Summary: | === The present study evaluated the notified cases of tegumentary leishmaniasis in the city of Belo Horizonte, Brazil, with emphasis in the mucous form, focusing on the otorhinolaryngologycal follow-up after specific treatment. The data-base from the Health Council of Belo Horizonte was carried out regarding the cases of American Tegumentary Leishmaniasis in both types cutaneous and mucous forms notified between 2001 and 2008, as well as a clinical assessment of the mucous cases. Out of 745 patients notified, 539 (72%) presented the skin-type, 137 (18%) the mucous-type, and 69 (9%) unidentified types. Contact was tried with the 58 patients with the mucous form who lived in Belo Horizonte. However, incorrect data on their notification cards allowed effective contact with only nine of them, who had been treated with pentavalent antimony at least one year previously. Out of these nine patients, four had been treated five years before, three, between five and ten years before, and two over ten years before. All of them underwent an otolaryngological exam as part of the present study. Nasal endoscopy and biopsy confirmed recurrence in three of the nine assessed cases. In these three cases, the diagnosis was possible due exclusively to the active research done in the current study. In conclusion, the cases of mucous leishmaniasis in Belo Horizonte were not properly notified. The recurrences of the mucous form previously treated with pentavalent antimony occurred more frequently after the first year of treatment. Regular post-treatment monitoring should be adopted in the centers of such zoonosis not only in the first year, as determined by the Health Ministry, but also afterwards. It is suggested a period of at least another four years, taking into account the late recurrences pointed out by this study. === Os casos notificados de leishmaniose tegumentar americana do município de Belo Horizonte, com ênfase na forma mucosa, foram estudados. Os pacientes foram avaliados quanto ao quadro otorrinolaringológico e se haviam sido acompanhados para controle de cura após tratamento específico da forma mucosa. A seleção dos pacientes baseou-se na análise do banco de dados da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte referente aos casos notificados entre 2001 e 2008 de leishmaniose tegumentar americana com as formas cutânea e mucosa. Foram notificados 745 pacientes, sendo 539(72%) forma cutânea, 137(18%) mucosa e 69(9%) não identificados. Dos pacientes com a forma mucosa, contato telefônico foi tentado com os 58 pacientes que residiam em Belo Horizonte. Dados incorretos da ficha de notificação permitiram contato efetivo com nove (16%), que representaram a amostra dos casos examinados de fato. A análise dos dados referentes aos demais 128 pacientes ficou restrita às informações do banco de dados. Os nove pacientes haviam sido tratados com antimoniato de N-metilglucamina há mais de um ano (quatro haviam sido tratados há menos de cinco anos, três entre cinco e 10 anos e dois há mais de 10 anos). Todos foram submetidos a exame otorrinolaringológico. Endoscopia nasal e biópsia confirmaram recidiva em 3/9 casos avaliados. Nos 3 casos, o diagnóstico ocorreu exclusivamente pela busca ativa decorrente do presente estudo. Concluiu-se que, em Belo Horizonte, os casos de leishmaniose mucosa não estão sendo adequadamente notificados e recidiva de casos previamente tratados com antimoniato de N-metilglucamina confirmou-se como frequente, ocorrendo após o primeiro ano de tratamento. Busca ativa para o acompanhamento, priorizando o exame otorrinolaringológico, deveria ser uma medida adotada nos centros de referência e tratamento desta antropozoonose. Sugere-se o acompanhamento no primeiro ano após o tratamento, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, e por mais quatro anos, devido às recidivas tardias que são frequentes, como evidenciado no presente estudo.
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