Padrões de diversidade, composição florística e estrutura de comunidades de plantas em afloramentos rochosos, Quadrilátero Ferrífero, Brasil
=== Os afloramentos rochosos representam ambientes muito antigos que sustentam uma flora relictual, geralmente condicionada por fatores microclimáticos, edáficos e topográficos. As formações vegetais que crescem sobre diferentes tipos rochosos nas montanhas do leste do Brasil constituem importantes...
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Universidade Federal de Minas Gerais
2014
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=== Os afloramentos rochosos representam ambientes muito antigos que sustentam uma flora relictual, geralmente condicionada por fatores microclimáticos, edáficos e topográficos. As formações vegetais que crescem sobre diferentes tipos rochosos nas montanhas do leste do Brasil constituem importantes centros de diversidade de plantas. Entretanto, ainda são escassos os estudos quantitativos que investigaram os fatores edáficos nos sistemas rochosos brasileiros. O objetivo geral desta tese foi explorar padrões de diversidade e estrutura de comunidades de plantas e relacioná-los aos padrões edáficos/topográficos dos afloramentos rochosos, identificando diferenças ecológicas entre as comunidades sobre canga, quartzito, granito e gnaisse localizados no Quadrilátero Ferrífero, MG. O Capítulo 1 investigou a distribuição geográfica e os domínios fitogeográficos de 980 espécies inventariadas nas cangas. Em comparação aos sistemas quartzíticos, principalmente os inseridos na Cadeia do Espinhaço, pode-se distinguir a vegetação das cangas pela maior influência de elementos florísticos do domínio Atlântico, maior frequêcia de sinúsias formadas por árvores e arbustos e riqueza elevada de espécies de gêneros como Solanum e Cattleya. Essa distinção parece correlacionar-se com a localização geográfica do Quadrilátero e com as características geomorfológicas e mineralógicas das cangas. O Capítulo 2 apresentou uma lista florística da vegetação em granito, gnaisses e quartzitos. Foram encontradas 704 espécies. As famílias com maior número de espécies foram Asteraceae (108), Poaceae (86), Orchidaceae (47), Cyperaceae (37), Melastomataceae (35), Fabaceae (32), Rubiaceae (27), Myrtaceae (18), Apocynaceae e Bromeliaceae (14 cada) e Verbenaceae (13). As formas de crescimento predominantes foram as ervas (50%), seguida pelos subarbustos (20%), arbustos (18%) e trepadeiras (6%). Foram encontradas 15 espécies raras, a maioria com distribuição geográfica restrita ao Quadrilátero Ferrífero. O Capítulo 3 objetivou mensurar os efeitos em escala fina da heterogeneidade topográfica de afloramentos rochosos nas comunidades de plantas. Este trabalho representou um dos primeiros estudos empíricos a demonstrar que variações centimétricas da superfície rochosa promoveram alterações na diversidade e estrutura das comunidades. O Capítulo 4 investigou se a composição de espécies de Asteraceae e de Poaceae pode ser influenciada pelas propriedades de solos desenvolvidos sobre diferentes afloramentos. Os solos de 10 afloramentos foram classificados como fortemente ácidos e com níveis muito baixos de fertilidade e de concentração de elementos-traço. Foram encontradas algumas diferenças marcantes entre a constituição físico-química dos solos, separando os desenvolvidos sobre as cangas, com elevadas concentrações de Fe e Mn, dos solos desenvolvidos sobre quartzitos e granitóides, com altos valores de saturação de alumínio. Entretanto, a composição de Asteraceae e Poaceae não apresentou padrões nítidos em resposta à fertilidade do solo. O Capítulo 5 também investigou os padrões de diversidade e estrutura de comunidades de plantas em diferentes afloramentos rochosos. Porém, foram utilizados desenho amostral, ferramentas de análise e escala (maior) diferentes dos adotados no Capítulo 3. As comunidades associadas ao granito e as gnaisses foram as menos diversas. Entre as cangas e os quartzitos, não houve um padrão claro, com variações dependendo do parâmetro alfa do perfil de diversidade. As análises de ordenação posicionaram de forma agregada os afloramentos de mesma origem geológica. As cangas abrigaram a maior biomassa de plantas com distribuição restrita ao Quadrilátero Ferrífero, seguidas pelos quartzitos, gnaisses e pelo granito. |
