Summary: | === People with hemiparesis excessively use trunk compensatory movements to perform the movements of reaching and grasping with their paretic upper limb (UL). Trunk restraint associated with constraint-induced movement therapy (CIMT) could improve the UL kinematics. This randomized clinical trial tested the hypothesis that home-based modified CIMT, plus trunk restraints were superior to modified CMIT alone in improving function, strength, kinematics, and quality of life with chronic stroke subjects. In addition, the influences of previous UL dominance on the results were also investigated. The subjects were randomly assigned into experimental (EG) or control (CG) groups. To observe the influences of previous UL dominance, the participants were further divided into a dominant group (paretic UL was previously the dominant) and a non-dominant group (paretic UL was not previously the dominant). The EG undertook three hours/day of CIMT plus trunk restraints to prevent trunk displacements, five days/week over two weeks, while the controls only undertook the same doses of CIMT. At baseline, immediately after the interventions, and four and 12 weeks after the cessation of the interventions, outcome measures were collected by researchers blinded to group allocations. The interventions were delivered in the individuals homes by trained physical therapists and the protocol included shaping, task practice, and the transfer packages. Outcomes included measures of UL function and dexterity during unimanual activities (Motor Activity Log - MAL-Brazil, and Wolf Motor Function Test - WMFT-Brazil) and bilateral activities (Bilateral Activity Assessment Scale - BAAS); strength; reaching kinematics; and quality of life. Statistical analyses were carried out by an independent investigator. Intention-to-treat analyses were employed. Twenty-two subjects participated with a mean age of 59.2±8.6 years and a mean time since the onset of the stroke of 80.8±49.1 months. They had moderate impairments, as determined by mean Fugl Meyer scores of 47.7±8.0. Repeated measure ANOVAS revealed no interaction effects for any of the outcome measures. However, main effects of the interventions were observed for the MAL amount of use and quality of movement, and the BAAS. These gains were maintained during both follow-ups. When previous UL dominance was considered, the maintenance of the gains regarding the MAL scores was observed only for the dominant group. The findings showed that the addition of trunk restraint did not result in further benefits. Improvements in the paretic UL performance were reported, which are important parameters to be considered during rehabilitation. In addition, carry-over effects of the unilateral gains to bilateral tasks were observed. The dominance prior to stroke positively interfered the maintenance of the unimanual gains. The findings that the group who had their non-dominant UL affected returned to the use of their dominant non-paretic UL during daily activities, suggested that close follow-ups are necessary for these individuals to avoid unwanted tissue adaptations and disuse of their paretic UL. The absence of kinematic changes reinforces that CIMT has the potential to promote functional gains without reinforcing compensatory movement patterns. === Indivíduos hemiparéticos utilizam excessivamente movimentos compensatórios do tronco para realizar movimentos de alcance e manipulação com o membro superior (MS) parético. A restrição de tronco associada à terapia por contensão induzida (TCI) poderia produzir melhora na cinemática do alcance. Este ensaio clínico randomizado testou a hipótese de que a adição da restrição do tronco à TCI, comparada com apenas a TCI, resultaria em maiores ganhos na função, força muscular, cinemática, e qualidade de vida em hemiparéticos crônicos. Além disso, a influência da dominância prévia do MS foi também investigada. Os participantes foram aleatoriamente alocados no grupo experimental (GE) ou controle (GC) e, posteriormente, divididos em grupos dominante (MS parético era previamente o dominante) e não dominante. O GE recebeu TCI associada com restrição de tronco 3 horas/dia, 5 dias/semana durante 2 semanas, enquanto o GC recebeu a mesma dose de TCI apenas. Medidas de desfecho foram coletadas antes, após as intervenções e com um e três meses de follow-up por pesquisadores mascarados em relação à alocação dos grupos. As intervenções foram realizadas nos domicílios dos participantes por fisioterapeutas treinados e o protocolo incluiu shaping, task practice e pacote de transferência. Os desfechos incluíram medidas de função e destreza do MS em atividades unimanuais (Motor Activity Log - MAL-Brasil, e Wolf Motor Function Test - WMFT-Brasil) e bimanuais (Bilateral Activity Assessment Scale - BAAS); força muscular; cinemática do movimento do alcance; e qualidade de vida. As análises estatísticas foram realizadas por um pesquisador independente, mascarado em relação à alocação dos grupos, sendo utilizada a análise de intenção de tratar. Participaram do estudo 22 hemiparéticos com média de idade de 59,2±8,6anos e tempo de evolução pós AVE de 80,8±49,meses. Eles apresentavam comprometimento moderado do MS, determinado pelo escore de 47,7±8,0 na escala de Fugl Meyer. ANOVAS com medidas repetidas revelaram ausência de interação para todas as medidas avaliadas. Entretanto, efeitos principais das intervenções foram observados para o MAL-quantidade de uso e qualidade do movimento e escore quantitativo do BAAS. Estes ganhos foram mantidos nos follow-ups. Quando a dominância foi considerada, observou-se que os ganhos no MAL foram mantidos apenas no grupo cuja dominância prévia era o lado parético. Os dados demonstraram que a adição da restrição de tronco não resultou em benefícios superiores. Melhoras no desempenho do MS parético foram relatadas pelos indivíduos, o que é um importante parâmetro a ser considerado no processo de reabilitação. Além disso, transferências dos ganhos unilaterais para as atividades bilaterais foram observadas. A dominância prévia interferiu positivamente na manutenção dos ganhos unimanuais. O fato de o grupo cujo MS parético não era o dominante ter retornado a utilizar o MS dominante não-parético em atividades diárias, sugere que acompanhamentos mais próximos são necessários nesses casos para evitar adaptações teciduais indesejadas e retorno ao desuso do MS parético. A ausência de alterações cinemáticas reforça que a TCI tem o potencial de promover ganhos funcionais com segurança, sem reforçar padrões compensatórios de movimento.
|