A teia da formação humana: a experiências de trabalho nas telecomunicações

=== O século xx vem sendo marcado por profundas transformações sociais, econômicas, políticas e culturais, fruto de processos sócio-históricos. Assistimos a um grande desenvolvimento científico-tecnológico, caracterizado pela aplicação da informática em todos os setores da atividade humana. Estas t...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Jose Luiz Fazzi
Other Authors: Miguel Gonzalez Arroyo
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 1996
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/FAEC-85RRSR
Description
Summary:=== O século xx vem sendo marcado por profundas transformações sociais, econômicas, políticas e culturais, fruto de processos sócio-históricos. Assistimos a um grande desenvolvimento científico-tecnológico, caracterizado pela aplicação da informática em todos os setores da atividade humana. Estas transformações provocaram uma reorganização mundial, num crescente processo de integração entre os seres humanos, empresas, nações e entre as várias culturas, aumentando o nível de interdependência entre os povos, com reflexão nas estruturas sociais e de personalidade. A imagem de uma teia de aranha expressa simbolicamente esse processo de interação e interdependência. O mundo toma a forma de uma extensa e poderosa teia intercomunicante, com suas várias ramificações e possibilidade. As telecomunicações aliadas á informática tornaram-se estratégias nesse mundo integrado e interdependente. As comunicações, via satélite, forneceram uma infra-estrutura vital para os negócios e a para produção, que muitos ramos da economia não poderia funcionar sem os sistemas de informação. Eles são, hoje, fatores chaves da organização social, política, econômica e cultural. As tecnologias da informação, com base na microeletrônica e na informática, possibilitaram um processo acelerado de mudança em todos os setores da vida humana. Não são elas que determinaram as mudanças, mas se constituíram como a base técnica necessária e imprescindível, garantidora do processo de integração, flexibilização e interdepência. Para compreender este processo - sua direção e possibilidade para os seres humanos e ir além da denúncia dos aspectos deformadores da organização do trabalho capitalista, é necessário reconstruir e assumir os processos de formação humana, e analisar a história nessa perspectiva. Todas as informações em curso interação, flexibilização, introdução de tecnologias informatizadas, uso da microeletrônica, avanço nas telecomunicações, novas formas organizacionais e gerencias, compressão espaço-tempo, novos valores, um outro ethos social, mudança na produção e no trabalho são objetivos de um intenso processo de aprendizagem e de formação humana, envolvendo instituições, empresas,classes sociais e indivíduos.São transformações cujo palco de ação é o espaço da história dos homens e mulheres. As estruturas sociais e de personalidade são criações dos seres humanos e sua responsabilidade, no complexo jogo de forças, desejos e hegemonias. Apesar das contradições, do emprego, das misérias, acreditamos que a historia segue seu rumo civilizatório, exigindo, no entanto, uma outra forma de pensar e sentir as relações entre os seres humanos.Não sabemos para onde estamos indo, mas se a humanidade quer ter um futuro reconhecível é necessário pensá-lo com uma outra lógica diferente da atual.O futuro não pode ser o simples prolongamento do passado ou do presente. È preciso gestar uma outra lógica e uma ética que seja capazes de construir uma nova concepção de trabalho, e de ir criando um projeto contra-hegemônico, rompendo com a lógica di sistema capitalista de produção do lucro.E que o trabalho, enquanto ação e intervenção de homens e mulheres sobre a maternidade das coisas e das idéias, possa ser um instrumento criativo, formador de estrutura e de relação solidárias e igualitáris. È necessário redescobrir e a utopia e a esperança de um mundo mais bonito e saudável: Malicias maluqueiras, e pervesidades, sempre tem alguma, mas escasseadas. Geração minha, verdadeira, ainda não eram assim. Ah, vai vir um tempo, em que não se usa mais matar gente...eu, já estou velho, diria Guimarães Rosa.