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ndltd-IBICT-oai-bibliotecadigital.ufmg.br-MTD2BR-BUOS-9PAKPW2019-01-21T18:08:41Z Padrões de diversidade, composição florística e estrutura de comunidades de plantas em afloramentos rochosos, Quadrilátero Ferrífero, Brasil Flavio Fonseca do Carmo Claudia Maria Jacobi Os afloramentos rochosos representam ambientes muito antigos que sustentam uma flora relictual, geralmente condicionada por fatores microclimáticos, edáficos e topográficos. As formações vegetais que crescem sobre diferentes tipos rochosos nas montanhas do leste do Brasil constituem importantes centros de diversidade de plantas. Entretanto, ainda são escassos os estudos quantitativos que investigaram os fatores edáficos nos sistemas rochosos brasileiros. O objetivo geral desta tese foi explorar padrões de diversidade e estrutura de comunidades de plantas e relacioná-los aos padrões edáficos/topográficos dos afloramentos rochosos, identificando diferenças ecológicas entre as comunidades sobre canga, quartzito, granito e gnaisse localizados no Quadrilátero Ferrífero, MG. O Capítulo 1 investigou a distribuição geográfica e os domínios fitogeográficos de 980 espécies inventariadas nas cangas. Em comparação aos sistemas quartzíticos, principalmente os inseridos na Cadeia do Espinhaço, pode-se distinguir a vegetação das cangas pela maior influência de elementos florísticos do domínio Atlântico, maior frequêcia de sinúsias formadas por árvores e arbustos e riqueza elevada de espécies de gêneros como Solanum e Cattleya. Essa distinção parece correlacionar-se com a localização geográfica do Quadrilátero e com as características geomorfológicas e mineralógicas das cangas. O Capítulo 2 apresentou uma lista florística da vegetação em granito, gnaisses e quartzitos. Foram encontradas 704 espécies. As famílias com maior número de espécies foram Asteraceae (108), Poaceae (86), Orchidaceae (47), Cyperaceae (37), Melastomataceae (35), Fabaceae (32), Rubiaceae (27), Myrtaceae (18), Apocynaceae e Bromeliaceae (14 cada) e Verbenaceae (13). As formas de crescimento predominantes foram as ervas (50%), seguida pelos subarbustos (20%), arbustos (18%) e trepadeiras (6%). Foram encontradas 15 espécies raras, a maioria com distribuição geográfica restrita ao Quadrilátero Ferrífero. O Capítulo 3 objetivou mensurar os efeitos em escala fina da heterogeneidade topográfica de afloramentos rochosos nas comunidades de plantas. Este trabalho representou um dos primeiros estudos empíricos a demonstrar que variações centimétricas da superfície rochosa promoveram alterações na diversidade e estrutura das comunidades. O Capítulo 4 investigou se a composição de espécies de Asteraceae e de Poaceae pode ser influenciada pelas propriedades de solos desenvolvidos sobre diferentes afloramentos. Os solos de 10 afloramentos foram classificados como fortemente ácidos e com níveis muito baixos de fertilidade e de concentração de elementos-traço. Foram encontradas algumas diferenças marcantes entre a constituição físico-química dos solos, separando os desenvolvidos sobre as cangas, com elevadas concentrações de Fe e Mn, dos solos desenvolvidos sobre quartzitos e granitóides, com altos valores de saturação de alumínio. Entretanto, a composição de Asteraceae e Poaceae não apresentou padrões nítidos em resposta à fertilidade do solo. O Capítulo 5 também investigou os padrões de diversidade e estrutura de comunidades de plantas em diferentes afloramentos rochosos. Porém, foram utilizados desenho amostral, ferramentas de análise e escala (maior) diferentes dos adotados no Capítulo 3. As comunidades associadas ao granito e as gnaisses foram as menos diversas. Entre as cangas e os quartzitos, não houve um padrão claro, com variações dependendo do parâmetro alfa do perfil de diversidade. As análises de ordenação posicionaram de forma agregada os afloramentos de mesma origem geológica. As cangas abrigaram a maior biomassa de plantas com distribuição restrita ao Quadrilátero Ferrífero, seguidas pelos quartzitos, gnaisses e pelo granito. 2014-02-26 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9PAKPW por info:eu-repo/semantics/openAccess text/html Universidade Federal de Minas Gerais 32001010036P5 - ECOLOGIA (CONSERVAÇÃO E MANEJO DA VIDA SILVESTRE) UFMG BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais instacron:UFMG |