A Construção da Identidade Gerencial dos Gestores da Alta Administração das Universidades Federais em Minas Gerais
=== Sim === A universidade, desde a sua criação, vem passando por diversas situações, no mínimo, difíceis. Atualmente, seu maior desafio consiste em superar as crises institucional, de legitimidade e de hegemonia. Está em curso no Brasil o debate sobre a reforma universitária, cuja conclusão defini...
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Universidade Federal de Minas Gerais
2007
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ndltd-IBICT-oai-bibliotecadigital.ufmg.br-MTD2BR-EMLE-6YPGRP2019-01-21T17:56:25Z A Construção da Identidade Gerencial dos Gestores da Alta Administração das Universidades Federais em Minas Gerais Angelo Brigato Esther Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo Antonio da Costa Ciampa Antonio Luiz Marques Vanessa Andrade de Barros Jose Humberto Viana Lima Junior Sim A universidade, desde a sua criação, vem passando por diversas situações, no mínimo, difíceis. Atualmente, seu maior desafio consiste em superar as crises institucional, de legitimidade e de hegemonia. Está em curso no Brasil o debate sobre a reforma universitária, cuja conclusão definirá o futuro das instituições de ensino superior. Nesse contexto, emerge a discussão sobre a identidade gerencial dos gestores da alta administração universitária. Se o consenso sobre o que significa "ser gerente" ainda não foi alcançado nas empresas, a despeito de todos os estudos realizados, nas universidades não é diferente, fato que se agrava pela falta de bibliografia especializada. Considerando a singularidade do trabalho gerencial, a questão de sua identidade emerge como conceito central, especialmente no que concerne à figura do gerente enquanto ator e enquanto categoria diferenciada. A despeito de as concepções acerca da identidade serem diversas, em geral, elas dizem respeito às representações que os indivíduos elaboram sobre si mesmos e sobre os outros, construídas como resultado dos diversos processos de socialização. As organizações constituem um espaço privilegiado de construção de identificações e de definições de si e dos outros. Assim, este estudo tem por objetivo central descrever como os gestores da alta administração de universidades federais constroem sua identidade gerencial. A pesquisa foi realizada com os reitores, vice-reitores e dois pró-reitores de oito universidades federais localizadas no estado de Minas Gerais. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas episódicas e complementados por pesquisa documental. Para a análise dos dados, utilizou-se, basicamente, a técnica da análise temática, que consiste em descobrir os "núcleos de sentido" que compõem a fala dos entrevistados. Os resultados mostram que os gestores vivem um contexto em que os ideais históricos da universidade são contrapostos aos ideais econômicos de produtividade, eficiência e resultados. Os indivíduos buscam se posicionar, mas deparam-se com as ambigüidades e ambivalências que lhes são colocadas por tal embate, resultando numa identidade frágil, insegura e, muitas vezes, inconsistente, mas que não lhes retira necessariamente a capacidade de ação. A construção da identidade gerencial ocorre em dois estágios distintos, mas complementares: quando da eleição e quando do exercício da função gerencial. No processo de construção de suas identidades gerenciais, em ambos os estágios, os gestores primeiramente estabelecem redes de interesses e de trabalho, para depois negociar e fixar sua agenda de trabalho. Assim, vai construindo suas identidades num contexto macrossocial mais amplo, em transformação, o qual vem se reproduzindo dentro das universidades, fazendo com que a identidade gerencial seja construída segundo os mesmos parâmetros de sucesso. Portanto, o movimento atual percebido é que a identidade gerencial em construção está em fase de negociação, dado que, a despeito das pressões e das metanarrativas ideologizantes, os gestores são sujeitos de sua ação, e como tal são capazes de engajar-se em práticas e ações coletivas que lhes permitam, em alguma medida, organizar e estruturar suas identidades. 2007-02-02 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://hdl.handle.net/1843/EMLE-6YPGRP por info:eu-repo/semantics/openAccess text/html Universidade Federal de Minas Gerais 32001010026P0 - ADMINISTRAÇÃO UFMG BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais instacron:UFMG |
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=== Sim === A universidade, desde a sua criação, vem passando por diversas situações, no mínimo, difíceis. Atualmente, seu maior desafio consiste em superar as crises institucional, de legitimidade e de hegemonia. Está em curso no Brasil o debate sobre a reforma universitária, cuja conclusão definirá o futuro das instituições de ensino superior. Nesse contexto, emerge a discussão sobre a identidade gerencial dos gestores da alta administração universitária. Se o consenso sobre o que significa "ser gerente" ainda não foi alcançado nas empresas, a despeito de todos os estudos realizados, nas universidades não é diferente, fato que se agrava pela falta de bibliografia especializada. Considerando a singularidade do trabalho gerencial, a questão de sua identidade emerge como conceito central, especialmente no que concerne à figura do gerente enquanto ator e enquanto categoria diferenciada. A despeito de as concepções acerca da identidade serem diversas, em geral, elas dizem respeito às representações que os indivíduos elaboram sobre si mesmos e sobre os outros, construídas como resultado dos diversos processos de socialização. As organizações constituem um espaço privilegiado de construção de identificações e de definições de si e dos outros. Assim, este estudo tem por objetivo central descrever como os gestores da alta administração de universidades federais constroem sua identidade gerencial. A pesquisa foi realizada com os reitores, vice-reitores e dois pró-reitores de oito universidades federais localizadas no estado de Minas Gerais. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas episódicas e complementados por pesquisa documental. Para a análise dos dados, utilizou-se, basicamente, a técnica da análise temática, que consiste em descobrir os "núcleos de sentido" que compõem a fala dos entrevistados. Os resultados mostram que os gestores vivem um contexto em que os ideais históricos da universidade são contrapostos aos ideais econômicos de produtividade, eficiência e resultados. Os indivíduos buscam se posicionar, mas deparam-se com as ambigüidades e ambivalências que lhes são colocadas por tal embate, resultando numa identidade frágil, insegura e, muitas vezes, inconsistente, mas que não lhes retira necessariamente a capacidade de ação. A construção da identidade gerencial ocorre em dois estágios distintos, mas complementares: quando da eleição e quando do exercício da função gerencial. No processo de construção de suas identidades gerenciais, em ambos os estágios, os gestores primeiramente estabelecem redes de interesses e de trabalho, para depois negociar e fixar sua agenda de trabalho. Assim, vai construindo suas identidades num contexto macrossocial mais amplo, em transformação, o qual vem se reproduzindo dentro das universidades, fazendo com que a identidade gerencial seja construída segundo os mesmos parâmetros de sucesso. Portanto, o movimento atual percebido é que a identidade gerencial em construção está em fase de negociação, dado que, a despeito das pressões e das metanarrativas ideologizantes, os gestores são sujeitos de sua ação, e como tal são capazes de engajar-se em práticas e ações coletivas que lhes permitam, em alguma medida, organizar e estruturar suas identidades. |
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