Summary: | === BACKGROUND: Chronic hepatitis B (CHB) and schistosomiasis are prevalent in several countries, but the impact of this association is unknown. We aimed to investigate the prevalence and the morbidity of this coinfection. METHODS: 406 adults with CHB (HBsAg positive > 6 months) were included in a cross-sectional study. CHB was classified as replicative (HBVDNA 2,000 IU/ml) HBeAg-positive or -negative, and inactive or low replicative (HBVDNA < 2,000 IU/ml). Schistosomiasis was classified as hepatosplenic (HSS) or non-HSS. Liver biopsies were scored by METAVIR. Multivariate analysis estimated the risk of severe fibrosis (METAVIR F3-4). RESULTS: 263/406 (64.8%) were male, median age 45 years (IQR 35-54). 235/406 (57.9%) had replicative CHB (66.4% HBeAg-negative, 33.6% -positive). 128 (31.5%) had cirrhosis. Schistosomiasis was confirmed in 124/406 (30.5%), being 81.5% male, median age 47 years (IQR 39.5-54). 86/124 (69.4%) had HSS. 61.3% and 38.7% coinfected had replicative and inactive CHB, respectively. Patients with CHB replicative and HSS had more advanced fibrosis and severe inflammation as compared to patients without HSS (80.8% vs. 43.6% for METAVIR F3-F4, p<0.01; 64.0% vs. 39.8% for METAVIR A2-A3, p<0.01). In patients with replicative CHB, age > 50 years (OR=1.10; 95% CI 1.06-1.14, p<0.001), male gender (OR=2.61, 95% CI 1.12-6.09, p=0.03), HSS (OR=4.56, 95% CI 2.10-9.91, p<0.001) and alcoholism (OR=2.46, 95% CI 1.16-5.19, p=0.02) were independently associated with cirrhosis. CONCLUSIONS: The association between replicative CHB and HSS is a risk factor for severe liver fibrosis, which can result in deleterious outcomes for patients from endemic areas. === INTRODUÇÃO: A hepatite B crônica e a esquistossomose são prevalentes em vários países, contudo o impacto desta associação não é conhecido. Este estudo avaliou a prevalência e a morbidade desta coinfecção. MÉTODOS: 406 adultos com hepatite B crônica (HBsAg positivo > 6 meses) foram incluídos em estudo transversal. Classificou-se a hepatite B crônica como replicativa (HBVDNA 2.000 UI/ml) HBeAg positivo ou negativo, e inativa ou de baixa replicação (HBVDNA < 2.000 UI/ml). A esquistossomose foi classificada como formas hepatesplênica (EHE) e não EHE. Biópsias hepáticas foram classificadas por METAVIR. Estimou-se o risco de fibrose acentuada (METAVIR F3-4) por análises uni e multivariada. RESULTADOS: 263/406 (64,8%) eram masculinos, mediana de idade 45 anos (IIQ 35-54). 235/406 (57,9%) tinham hepatite B replicativa (66,4% HBeAg-negativo, 33,6% -positivo). 128 (31,5%) eram cirróticos. Confirmou-se esquistossomose em 124/406 (30,5%), sendo 81,5% homens, mediana de idade 47 anos (IIQ 39,5-54). 86/124 (69,4%) tinham EHE. 61,3% e 38,7% dos pacientes coinfectados tinham hepatite B replicativa e inativa, respectivamente. Pacientes com hepatite B replicativa e EHE apresentaram fibrose hepática e inflamação mais acentuadas quando comparados aos pacientes sem EHE (80,8% vs. 43,6% para METAVIR F3-F4, p<0,01; 64,0% vs. 39,8% para METAVIR A2-A3, p<0.01). Idade > 50 anos (OR=1,10, IC 95% 1,06-1,14, p<0,001), sexo masculino (OR=2,61, IC 95% 1,12-6,09, p=0,03), EHE (OR=4,56, IC 95%; 2,10-9,91; p<0,001) e alcoolismo (OR=2,46; IC 95%; 1,16-5,19; p=0,02) foram fatores independentemente associados à cirrose em pacientes com hepatite B crônica replicativa. CONCLUSÕES: A associação de hepatite B crônica replicativa e esquistossomose mansoni, forma EHE, é fator de risco para fibrose hepática acentuada, o que pode resultar em desfechos deletérios para pacientes de áreas endêmicas.
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