Eros e Tânatos na poética de Federico García Lorca e Cecília Meireles

=== This study explores the mythical imaginary of Eros and Thanatos in the poetry by Federico Garcia Lorca and by Cecília Meireles. It aims to investigate thematic and formal relations of love and death in the symbolic reinvention of both. The myth ballast fertilizes and recovers both writers'...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Soraya Borges Costa
Other Authors: Marcos Antonio Alexandre
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2015
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/ECAP-9U5HHP
Description
Summary:=== This study explores the mythical imaginary of Eros and Thanatos in the poetry by Federico Garcia Lorca and by Cecília Meireles. It aims to investigate thematic and formal relations of love and death in the symbolic reinvention of both. The myth ballast fertilizes and recovers both writers' poetries expressing psychological anguish and spiritual wonders related to desire and to finishing. In a particular way, each one of the writers creates a drama of symbols to figure love and death in their precariousness, incompatibility, and in their condition of ideality and fortune which makes unhappy and rejoices the Being. Therefore, the articulation of Eros and Thanatos, their encounters and fissures, their affinities and tensions, erect a mythopoetic of love and death which expresses motives, images and meanings. By creating other archetypes the Spanish and Brazilian poets forge two distinct situations: in one side the shock, the fight, the duel of Eros and Thanatos based on the antithesis which keeps the oppression alive; in the other hand, the union, the conciliation between love and death based on the synthesis which focuses on totality and integration. That is why the myth is alive. In human's psychological life, myths represent an emblem of different tendencies from perversion to sublimation. Furthermore, Lorca and Meireles' poetries, Eros and Thanatos' relation tends to gravitate in the extremes: from destruction to totality, from separation to integration, to finity to transcendency, from antithesis to synthesis, then, from shock to conciliation. The whole symbolism occurs by the by the comparative exercise of mythocriticism based on criticism of imaginary, such as anthropological theory of imaginary, according to Gilbert Durand's work. The theoretical instrument proposed by Durand refers to the dynamism which creates imagination and directive strength of myths in representative productions of culture of all times. Besides the subsidy of hermeneutics of symbols, this current research also reports to comparitive literature procedures and to investigative works about Eros and Thanatos developed by Georges Bataille and Sigmund Freud, the erotic impetus and the destruction impetus. Thus, the study of symbolic reinvention of love and death in these writers's poetry presents points of proximities and dissonances. Although the symbolic myth gestation brings them closer and marks boundaries of junctions, the elaboration which expresses the myth separates them. In Federico Garcia Lorca's poems, the resumption, most of the times, intensifies an impotence of the poetry within a world which disclaims it; meanwhile the archetypal matrix in Cecilia Meirele's poems estabilishes in poetic space a fragile exit facing the hostile reality by forging atemporal in ephemeral reality. === Este estudo explora o imaginário mítico de Eros e Tânatos na poesia de Federico García Lorca e Cecília Meireles. O objetivo é investigar as relações temáticas e formais do amor e da morte na reinvenção simbólica de ambos. O lastro do mito fertiliza e reveste suas poéticas exprimindo as angústias psicológicas e as inquietações do espírito relativas ao desejo e ao acabamento. Ao seu modo, cada qual tece um drama de símbolos representando o amor e a morte em sua precariedade, em sua incompatibilidade, em sua condição de idealidade e ventura que infelicitam o ser e o fazem rejubilar-se. Assim, a articulação de Eros e Tânatos, seus encontros e fissuras, suas afinidades e tensões, erigem uma mitopoética constelando motivos, imagens e sentidos. Ao remitologizar esses arquétipos, o poeta espanhol e a brasileira forjam duas situações distintas: por um lado, o embate, a luta, o duelo de Eros e Tânatos ancorado na antítese que mantém viva a opressão; e, por outro lado, a união, a conciliação do amor e da morte ancorada na síntese que tem em mira a totalidade ou a integração. É por isso que o mito vive. Na vida psíquica do homem, os mitos emblemam tendências opostas que vão da perversão à sublimação. Por conseguinte, na poética lorquiana e ceciliana, a relação de Eros e Tânatos tende a gravitar nesses extremos, da destruição à totalidade, da separação à integração, da finitude à transcendência, da antítese à síntese, enfim, do embate à conciliação. Todo esse simbolismo desenreda-se mediante o exercício comparado da mitocrítica que se funda nos aportes da crítica do imaginário, segundo os trabalhos de Gilbert Durand. Esse instrumental teórico referenda o dinamismo criador da imaginação e a força diretiva dos mitos nas produções representativas da cultura de todos os tempos. Além dos aportes da hermenêutica simbólica, a pesquisa reporta-se aos procedimentos da literatura comparada e aos trabalhos investigativos de Georges Bataille e Sigmund Freud sobre Eros e Tânatos, o impulso erótico e o impulso de destruição. Isso posto, o estudo da reinvenção simbólica do amor e da morte nessas poéticas exibe aproximações e dissonâncias. Ainda que a prenhez simbólica do mito os aproxime demarcando encontros, a elaboração que resulta na expressão do mito distancia-os. Em Federico García Lorca, a retomada, muitas vezes, acirra a impotência da poesia diante do mundo que a renega; enquanto a matriz arquetípica em Cecília Meireles, ao forjar o intemporal no real efêmero, instaura no espaço poético uma saída frágil em face da realidade adversa.