Literatura e política: a representação das elites pós-coloniais africanas em Chinua Achebe e Pepetela
=== Esta tese apresenta um estudo crítico e comparativo dos romances No Longer at Ease (1960) e A Man of the People (1966), do escritor nigeriano Chinua Achebe, e de A geração da utopia (1992) e Predadores (2005), do angolano Pepetela. Por meio da análise dos contextos histórico, geográfico, políti...
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Universidade Federal de Minas Gerais
2012
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ndltd-IBICT-oai-bibliotecadigital.ufmg.br-MTD2BR-ECAP-8WWJDP2019-01-21T17:54:34Z Literatura e política: a representação das elites pós-coloniais africanas em Chinua Achebe e Pepetela Fernanda Alencar Pereira Eliana Lourenco de Lima Reis Rita Olivieri-Godet Glaucia Renate Goncalves Maria Zilda Ferreira Cury Maria Nazareth Soares Fonseca Jose de Paiva dos Santos Anderson Bastos Martins Esta tese apresenta um estudo crítico e comparativo dos romances No Longer at Ease (1960) e A Man of the People (1966), do escritor nigeriano Chinua Achebe, e de A geração da utopia (1992) e Predadores (2005), do angolano Pepetela. Por meio da análise dos contextos histórico, geográfico, político e literário que circundam e perpassam a tessitura dos referidos romances, propomos mostrar como ambos os escritores africanos apropriam-se do romance, gênero cosmopolita por excelência, para adaptá-lo às condições locais de produção do romance na África pós-colonial, de modo a expressar literariamente o (des)encontro entre metrópole e pós-colônia e o processo de (re)construção da nova nação. O que nos interessa nesses romances é refletir sobre que tipos de negociações e concessões os narradores precisam fazer para contar suas histórias. Para isso, estudamos o estatuto do narrador, a configuração dos personagens, a transformação do processo social em forma literária, a representação da nação e a linguagem convocada pelos autores para representar tal realidade. Enfocamos primordialmente os personagens que representam os novos 'burgueses' da fase póscolonial da Nigéria e de Angola, os quais fazem parte da nova classe social, responsável pela esfera burocrática que surge nos países africanos depois dos processos de independência, a partir dos anos 1960. A escolha de Pepetela para dialogar com Achebe fundamenta-se na proximidade de estilo literário apresentado pelos dois autores e pela afinidade que demonstram na eleição dos temas tratados em suas obras. Ambos são observadores perspicazes das realidades de seus países e utilizam linguagem afiada, repleta de sutil ironia. Propomos, portanto, averiguar a tese de que existe uma articulação entre o tema da ascensão dos personagens corruptos, membros das novas elites burguesas, e as modificações progressivas das narrativas analisadas, na medida em que passamos da leitura dos romances cujos enredos representam momentos anteriores às independências para a leitura dos romances que encenam contextos posteriores a elas. Partindo da análise dos componentes identitários e linguísticos, investigamos os pontos de confluência e de distanciamento entre as obras de Achebe e Pepetela, na representação das realidades pós-coloniais 2012-08-03 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://hdl.handle.net/1843/ECAP-8WWJDP por info:eu-repo/semantics/openAccess text/html Universidade Federal de Minas Gerais 32001010056P6 - LETRAS: ESTUDOS LITERÁRIOS UFMG BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais instacron:UFMG |
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=== Esta tese apresenta um estudo crítico e comparativo dos romances No Longer at Ease (1960) e A Man of the People (1966), do escritor nigeriano Chinua Achebe, e de A geração da utopia (1992) e Predadores (2005), do angolano Pepetela. Por meio da análise dos contextos histórico, geográfico, político e literário que circundam e perpassam a tessitura dos referidos romances, propomos mostrar como ambos os escritores africanos apropriam-se do romance, gênero cosmopolita por excelência, para adaptá-lo às condições locais de produção do romance na África pós-colonial, de modo a expressar literariamente o (des)encontro entre metrópole e pós-colônia e o processo de (re)construção da nova nação. O que nos interessa nesses romances é refletir sobre que tipos de negociações e concessões os narradores precisam fazer para contar suas histórias. Para isso, estudamos o estatuto do narrador, a configuração dos personagens, a transformação do processo social em forma literária, a representação da nação e a linguagem convocada pelos autores para representar tal realidade. Enfocamos primordialmente os personagens que representam os novos 'burgueses' da fase póscolonial da Nigéria e de Angola, os quais fazem parte da nova classe social, responsável pela esfera burocrática que surge nos países africanos depois dos processos de independência, a partir dos anos 1960. A escolha de Pepetela para dialogar com Achebe fundamenta-se na proximidade de estilo literário apresentado pelos dois autores e pela afinidade que demonstram na eleição dos temas tratados em suas obras. Ambos são observadores perspicazes das realidades de seus países e utilizam linguagem afiada, repleta de sutil ironia. Propomos, portanto, averiguar a tese de que existe uma articulação entre o tema da ascensão dos personagens corruptos, membros das novas elites burguesas, e as modificações progressivas das narrativas analisadas, na medida em que passamos da leitura dos romances cujos enredos representam momentos anteriores às independências para a leitura dos romances que encenam contextos posteriores a elas. Partindo da análise dos componentes identitários e linguísticos, investigamos os pontos de confluência e de distanciamento entre as obras de Achebe e Pepetela, na representação das realidades pós-coloniais |
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