Summary: | === Objective: this epidemiological, cross-sectional and analytical study aimed to analyze the infection by S. mansoni in students as an indicator of infection in the population of three rural endemic areas for schistosomiasis in the Jequitinhonha Valley, Min === Objetivo: este estudo epidemiologico, transversal e analitico teve como objetivo analisar a infeccao pelo S. mansoni em estudantes como indicador da infeccao na populacao de tres areas rurais endemicas para esquistossomose no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Metodologia: a populacao total foi de 1.880 individuos entre 1 e 101 anos, sendo 617 estudantes entre 4 e 25 anos. Todos os dados foram coletados no inicio dos estudos em cada area endemica, ou seja, em 2001, 2004 e 2007. Foram realizados questionarios demografico, socioeconomico e de contato com agua. Os exames de fezes foram realizados com tres amostras e seis laminas, utilizando o metodo Kato-Katz. Resultados: a prevalencia da esquistossomose na populacao total foi de 55,1% e a media geometrica de ovos por grama (opg) foi de 52,61 (IC 95% 49,45 - 55,77). Entre os estudantes, a prevalencia foi de 72,8%, com media geometrica de opg de 69,09 (IC 95% 66,98 - 71,20). Os resultados mostraram que a populacao possuia precarias condicoes socioeconomicas e de moradia e grande parte relatou ter contato com agua potencialmente nao segura. A situacao de pobreza e de contato com esta agua esteve significativamente associadas com a infeccao. Dentre os 1.036 individuos infectados pelo S. mansoni, 5,9% eram familiares de estudantes negativos e 19,1% eram individuos que nao residiam com estudantes, sendo os outros 75,0% compostos pelos estudantes positivos e seus familiares. Dos 469 domicilios, 209 (44,6%) possuiam pelo menos um estudante infectado, 202 (43,0%) nao possuiam estudantes e 58 (12,4%) possuiam todos os estudantes negativos, sendo as taxas de infeccao entre os individuos nestes domicilios de 68,8%, 39,0% e 25,2%, respectivamente. Os individuos que nao residiam com estudantes tiveram menos risco de adquirir a infeccao do que aqueles que moravam com estudantes (RP 0,63; IC 95% 0,57 - 0,72). A presenca de estudante positivo no domicilio aumentou em 1,23 vezes (IC95% 1,01 - 1,50) o risco de encontrar outro integrante da familia positivo, quando comparado a domicilios onde residiam estudantes negativos. Quando comparado a domicilios semestudantes, este risco aumentou em 1,38 vezes (IC 95% 1,20 - 1,58). A mediana da prevalencia foi maior em domicilios onde moravam estudantes positivos (p.0,001). O modelo de regressao binomial negativa mostrou que a probabilidade da prevalencia total de S. mansoni por domicilio aumentaria com o aumento da prevalencia entre os estudantes e com a presenca de individuos entre 6 e 14 anos e diminuiria nas familias com precarias condicoes socioeconomicas. Conclusao: concluiu-se que estudantes positivos podem ser utilizados como indicadores da infeccao entre a populacao com os quais convive. No entanto, os programas de controle nao podem ignorar os individuos que nao residem com estudantes que nao seriam contemplados nas avaliacoes. Sugerem-se esforcos para promover uma maior interacao da Equipe de Saude da Familia com a Escola, a fim de proporcionar atividades de educacao em saude com os estudantes, professores e a toda a comunidade.
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