Summary: | === Introduction: The aging population increases the demand for long-term care homes for the elderly (LTC's). In Brazil, neuropsychiatric disorders in elders are mentioned as risk factors for institutionalization and are still poorly studied. Objective: To investigate the prevalence and factors associated with depressive symptoms among elderly in public or beneficent LTCs in Belo Horizonte. Methodology: Cross-sectional study with elderly (60 + years) of five LTC's in the city, with at least 50 residents of both sexes. The following items were investigated by questionnaire and medical records: sex, age, education, lifestyle, chronic diseases and medication use. The Mini Mental State Examination Score was used for cognitive assessment. Depressive symptoms were measured by the Geriatric Depression Scale. Assessments of activities of daily living (ADLs) instrumental and basic were measured by Pfeffer and Katz indexes, respectively. The data were inserted into Epi-Info and analyzed in STATA 10. Project approved by the COEP-UFMG. Results: Of 378 residents, only 209 (55.3%) were able to complete the questionnaire and the scales. Of this total, 126 (60.3%) were women and 83 (39.7%) were men, with an average age of 75.9 ± 8.9 years. Depressive symptomatology was found in 34.0% of residents, cognitive deficits in 49.7%, dependence for instrumental ADL's in 82.3% and dependence for basic ADLs in 35.8%. The lower educational level was associated with dependence for instrumental ADLs, and physical inactivity was associated with depressive symptoms and functional dependence. Two hundred (95.6%) elders had some disease: 142 (67.9%) had high blood pressure, 39 (18.7%) diabetes, 42 (20.1%) with a history of cerebrovascular accident, 23 (11.0%) with dementia, 55 (26.3%) depressive disorder, 18 (8.6%) psychotic behavior and two (0.96%) bipolar disorder. A large proportion of elderly people were taking medication for psychiatric disorders: 94 (45.0%) were using antidepressants, 62 (29.7%) antipsychotics, 37 (17.7%) benzodiazepines and 11 (5.3%) mood stabilizers. Conclusion: Particular attention is drawn to the high percentage of depressive symptoms, cognitive impairment and functional dependency, as well as the use of psychiatric medication among residents of LTC's public or beneficent in Belo Horizonte, especially considering that 45% of this group was already unable to participate in the study. === Introdução: O envelhecimento populacional aumenta a demanda por instituições de longa permanência para idosos (ILPIs). No Brasil, transtornos neuropsiquiátricos são apontados como fatores de risco para institucionalização e ainda são pouco estudados. Objetivo: Investigar a prevalência e os fatores associados à sintomatologia depressiva entre idosos em ILPIs públicas ou beneficentes em Belo Horizonte. Metodologia: Estudo transversal com idosos (60 + anos) de cinco ILPIs do município, com pelo menos 50 moradores de ambos os sexos. Foram investigados, por questionário e em prontuários: sexo, idade, escolaridade, hábitos de vida, doenças crônicas e uso de medicamentos. O Mini Exame do Estado Mental foi utilizado para avaliação cognitiva. A sintomatologia depressiva foi aferida pela Escala Geriátrica de Depressão. As avaliações das atividades de vida diária (AVDs) instrumentais e básicas foram aferidas pelos índices de Pfeffer e Katz, respectivamente. Os dados foram inseridos em Epi-Info, e analisados em STATA 10. Projeto aprovado pelo COEP-UFMG. Resultados: Dos 378 moradores, apenas 209 (55,3%) estavam capacitados a responder ao questionário e às escalas. Deste total, 126 (60,3%) eram mulheres e 83 (39,7%) homens, com média de idade igual 75,9 ± 8,9 anos. Sintomatologia depressiva foi encontrada em 34,0% dos moradores, déficit cognitivo em 49,7%, dependência para AVDs instrumentais em 82,3%, e dependência para AVDs básicas em 35,8%. A menor escolaridade foi associada com dependência para AVDs instrumentais, e a inatividade física associou-se com sintomatologia depressiva e com dependência funcional. Duzentos (95,6%) idosos tinham alguma doença: 142 (67,9%) tinham hipertensão arterial, 39 (18,7%) diabetes, 42 (20,1%) com história de acidente cerebrovascular, 23 (11,0%) com quadro demencial, 55 (26,3%) transtorno depressivo, 18 (8,6%) quadros psicóticos e dois (0,96%) transtorno bipolar. Uma grande proporção de idosos fazia uso de medicamento para transtornos psiquiátricos: 94 (45,0%) usavam antidepressivos, 62 (29,7%) antipsicóticos, 37 (17,7%) benzodiazepínicos e 11 (5,3%) estabilizadores de humor. Conclusão: Ressaltam-se os altos percentuais de sintomatologia depressiva, déficit cognitivo e dependência funcional, assim como o de uso de medicação psiquiátrica, entre os moradores das ILPIs públicas ou beneficentes em Belo Horizonte, principalmente se considerarmos que 45% dessa população já se encontrava incapacitada para participar do estudo.
|