A Experiência, a metrópole e o velho

=== Embedded in a narrative theory, the concept of experience has its boundaries (re)defined in contemporary times. Based on the theoretical framework offered by Walter Benjamins ideas, it is possible to analyze what constituted as a process of experience decline in the present time. The practice o...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Adriana Angelica Ferreira
Other Authors: Sergio Manuel Merencio Martins
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2013
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9AYJ23
id ndltd-IBICT-oai-bibliotecadigital.ufmg.br-MTD2BR-IGCC-9AYJ23
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description === Embedded in a narrative theory, the concept of experience has its boundaries (re)defined in contemporary times. Based on the theoretical framework offered by Walter Benjamins ideas, it is possible to analyze what constituted as a process of experience decline in the present time. The practice of narrative, the result of collective memory and the sharing of common words that characterized the human experience, is no longer set as the main link between the generations, as in the past. So the answer to the question posed by Benjamin, who asks "Who will try to deal with youth invoking your experience?, no longer points to the elders, the narrator anthropological figure, as a key response. In this context, it becomes necessary to examine different aspects of this concept that still put it into play in relation to the elders with the modern metropolis. Grounded in an investigation on the memorial metropolis of Belo Horizonte, in the perspective of those who lived there throughout their lives, the elders are the subjects of enunciation that give life to this research. Using what was possible to depict from their narratives, I present reports of the trajectories of the elders lives with the intention to convey the depths of their experiences. I make use of the autobiographical and testimonial elements found in these statements, which reveal possible traumas, wounds and scars, brought with them for more than half a century of urbanization. However, the assertion of their lives adventure requires a positioning which excludes any possible perspective of pious reflection and/or reception of the reports. Differently, the proposed recall makes sense in a Benjaminian way and attests to the need for transformation of the present time, the retaking of the past and the possibilities that were buried in the ruins of the history continuum. === Abrigado no seio de uma teoria narrativa, o conceito de experiência tem seus contornos (re)definidos na contemporaneidade. Com base no arcabouço teórico oferecido pela constelação do pensamento de Walter Benjamin, é possível analisar o que se constituiu enquanto processo de declínio da experiência no tempo histórico atual. O exercício da narração, resultado da partilha coletiva da memória e de palavras comuns, que caracterizou a experiência humana, já não se configura enquanto o principal elo de ligação entre as gerações, como acontecia no passado. Assim, a resposta à pergunta formulada por Benjamin, que indaga "Quem tentará, sequer, lidar com a juventude invocando sua experiência?", já não aponta mais para os velhos, figura antropológica do narrador, como uma das chaves de resposta. Nesse contexto, torna-se necessária a análise de outras vertentes desse conceito que ainda o coloque em cena na relação dos velhos com a metrópole moderna. Calcada em uma investigação memorialística sobre a metropolização de Belo Horizonte, na perspectiva daqueles que a viveram ao longo de suas vidas, os velhos são os sujeitos da enunciação que conferem existência a esta pesquisa. Valendo-me do que foi possível apreender através de suas narrativas, apresento relatos das trajetórias de vidas de depoentes velhos, com a intenção de transmitir o íntimo de suas experiências. Para tanto, lanço mão do caráter autobiográfico e testemunhal presente nesses depoimentos, que, a partir da evocação das lembranças do vivido, revelam os possíveis traumatismos, ferimentos, cicatrizes, que mais de meio século de urbanização arrastam consigo. No entanto, a enunciação da aventura de suas vidas exige um posicionamento que afasta a perspectiva piedosa de qualquer possível reflexão e/ou recepção dos relatos. Ao contrário, a rememoração proposta tem sentido benjaminiano e atesta a necessidade de transformação do presente e da retomada do passado e das possibilidades que ficaram soterradas nas ruínas do continuum da História.
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