Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren
=== O Sol está imerso em uma nuvem parcialmente ionizada (ne/n ~ 0.3.0.7), de gás morno (T ~ 7000 K), e baixa densidade (nH ~ 0.1 cm-3), conhecida como Nuvem Local. Circundando esta nuvem, há uma região de densidade extremamente baixa (nHI <= 0.005 cm.3) e forma bastante irregular, conhecida com...
Main Author: | |
---|---|
Other Authors: | |
Format: | Others |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal de Minas Gerais
2007
|
Online Access: | http://hdl.handle.net/1843/ESCZ-7AYN5D |
id |
ndltd-IBICT-oai-bibliotecadigital.ufmg.br-MTD2BR-ESCZ-7AYN5D |
---|---|
record_format |
oai_dc |
collection |
NDLTD |
language |
Portuguese |
format |
Others
|
sources |
NDLTD |
description |
=== O Sol está imerso em uma nuvem parcialmente ionizada (ne/n ~ 0.3.0.7), de gás morno (T ~ 7000 K), e baixa densidade (nH ~ 0.1 cm-3), conhecida como Nuvem Local. Circundando esta nuvem, há uma região de densidade extremamente baixa (nHI <= 0.005 cm.3) e forma bastante irregular, conhecida como Cavidade Local ou Bolha Local. Parte desta cavidade é preenchida com gás quente (T ~ 106K), sendo esta região conhecida como Bolha Local Quente. Próximo a Bolha Local existe uma cavidade ainda maior que está localizada na direção da associação de estrelas OB Scorpio-Centaurus, conhecida como Loop I. Devido a proximidade da Bolha Local com Loop I, acredita-se que elas estejam sofrendo algum tipo de interação. Historicamente, o conceito da formação da Bolha Local é uma disputa entre: (i) a visão em que uma ou mais supernovas, em uma região próxima ao Sol, formaram a cavidade e a região emissora de raios-X de baixa energia, sendo assim uma entidade independente; (ii) a visão que a Bolha Local é parte da superbolha formada por épocas sucessivas de formação estelar na Associação OB Sco-Cen, tendo expandido assimetricamente na região de baixa densidade entre os braços espirais da Galáxia; (iii) a visão alternativa em que a existência da cavidade não estaria relacionada a atividade estelar, mas apenas seria um lugar típico entre os braços espirais da Galáxia. Recentemente identificou-se em dados de raios-X e Hidrogênio neutro uma estrutura anular de material denso e neutro que supostamente seria o contorno da zona de interação entre a Bolha Local e Loop I. De modo a determinar a distância e o excesso de cor da interface entre a Bolha Local e Loop I utilizamos os dados uvbybeta do "General Catalogue of Photometric Data". A amostra cobre a região definida pelas coordenadas Galácticas: 50o >= l >= 250o e -60 o <= b <= 60o. A determinação dos erros nos parâmetros estelares intrínsecos, excesso de cor e distância, foi realizada para cada estrela individualmente, através de uma adaptação do método sugerido por Knude (1978), o que assegura uma maior confiabilidade aos nossos resultados. Foram excluídos os valores de excesso de cor e distância inadequados ao estudo do avermelhamento interestelar utilizando critérios fotométricos, além das estrelas cuja divergência entre as distâncias fotométricas e trigonométricas foi superior a 30%. Foram eliminadas também, todas as estrelas variáveis, duplas ou com peculiaridade conhecidas na literatura. A amostra final é composta por 4232 estrelas localizadas a até 500 pc do Sol. A característica mais marcante da zona de interação entre as bolhas, no modelo do anel, seria que coluna de densidade do HI salta de 1020 cm-2 para 7×1020 cm-2 a uma distância de 70 pc do Sol. Entretanto, a análise da distribuição espacial do avermelhamento interestelar mostra que o anel não é evidente nos dados fotométricos. Na parte oeste do anel o excesso de cor atinge valores que correspondem a NHI ~ 7×1020 cm-2 (E(b-y) ~ 0.100 mag) a uma distância entre 120 e 140 pc. No restante do anel tais valores para o excesso de cor, só ocorrem em uma região limitada na parte sudeste e à uma distância de d ~ 280 pc. Além disto, observamos que na região interior ao anel, muitas estrelas, distribuidas por toda região, apresentam 0.020mag <= E(b-y) <= 0.040mag a partir de d ~ 80 pc, sendo que aproximadamente à 140 pc o excesso de cor é dominado pela presença das nuvens escuras. Tal resultado torna difícil explicar porque o anel, que envolveria a zona de interação, estaria tão distorcido. Os resultados obtidos com a fotometria indicam a existência de duas estruturas de grande escala, sendo uma delas localizada entre 80 e 110 pc do Sol e a outra em d ~ 140 pc. Estes resultados são mais consistentes com os modelos nos quais a Bolha Local seria parte de uma superbolha formada por épocas sucessivas de formação estelar na Sco-Cen. |
author2 |
Wagner Jose Corradi Barbosa |
author_facet |
Wagner Jose Corradi Barbosa Wilson Reis Junior |
author |
Wilson Reis Junior |
spellingShingle |
Wilson Reis Junior Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren |
author_sort |
Wilson Reis Junior |
title |
Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren |
title_short |
Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren |
title_full |
Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren |
title_fullStr |
Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren |
title_full_unstemmed |
Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren |
title_sort |
mapeamento da interface entre as bolhas local e loop i utilizando fotometria strömgren |
publisher |
Universidade Federal de Minas Gerais |
publishDate |
2007 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/ESCZ-7AYN5D |
work_keys_str_mv |
AT wilsonreisjunior mapeamentodainterfaceentreasbolhaslocaleloopiutilizandofotometriastromgren |
_version_ |
1718846677871230976 |
spelling |
ndltd-IBICT-oai-bibliotecadigital.ufmg.br-MTD2BR-ESCZ-7AYN5D2019-01-21T18:05:31Z Mapeamento da interface entre as bolhas local e loop I utilizando fotometria Strömgren Wilson Reis Junior Wagner Jose Corradi Barbosa Gabriel Armando Pellegatti Franco Silvia Helena Paixao Alencar Jacques Raymond Daniel Lépine O Sol está imerso em uma nuvem parcialmente ionizada (ne/n ~ 0.3.0.7), de gás morno (T ~ 7000 K), e baixa densidade (nH ~ 0.1 cm-3), conhecida como Nuvem Local. Circundando esta nuvem, há uma região de densidade extremamente baixa (nHI <= 0.005 cm.3) e forma bastante irregular, conhecida como Cavidade Local ou Bolha Local. Parte desta cavidade é preenchida com gás quente (T ~ 106K), sendo esta região conhecida como Bolha Local Quente. Próximo a Bolha Local existe uma cavidade ainda maior que está localizada na direção da associação de estrelas OB Scorpio-Centaurus, conhecida como Loop I. Devido a proximidade da Bolha Local com Loop I, acredita-se que elas estejam sofrendo algum tipo de interação. Historicamente, o conceito da formação da Bolha Local é uma disputa entre: (i) a visão em que uma ou mais supernovas, em uma região próxima ao Sol, formaram a cavidade e a região emissora de raios-X de baixa energia, sendo assim uma entidade independente; (ii) a visão que a Bolha Local é parte da superbolha formada por épocas sucessivas de formação estelar na Associação OB Sco-Cen, tendo expandido assimetricamente na região de baixa densidade entre os braços espirais da Galáxia; (iii) a visão alternativa em que a existência da cavidade não estaria relacionada a atividade estelar, mas apenas seria um lugar típico entre os braços espirais da Galáxia. Recentemente identificou-se em dados de raios-X e Hidrogênio neutro uma estrutura anular de material denso e neutro que supostamente seria o contorno da zona de interação entre a Bolha Local e Loop I. De modo a determinar a distância e o excesso de cor da interface entre a Bolha Local e Loop I utilizamos os dados uvbybeta do "General Catalogue of Photometric Data". A amostra cobre a região definida pelas coordenadas Galácticas: 50o >= l >= 250o e -60 o <= b <= 60o. A determinação dos erros nos parâmetros estelares intrínsecos, excesso de cor e distância, foi realizada para cada estrela individualmente, através de uma adaptação do método sugerido por Knude (1978), o que assegura uma maior confiabilidade aos nossos resultados. Foram excluídos os valores de excesso de cor e distância inadequados ao estudo do avermelhamento interestelar utilizando critérios fotométricos, além das estrelas cuja divergência entre as distâncias fotométricas e trigonométricas foi superior a 30%. Foram eliminadas também, todas as estrelas variáveis, duplas ou com peculiaridade conhecidas na literatura. A amostra final é composta por 4232 estrelas localizadas a até 500 pc do Sol. A característica mais marcante da zona de interação entre as bolhas, no modelo do anel, seria que coluna de densidade do HI salta de 1020 cm-2 para 7×1020 cm-2 a uma distância de 70 pc do Sol. Entretanto, a análise da distribuição espacial do avermelhamento interestelar mostra que o anel não é evidente nos dados fotométricos. Na parte oeste do anel o excesso de cor atinge valores que correspondem a NHI ~ 7×1020 cm-2 (E(b-y) ~ 0.100 mag) a uma distância entre 120 e 140 pc. No restante do anel tais valores para o excesso de cor, só ocorrem em uma região limitada na parte sudeste e à uma distância de d ~ 280 pc. Além disto, observamos que na região interior ao anel, muitas estrelas, distribuidas por toda região, apresentam 0.020mag <= E(b-y) <= 0.040mag a partir de d ~ 80 pc, sendo que aproximadamente à 140 pc o excesso de cor é dominado pela presença das nuvens escuras. Tal resultado torna difícil explicar porque o anel, que envolveria a zona de interação, estaria tão distorcido. Os resultados obtidos com a fotometria indicam a existência de duas estruturas de grande escala, sendo uma delas localizada entre 80 e 110 pc do Sol e a outra em d ~ 140 pc. Estes resultados são mais consistentes com os modelos nos quais a Bolha Local seria parte de uma superbolha formada por épocas sucessivas de formação estelar na Sco-Cen. 2007-01-31 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/1843/ESCZ-7AYN5D por info:eu-repo/semantics/openAccess text/html Universidade Federal de Minas Gerais 32001010002P3 - FÍSICA UFMG BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais instacron:UFMG |