Summary: | === Purpose: to analyze the prevalence of clinical features and epidemiology and to determine the time course of disability for walking and identify predictor factors of outcome among patients with in a sample of HAM/ TSP. Methods: All HAM/TSP patients consecutively admitted from 1998 to 2007 at the Sarah Hospital were included in the study. After cases definition, data were entered retrospectively when the patient was first seen and in each follow-up visit. Statistical analysis was estimated by the
Kaplan-Meier method. The log rank test was used for univariable analysis (p<0,20) and Cox regression model was utilized for multivariable analysis (p<0,05). Results: 206 patients (67% females; mean age: 53 years old) were diagnosed as having HAM/TSP. The mean time of evolution was 9.0 years. The most common neurological symptoms were a chronic progressive spastic paraparesis, spasticity, pain, neurogenic bladder and neurogenic bowel. The neurological findings were hipereflexya, Babinsky, Hoffman, and peripheral neuropathy. Pain, spasticity and spinal cord MRI atrophy by thoracic spinal cord were associated with time of disease (p<0,05). Sex, blood transfusion, mother and partner seropositive, alcoholism and tabagism did not show statistical
significancy. Using the univariable analysis, spasticity, articular limitation into legs, early use of any aid, age > 50 and 60 years-old, and thoracic neurological level were associated to the time of disease. Multivariable analysis showed that early use of aid before three years of disease, age > 60 years-old, articular limitation and thoracic neurological level were predictable factors for wheel chair confinement. Conclusions: HAM/TSP is a very disabling disorder. Spasticity and thoracic spinal cord atrophy on
MRI were found in a later phase of the disease. Pain seams to appear earlier. The control of spasticity may contribute to postpone the incapacity for walking in patients with HAM/TSP. Physiotherapy for preventing articular limitations is necessary and older patients must be controlled frequently. Epidemiological and clinical features poorly explain why some patients have a shorter time of disabling than others; therefore, more researches about the interaction between the virus and human systems
are needed. Early treatment is recommedal. === Objetivos: determinar a prevalência de características clínico- epidemiológicas e analisar incidência e fatores de risco da progressão para incapacidade física, em pacientes com mielopatia associada ao HTLV-1. Métodos: série de casos admitidos de 01/1998 a 12/2007, em hospital de reabilitação de pacientes, com critérios diagnósticos de HAM/TSP. Em seguida, realizou-se uma coorte histórica para investigação das características clínico-epidemiológicas em prontuário eletrônico. A análise univariada foi feita pela curva de Kaplan-Meier e multivariada pela regressão logística de Cox. Resultados: participaram 206 pacientes, dos quais, 67% eram mulheres, com 53 anos de média de idade, nove anos de média de duração de doença e baixa escolaridade. Os sintomas mais frequentes foram a diminuição da força em membros inferiores, a presença de bexiga neuropática e a constipação intestinal. Os sinais neurológicos foram a hiperreflexia, o sinal de Babinsky, o sinal de Hoffmann e a neuropatia periférica. A
presença de dor, espasticidade muscular e atrofia medular à ressonância nuclear magnética de medula espinhal foram significativamente associadas à duração da doença(p<0,05). O tempo médio de incapacidade para marcha foi de 22,3 anos. Fatores tais como sexo, estado civil, escolaridade, dor neuropática, diabetes, hipertensão,
etilismo e tabagismo, hemotransfusão, cônjuge ou mãe HTLV-1 soropositiva, atrofia da medula espinhal na RNM, não apresentaram influências no prognóstico. Na análise univariada, os marcadores de pior prognósticos foram: espasticidade, idade maior ou igual a 50 e 60 anos, uso de algum apoio para locomoção, com tempo menor ou igual a
uma e três anos, presença de limitações articulares em membros inferiores e nível de lesão neurológica torácica. Na regressão logística de Cox, a idade do início dos sintomas maior ou igual a 60 anos, uso de algum apoio para locomoção com tempo menor ou igual a três anos, presença de limitações articulares em membros inferiores e nível de lesão neurológica torácica se mantiveram como preditores clínicos de
incapacidade para marcha. Conclusão: a HAM/TSP é uma doença progressiva e incapacitante, em que a dor é relatada precocemente, logo no início da sintomatologia, enquanto a atrofia medular torácica e espasticidade surgem em fase mais tardia. O controle da espasticidade pode retardar a incapacidade para marcha em pacientes com HAM/TSP. Faz-se necessário prevenir e melhorar limitações articulares em membros inferiores de pacientes com mielopatia associada ao HTLV-1. Os pacientes com mais de 60 anos têm pior prognóstico, provavelmente relacionado ao efeito cumulativo senescência. A porta de entrada da infecção parece não ter influência na história natural da doença. Poucos fatores clínicos e epidemiológicos explicam os diferentes prognósticos dos pacientes com mielopatia associada ao HTLV-1, e os que iniciam um quadro neurológico com maior gravidade, ou seja, usando o apoio para locomoção precocemente, apresentam incapacidade para marcha em tempo menor. São necessários mais estudos, avaliando as diferentes interações vírus-hospedeiro. O tratamento na fase inicial, principalmente para o subgrupo com maior incapacidade, deve ser o interesse de pesquisas futuras.
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