Práticas educativas na atenção básica: um estudo de caso sobre métodos de ensino

=== Introduction: The reorientation of care model, from the Primary Care was established by the Ministry of Health (MH), seeking a break from the curative model of care. In pursuit of building a new paradigm of social production of health, called the commitment to promoting health and quality of li...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Luanna Kelen Godinho
Other Authors: Maria Flavia Carvalho Gazzinelli
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2011
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/GCPA-8RJEFN
Description
Summary:=== Introduction: The reorientation of care model, from the Primary Care was established by the Ministry of Health (MH), seeking a break from the curative model of care. In pursuit of building a new paradigm of social production of health, called the commitment to promoting health and quality of life, with the primary device health education. MH recommends the development of health education in a dialogical perspective, empowering, participatory and creative, with a view to contributing to the promotion of the autonomy of users. It is found in the literature that emphasize the importance of educational processes as proposed by the MH. There is, however, that these studies the emphasis is on results, the process sidelined. Hence the need in the field of health education to give greater visibility and intelligibility to the way the practices have been developed, how the principles of MH has been (re) meanings and targeted by health professionals in the concrete. Objective: To assess the educational methods that underlie educational practices developed in groups at Basic Health Units (BHU) Methodology: This is a case study conducted in three BHU. For data collection were used several sources of evidence, triangulating techniques - participant observation and photographic field diary, interviews with professionals and documentary analysis. Data were analyzed using as reference the Content Analysis. Results: The analysis was obtained representing three categories of educational methods. The first relates to the direct method based on an approach of heteroestruturação of knowledge, the second method based on non-directive approach autoestruturação and the third relates to the method based on an approach of relational interestruturação. Methods of analysis of four key issues emerged observed. The first refers to the occurrence within the educational practices in two different ways to mediate the relationship between subject and object. The second concerns the existence of a tension between two kinds of knowledge, knowledge-regulation and knowledge-emancipation. The third relates to the wasteful practices and experience during the quarter, the prevalence of experiences that tend not to favor the formation of democratic subjectivity and nonconformists. Conclusion: It appears that the educational practices in health are not truly committed to the principles proposed by MS, which covers both the theoretical understanding and in making concrete practical professionals. This statement is justified, because in practice observed, the predominant way of mediating the subject-object relationship is not conducive to dialogue. Moreover, even the practices that led to the dialogue, there were marked by a clear policy intention of promoting the production of autonomous subjectivities capable of transforming their realities. An education for the purposes of the MS can not ignore the dialogic methods, rooted in subjectivity primarily for the purpose of developing the autonomy of the subject. It is understood that this is the more deliberate process, the more it increases the possibility of reach. === Introdução: A reorientação do modelo assistencial, a partir da Atenção Básica foi estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS), visando uma ruptura com o modelo assistencial curativista. Na busca da construção de um novo paradigma da produção social da saúde, preconizou-se o compromisso com a promoção da saúde e a qualidade de vida das pessoas, tendo como principal dispositivo a educação em saúde. O MS preconiza o desenvolvimento da educação em saúde numa perspectiva dialógica, emancipadora, participativa e criativa, com vistas a contribuir para a promoção da autonomia dos usuários. Encontra-se na literatura estudos que valorizam a importância de processos educativos conforme propõe o MS. Observa-se, no entanto, que nestes estudos a ênfase recai sobre os resultados, secundarizando o processo. Decorre daí a necessidade no campo da educação em saúde de dar maior visibilidade e inteligibilidade ao modo como às práticas vem sendo desenvolvidas, ou seja, ao modo como os princípios propostos pelo MS vêm sendo (re)significados e objetivados pelos profissionais de saúde no concreto. Objetivo: Analisar os métodos educacionais que fundamentam as práticas educativas desenvolvidas em grupos nas unidades básicas de saúde (UBS). Metodologia: Trata-se de um Estudo de Caso, realizado em três UBS. Para coleta de dados foram utilizadas várias fontes de evidências, triangulando técnicas - a observação participante com registro fotográfico e diário de campo, entrevista com os profissionais e a análise documental. Os dados foram analisados utilizando-se como referencial a Análise do Conteúdo. Resultados: Da análise obteve-se três categoriais representativas dos métodos educacionais. A primeira relacionase ao método diretivo pautado na perspectiva da heteroestruturação do conhecimento; a segunda ao método não-diretivo fundado na perspectiva da autoestruturação e a terceira relaciona-se ao método relacional pautado na perspectiva da interestruturação. Da análise dos métodos observados emergiram quatro aspectos fundamentais. O primeiro refere-se à ocorrência no interior das práticas educativas de duas formas distintas de mediar a relação entre o sujeito e o objeto. O segundo diz respeito à existência de uma tensão entre dois tipos de conhecimentos, o conhecimento-regulação e conhecimento-emancipação. O terceiro relaciona-se ao desperdício da experiência ocorrida nas práticas e, o quarto, ao predomínio de experiências que tendem a não favorecer a formação de subjetividades inconformistas e democráticas. Conclusão: Constata-se que as práticas educativas em saúde ainda não estão verdadeiramente comprometidas com os princípios propostos pelo MS, tanto no que abrange a compreensão teórica como no fazer prático concreto dos profissionais. Esta afirmação justifica-se, porque nas práticas observadas predominou a forma de mediar a relação sujeito-objeto que não conduz ao diálogo. Além disso, mesmo as práticas que conduziram ao diálogo, não foram marcadas por uma clara intencionalidade política de favorecer a produção de subjetividades autônomas, capazes de transformar suas realidades. Uma educação voltada para os propósitos do MS não pode prescindir dos métodos dialógicos, pautadas na subjetividade com a finalidade precípua de desenvolver a autonomia dos sujeitos. Entende-se que quanto mais intencional for este processo, tanto mais se amplia a possibilidade do seu alcance.