Summary: | === Introduction: So far, training on occupational health in Brazil has been prepared by occupational health professionals. Nevertheless, for a deep learning, according to the prescriptions of the National Permanent Health Education Policy, it is important to consider the needs and thoughts of the primary care professionals. Objective: To identify the opinion of graduate health professionals working on public primary health care services in Minas Gerais, regarding occupational health. Methods: Transversal
quali-quantitative study divided into 2 stages, conducted in different health regions of the state of Minas Gerais in 2009. Stage 1 consisted of a structured survey answered by 358 doctors, nurses and dentists who were taking a post graduate course offered by the Federal University of Minas Gerais on Primary and Family Health Care. Stage 2 consisted of a Delphi study with participation of 26 health professionals who took the
occupational health program, which is optional within the course. Both stages results were analyzed with SPSS 13.0 version. Results: Professionals recognize their role in the development of the occupational health actions presented in stage 1. In stage 2, they spontaneously cite a great number of actions they see as their responsibility, going beyond the actions prescribed by official training material. However, data analysis
indicates that primary health care professionals develop these actions in a frequency under expectation considering the high level of agreement on its importance and the recognition of the role they play in their development. According to these professionals, reasons for this lie on the difficulties faced, like lack of effective professional training, planning, financial and political support, prioritization of these actions by the Ministry
of Health, deficient referring routes, great number of activities under their
responsibility, etc. Conclusions: Occupational health actions are already part of primary health care routine. It is now necessary to provide these professionals with appropriate tools, technical and political support so as to improve effectiveness and impact of these actions. Some recommendations are made. Professional training is important, but to promote a real change in its development by primary health care, there
must be a national political discussion involving authorities, occupational health reference services and regional health management. === Introdução: Até hoje, as propostas de capacitação em Saúde do Trabalhador para a Atenção Primária das quais se tem registro no Brasil foram pensadas a partir da perspectiva de técnicos da área. Entretanto, para que a formação em saúde cumpra seu papel, de acordo com as premissas da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, é preciso conhecer as necessidades e o que pensam estes profissionais. Objetivo: Identificar a percepção dos profissionais de nível superior que atuam na atenção primária em Minas Gerais quanto ao desenvolvimento de ações de saúde do trabalhador no SUS. Métodos: Estudo transversal quali-quantitativo desenvolvido em duas fases, em diferentes macrorregiões de saúde do estado de Minas Gerais no ano de 2009. Fase 1: aplicação de questionário estruturado a 358 médicos, enfermeiros e odontólogos integrantes do Curso de Especialização em Atenção Básica e Saúde da Família (CEABSF) ofertado pela UFMG. Fase 2: estudo Delphi desenvolvido com 26 profissionais que cursaram o módulo opcional de saúde do trabalhador. Os resultados foram analisados com o Programa SPSS 13.0. Resultados: Os profissionais
reconhecem seu papel no desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador elencadas na fase 1 e na fase 2 elencam espontaneamente um grande número de ações que são de sua responsabilidade, se desdobrando para além das atividades previstas pelo caderno 5
do Ministério da Saúde. Entretanto tais ações são desenvolvidas em uma freqüência inferior à esperada dado o alto nível de concordância quanto à sua importância e o reconhecimento do seu papel. Segundo os profissionais a explicação para este achado perpassa dificuldades vivenciadas hoje pela atenção primária como falta de capacitação
efetiva, planejamento e seus desdobramentos, incentivo financeiro, apoio dos gestores, priorização para estas ações pelo Ministério da Saúde, organização de fluxos e referência técnica efetiva, sobrecarga de atividades, dentre outras. Conclusões: Ações de saúde do trabalhador fazem parte da rotina da atenção primária, falta apenas sistematizar e prover a estes profissionais os instrumentos adequados e o suporte técnico e político necessário para o seu desenvolvimento de forma mais efetiva e resolutiva. São feitas algumas recomendações para o processo de capacitação em saúde do trabalhador. Ressalta-se que a capacitação é importante, mas por si só não será capaz de promover a
mudança no sentido da real incorporação de ações de saúde do trabalhador no SUS. Paralelamente é de suma importância que esta discussão ganhe espaço político e seja inserida na agenda dos gestores nos três níveis de governo, com participação ativa dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador e das Gerências Regionais de Saúde.
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