Correlação anatomoclínica: estudo sobre a contribuição da necropsia como método diagnóstico no Hospital das Clínicas da UFMG
=== Introdução. As taxas de realização de necropsias hospitalares diminuíram em todo o mundo, tendo chegado a níveis criticamente baixos no HC-UFMG, particularmente em relação a procedimentos em adultos e pacientes pediátricos. Entre as causas aventadas para tal declínio, menciona-se com freqüência...
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Universidade Federal de Minas Gerais
2007
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ndltd-IBICT-oai-bibliotecadigital.ufmg.br-MTD2BR-ECJS-73BHJ92019-01-21T17:53:54Z Correlação anatomoclínica: estudo sobre a contribuição da necropsia como método diagnóstico no Hospital das Clínicas da UFMG Daniel Ribeiro Moreira Ana Maria Arruda Lana Persio Godoy Vicente de Paula Antunes Teixeira Geraldo Brasileiro Filho Introdução. As taxas de realização de necropsias hospitalares diminuíram em todo o mundo, tendo chegado a níveis criticamente baixos no HC-UFMG, particularmente em relação a procedimentos em adultos e pacientes pediátricos. Entre as causas aventadas para tal declínio, menciona-se com freqüência que o desenvolvimento de novas técnicas diagnósticas ocorrido nas últimas décadas teria diminuído a necessidade de necropsia. A influência de atitudes desfavoráveis dos médicos em relação ao procedimento também é considerada. Objetivos. Avaliar se os avanços tecnológicos empregados atualmente na prática clínica diminuíram a necessidade de necropsia no HC-UFMG. Através de estudo de correlação anatomoclínica, determinar as taxas de discordância entre diagnósticos clínicos e necroscópicos em duas épocas. Avaliar a atitude dos médicos da instituição em relação à necropsia. Materiais e métodos. Procedeu-se a correlação anatomoclínica entre diagnósticos clínicos e necroscópicos em amostras aleatoriamente selecionadas de 80 necropsias realizadas em pacientes do HC-UFMG realizadas na década de 70 e 80 necropsias realizadas na década de 90. O grau de discordância entre os diagnósticos foi qualificado em total, parcial ou ausente e suas taxas de ocorrência comparadas nas duas épocas. Um questionário foi aleatoriamente distribuído entre médicos do HC-UFMG, abordando as atitudes dos profissionais em relação à necropsia. Resultados. Houve predomínio absoluto de necropsias pediátricas e de adultos na amostra referente à década de 70, com apenas três casos de necropsias perinatais. Estas predominaram na década de 90, com taxa de discordância de 56%, com maior freqüência de discordâncias parciais e maior ocorrência de malformações congênitas, parcialmente identificadas em vida. A correlação anatomoclínica revelou concordância completa entre diagnósticos clínicos e necroscópicos na maior parte das necropsias pediátricas da amostra referente à década de 70, o inverso ocorrendo na amostra referente à década de 90. As taxas de discordância diagnóstica não apresentaram alterações significativas de uma época para a outra em relação às necropsias de adultos: 68% na década de 70 e 57% na década de 90. Infecções bacterianas e tromboembolismo pulmonar foram condições não diagnosticadas clinicamente que predominaram na amostra referente à década de 70; na década de 90, os diagnósticos necroscópicos não formulados em vida formaram grupo mais heterogêneo de doenças. A análise das respostas ao questionário revelou predomínio de atitude favorável em relação à necropsia entre os médicos do HC-UFMG, tendo sido manifestadas com freqüência dificuldades em relação à abordagem das famílias de pacientes falecidos para solicitar autorização de necropsia. Conclusões. Não houve modificação ao longo do tempo da utilidade da necropsia no HC-UFMG, a despeito de sua restrita utilização na atualidade. Sua prática necessita de incentivo e revitalização para que se minimizem os efeitos deletérios da ausência de necropsias pediátricas e de adultos sobre o ensino médico, a pesquisa e o controle de qualidade da assistência prestada na instituição. 2007-02-28 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/1843/ECJS-73BHJ9 por info:eu-repo/semantics/openAccess text/html Universidade Federal de Minas Gerais 32001010019P3 - PATOLOGIA UFMG BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais instacron:UFMG |
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=== Introdução. As taxas de realização de necropsias hospitalares diminuíram em todo o mundo, tendo chegado a níveis criticamente baixos no HC-UFMG, particularmente em relação a procedimentos em adultos e pacientes pediátricos. Entre as causas aventadas para tal declínio, menciona-se com freqüência que o desenvolvimento de novas técnicas diagnósticas ocorrido nas últimas décadas teria diminuído a necessidade de necropsia. A influência de atitudes desfavoráveis dos médicos em relação ao procedimento também é considerada.
Objetivos. Avaliar se os avanços tecnológicos empregados atualmente na prática clínica diminuíram a necessidade de necropsia no HC-UFMG. Através de estudo de correlação anatomoclínica, determinar as taxas de discordância entre diagnósticos clínicos e necroscópicos em duas épocas. Avaliar a atitude dos médicos da instituição em relação à necropsia.
Materiais e métodos. Procedeu-se a correlação anatomoclínica entre diagnósticos clínicos e necroscópicos em amostras aleatoriamente selecionadas de 80 necropsias realizadas em pacientes do HC-UFMG realizadas na década de 70 e 80 necropsias realizadas na década de 90. O grau de discordância entre os diagnósticos foi qualificado em total, parcial ou ausente e suas taxas de ocorrência comparadas nas duas épocas. Um questionário foi aleatoriamente distribuído entre médicos do HC-UFMG, abordando as atitudes dos profissionais em relação à necropsia.
Resultados. Houve predomínio absoluto de necropsias pediátricas e de adultos na amostra referente à década de 70, com apenas três casos de necropsias perinatais. Estas predominaram na década de 90, com taxa de discordância de 56%, com maior freqüência de discordâncias parciais e maior ocorrência de malformações congênitas, parcialmente identificadas em vida. A correlação anatomoclínica revelou concordância completa entre diagnósticos clínicos e necroscópicos na maior parte das necropsias pediátricas da amostra referente à década de 70, o inverso ocorrendo na amostra referente à década de 90. As taxas de discordância diagnóstica não apresentaram alterações significativas de uma época para a outra em relação às necropsias de adultos: 68% na década de 70 e 57% na década de 90. Infecções bacterianas e tromboembolismo pulmonar foram condições não diagnosticadas clinicamente que predominaram na amostra referente à década de 70; na década de 90, os diagnósticos necroscópicos não formulados em vida formaram grupo mais heterogêneo de doenças. A análise das respostas ao questionário revelou predomínio de atitude favorável em relação à necropsia entre os médicos do HC-UFMG, tendo sido manifestadas com freqüência dificuldades em relação à abordagem das famílias de pacientes falecidos para solicitar autorização de necropsia.
Conclusões. Não houve modificação ao longo do tempo da utilidade da necropsia no HC-UFMG, a despeito de sua restrita utilização na atualidade. Sua prática necessita de incentivo e revitalização para que se minimizem os efeitos deletérios da ausência de necropsias pediátricas e de adultos sobre o ensino médico, a pesquisa e o controle de qualidade da assistência prestada na instituição. |
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