Práticas obstétricas na assistência ao parto e nascimento em uma maternidade de Belo Horizonte

=== The process of institutionalization of the childbirth care brought important advances to make the assistance better, on the other side, ge nerated a set of standardized obstetric and interventionist practices, sustaining the technocratic attention model. In response to the unfavorable results o...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ana Maria Magalhaes Sousa
Other Authors: Kleyde Ventura de Souza
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2013
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/GCPA-97BHGB
Description
Summary:=== The process of institutionalization of the childbirth care brought important advances to make the assistance better, on the other side, ge nerated a set of standardized obstetric and interventionist practices, sustaining the technocratic attention model. In response to the unfavorable results of this attention model, from the decade of 1980, arose the movement of humanizing the birth, in addition to welcoming and respectful assistance, proposed assistance based on the scientific evidence. The obstetric practice based on the evidence was described by the OMS e MS, who highlighted the obstetrician nurse in the delivery assistance as a component of humanizing the childbirth, revealing a new organization of the assistance molded on the teamwork. The aim of this study was to analyze the obstetric practices on the assistance of the delivery and birth in a health institution at the city of Belo Horizonte MG, in which nurses and obstetrician doctors develop together this assistance. Methodology: descriptive and exploitative study of transverse design, which included 90 women who have recently given birth and their concepts. Data were collected in medical records with help of statistics packages Epi - Info version 3.5.3 and SPSS 10.0. Results: all 90 wom en who have given birth had only one pregnancy, 67,8% had vaginal birth, in which 87% were assisted by obstetrician nurse s. U seful practices and s hould be encouraged in labor and birth: offering diet (55,6%); freedom of movement and position (94,5%); non - pharmacological method for relieving the pain (79,2%), being shower bath the most used; use of partogram (80%); companion presence (92,2%); early skin contact with the RN (77,5%). Clearly harmful or ineffective practices and that must be eliminated of the labor assistance: use of enema and shaving (0). Improperly practices often used during labor and birth: amniotomy (43,1%), oxytocin infusion (47,7%), analg esia (26,6%), showing statistically significant association with the early admission of women ; episiotomy (11,5%). Clearly harmful or ineffective practices and that must be eliminated of the labor assistance and childbirth: womans position on childbirth lying on back with legs raised (75,4%); Kristeller maneuver (11,5%). Conclusion: practices based on the humanized model were found, but also practices supported on the technocratic model were registered. Even in this institution that incorporates and believes in an assistance realized with humanized practices based on scientific evidences, the transformation of the assistance model on obstetrics is still an actual and urgent challenge which requires efforts from both managers and health professionals. === O process o de institucionalização do parto trouxe avanços importantes para a melhoria da assistência, por outro lado, gerou um conjunto de práticas obstétricas padronizadas e intervencionistas, sustentando o modelo de atenção tecnocrático. Em resposta aos resultado s desfavoráveis desse modelo de atenção, a partir da década de 1980 , surgiu o movimento da humanização do parto, que além da assistência acolhedora e respeitosa, propôs a assistência baseada na evidência científica. A prática obstétrica baseada em evidênci a foi descrita pela OMS e MS, que ainda destacaram a enfermeira obstetra na assistência ao parto como componente da humanização do parto, revelando uma nova organização da assistência moldado no trabalho em equipe. O objetivo deste estudo foi analisar as p ráticas obstétricas na assis tência ao parto e nascimento em uma instituição de saúde do município de Belo Horizonte MG, no qual enfermeiras e médicos obstetras desenvolvem juntos essa assistência. Metodologia: estudo descritivo e exploratório de delineam ento transversal, que incluiu 90 puérperas e seus conceptos. Os dados foram coletados em prontuários e por meio de entrevistas e analisados com o auxílio dos pacotes estatísticos Epi - Info versão 3.5.3 e SPSS 10.0. Resultados: Todas as 90 puérperas tiveram gestação única, 67,8% teve parto vaginal, dos quais 87% foram assistidos por enfermeiras obstetras. Práticas demonstradamente úteis e devem ser encorajadas no trabalho de parto e parto: oferecimento de dieta (55,6%); liberdade de posição e movimento (94,5% ); método não farmacológico para alívio da dor (79,2%), sendo banho de chuveiro o mais utilizado; uso de partograma (80%); presença de acompanhante (92,2%); contato precoce cutâneo com o RN (77,5%). Práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas da assistência do trabalho de parto: uso de enema e tricotomia (0). Práticas frequentemente utilizadas de modo inapropriado durante o trabalho de parto e parto : amniotomia (43,1%), infusão de ocitocina (47,7%), analgesia (26,6%), mostrando associação estatisticamente significativa com a admissão precoce da mulher; episiotomia (11,5%). P ráticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas da assistência do trabalho de parto e parto: posição da mulher no parto deitada de costas com as pernas levantadas (75,4%); manobra de Kristeller (11,5%). Conclusão: foram encontradas práticas baseadas no modelo humanizado, mas também foram registradas práticas apoiadas no modelo tecnocrático. Mesmo nesta instituição que incorpora e acredita numa assistência realizada com práticas humanizadas baseadas em evidências científicas, a transformação do modelo assistencial na obstetrícia ainda é um desafio atual e urgente que requer esforços tanto de gestores quanto de profissionais de saúde.