Summary: | === O tema da longevidade é abordado desde os primórdios, na Grécia Antiga, até os dias de hoje. No início, como parte do conjunto de transformações naturais que ocorrem durante a vida dos seres, era através do par de opostos juventude e velhice, que os poetas percebiam a duração da vida, ora mais curta, ora mais longa. Não obstante, na poesia também encontramos traços dos princípios elementares, característicos de uma e outra idade, como o declínio do corpo, a relação da morte com o frio e o da vida com o quente. Os textos de filosofia natural, especificamente os de Aristóteles, nos trazem uma abordagem diversa daquela dos poetas, ainda que os contextos das narrativas e das argumentações da poesia e da filosofia não se encontrem diretamente na abordagem do tema da longevidade por elas. Sendo assim, pretendemos apresentar este trabalho em dois momentos: no primeiro, identificaremos nos textos dos mais importantes poetas clássicos gregos, considerando as partes onde eles abordam direta ou indiretamente o tema da juventude e da velhice enquanto duração da vida, qual a relação do povo grego com a duração da vida e como o passar do tempo era entendido por eles; no segundo, através da tradução do tratado Sobre a Longevidade e a Brevidade da vida, apontaremos as causas que levam uns seres a viverem mais e outros menos, segundo a perspectiva da filosofia de Aristóteles.
Para concluir, identificadas as diferenças textuais e de conteúdo, e tendo entendido que na poesia, ainda que haja um desenvolvimento racional acerca do fenômeno da vida, não há nenhum tipo de investigação direta sobre as causas de uns seres viverem mais e outros menos, tentamos pensar, a partir das causas fisiológicas apresentadas por Aristóteles, as diferenças dos discursos apresentados na poesia, na medicina e na filosofia gregas e suas relações mais diretas no que diz respeito ao pensamento lógico e ao método de investigação existente desde os primórdios.
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