O vermelho e o negro: intolerância, construção da identidade nacional e práticas educativas durante o estado novo (1937 1945)

=== This work aims to conduct a study of the relationship between the state of Vargas from 1937 to 1945, a political period known as New State, and the educational practices concerned in this period. These practices, ed ucational related ornot, seemed to have promoted Vargas ideological propaganda...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Felipe Menezes Pinto
Other Authors: Regina Helena Alves da Silva
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2011
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8MJFDE
Description
Summary:=== This work aims to conduct a study of the relationship between the state of Vargas from 1937 to 1945, a political period known as New State, and the educational practices concerned in this period. These practices, ed ucational related ornot, seemed to have promoted Vargas ideological propaganda and to have built a (new) collective national identity. Over the mediations involved in this process of identity construction (rooted in values such as the exaltation of our homeland, nation, family andwork), we can observe manifestations of intolerance, exposing, in fact, relations with the wider context of the era, notably marked by rise of authoritarian regimes founded on the exclusion of some ethnic, religious and political groups. I am interested in how these ideas of intolerance which is recorded in the authoritative discourse were present in theeducational universe experienced by children, particularly in school and after-school supplies, both in textbooks and teaching materials in general as well as in childrens supplements in the Minas Gerais newspapers of the time. By analyzing the authoritative discourse during the New State of Vargas and its manifestations of intolerance, especially those that aim to target the school public throughout school materials such as booklets, I will restrict my view particularly in two groups, namely, the Communists and Blacks. The authoritative discourse, besides to conform the nation in what would be their identity, what it would be proper and essential, also intended to inculcate with what would be stodgy, unhealthy and undesirable. Within these practices and discourses of disqualifying otherness, the school would appear as a place of excellence where the actions of this "sanitary pedagogy" and of this alleged racial purification will develop, a place where the discourse of One Harmonic Brazilian Nation is present and, therefore, a place for intolerance to certain groups.To that extent, as the object of analysis favored the teaching materials for children at the time of the Estado Novo, the central concern of this dissertation will be the pursuit of the path taken in building practices and intolerant discourses through these materials, the symbolic elements involved in this warp, the constructed representations of reality with the children, as well as possible traces of reading, possible that these appropriations were intolerant of this discourse in which they were immersed === Este trabalho tem o objetivo de realizar um estudo das relações existentes entre o Estado getulista dos anos de 1937 a 1945, marco cronológico conhecido como Estado Novo e as práticas educativas concernentes a esse período sejam essas práticas especificamente escolares ou não, no sentido de promover a propaganda ideológica varguista e de se construir uma (nova) identidade nacional coletiva. Ao longo das mediações presentes neste processo de construção de identidade (sedimentada em valores como exaltação da pátria e da nação, família e trabalho) podemos observar manifestações de intolerância, expondo, na realidade, relações com o contexto mais amplo da época, notadamente marcado pela ascensão de regimes autoritários fundados tanto na exclusão como na desqualificação de grupos étnicos, religiosos e políticos. Interessa-me de que maneiras as práticas e ideias de intolerância registradas no discurso autoritário faziam-se presentes no universo educacional vivenciado pelas crianças, principalmente nas fontes escolares e extra-escolares, tanto nas cartilhas e nos materiais didáticos em geral, assim como nos suplementos infantis dos jornais mineiros da época. Ao enveredar por esse discurso autoritário durante o Estado Novo de Getúlio Vargas e suas manifestações de intolerância, principalmente aquelas que objetivam atingir o público escolar através dos materiais didáticos, como as cartilhas, restringirei meu olhar a dois grupos em especial, quais sejam, os comunistas e os negros. O discurso autoritário pretendia, além de conformar a nação daquilo que seria sua identidade, daquilo que lhe seria próprio e essencial, inculcar também aquilo que seria indigesto, insalubre e indesejável. Dentro das práticas e discursos desqualificadores da alteridade, a escola passaria a figurar como espaço por excelência no qual ações dessa pedagogia sanitária e desta pretensa purificação racial irão se desenvolver, lugar onde o discurso do Uno, da Nação brasileira harmônica se faz presente e, por consequência, local de intolerância a determinados grupos. Assim, tendo como objeto de análise privilegiado os materiais didáticos destinados às crianças à época do Estado Novo, a preocupação central desta dissertação será a busca do caminho percorrido na construção de práticas e discursos intolerantes através destes materiais, os elementos simbólicos envolvidos nesta urdidura, as representações da realidade construídas junto às crianças, bem como os possíveis vestígios de leitura, as possíveis apropriações que aquelas faziam deste discurso intolerante no qual estavam imersas