seu governo e para os benefícios que este ainda propiciaria. Lula, por seu turno, procurou fundar seu discurso na mudança que conduziria o País a novos rumos. Para tanto, pautou sua argumentação no seu conhecimento prévio das carências do auditório universal (o povo), tendo por base suas origens. Procurou, desse modo, construir uma imagem paternal e solidária, sem, no entanto, abrir mão da imagem de ator político eficaz e carismático, portanto, apto à tarefa de dirigir o País. O manuseio do poder, sobretudo na era da globalização, não permite que as correntes ideológicas desprezem conteúdos que a priori seriam facilmente identificados em uma corrente e não em outra (como é o caso das lutas sociais). Num primeiro momento, a correção da injustiça social é uma bandeira reconhecidamente dos partidos ditos de esquerda e não necessariamente dos partidos ditos de direita. O que foi possível verificar é que, atualmente, o cerne da argumentação política está no social, ou seja, independentemente de posições ideológicas dos partidos, de modo geral, eles levantam a mesma bandeira do combate às desigualdades, cada um a seu modo. Ao que tudo indica, na realidade do fazer político atual, quem não se ajustar a essas novas necessidades corre o risco de experimentar um longo exílio do poder.
|