Leishmaniose visceral:: avaliação das repercussões cardiovasculares secundárias à doença e ao tratamento em crianças e adolescentes tratadas com três esquemas terapêuticos

=== Introduction: visceral Leishmaniasis is endemic in all continents and about 90% of cases occur in five countries: Northeast India, Bangladesh, Nepal, Sudan and northeastern Brazil. It is estimated the worldwide prevalence of approximately 12 million cases, with annual mortality of 60,000. The c...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Taiza de Castro Costa Diamantino
Other Authors: Cleonice de Carvalho Coelho Mota
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2010
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8CUE2K
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description === Introduction: visceral Leishmaniasis is endemic in all continents and about 90% of cases occur in five countries: Northeast India, Bangladesh, Nepal, Sudan and northeastern Brazil. It is estimated the worldwide prevalence of approximately 12 million cases, with annual mortality of 60,000. The constant search for better understanding of the disease and better treatments is a lack of detailed analysis about the effects on the cardiovascular system, particularly with the use of the most recent methodologies and accuracy. Objectives: to investigate the VL treatment effectiveness and effects on the cardiovascular system, on children and adolescents, analyzing the changes in chest radiography, electrocardiogram, doppler echocardiogram, Holter and serum troponin I and CK-MB, of three treatments: N-metil glucamin, amphotericin B and the association of the two drugs. Population and Methods: open randomized clinical trial in 78 children aged up to 19 years, conducted from November 2007 to March 2010, at University Hospital Clemente de Faria UNIMONTES. The VL diagnosis was carried out by clinical exam and identification of Leishmania in the mielogram direct exam and/or positive TRALd. It was ineligible for evidence of congenital or acquired cardiopaty prior to the VL. The cure control was based on clinical and hematological criteria during the 12 months follow up. Results: The VL treatment with metilglucamin and the drugs association was highly effective, with cure rates of 100% and 96,3%, respectively - cure rate of amphotericin B as monotherapy: 76%. In 7,4% patients under the use of drugs association there was transitory acute renal failure and fatal hepatic failure. Pericardial effusion of slight to mild was frequent manifestation (78.2%) in these patients, with improvement in the specific treatment. Extrasystoles were frequent (44.9%), with a peak during treatment, regardless of the regimen. The QTc interval prolongation was little expressive during the VL treatment. The QTc and QT interval dispersion was prolonged on about 20% patients at the diagnosis and 27% during the treatment, regardless of the regimen, with significant normalization in the after treatment control. The labile T wave was significantly more frequent at the end of treatment, regardless of the regimen. There was association of malnutrition with prolongation of QTc and QT intervals dispersion and with atrioventricular conduction disturbances. The chest radiography showed no cardiac abnormalities, but was significant for monitoring the VL pulmonary effects and the associated pulmonary infections. The Troponin I and CK-MB enzymes dosage had no change either in the VL or during the treatment. Conclusion: the Metilglucamin and the drugs association were highly effective in the treatment, with lower cure rates with the amphotericin B. There was no clinical or laboratory signs related to cardiovascular side effects in the three treatment regimens. Pericardial effusion and QTc and QT intervals dispersion prolongation have been present since the diagnosis and decreased after the treatment. Extrasystiole and labile T wave increased during the treatment, regardless of the regimen. === Introdução: a leishmaniose visceral (LV) é endêmica em todos os continentes e cerca de 90% dos casos ocorrem em cinco países: Nordeste da Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão e Nordeste do Brasil. Estima-se prevalência mundial de aproximadamente 12 milhões de casos, com mortalidade anual de 60.000. Na busca por melhor compreensão da doença e por melhor tratamento, falta análise mais minuciosa das repercussões sobre o aparelho cardiovascular, principalmente com utilização das metodologias mais recentes e de mais acurácia. Objetivos: investigar a eficácia terapêutica e repercussões, no aparelho cardiovascular, em crianças e adolescentes, da LV e de seu tratamento, analisando as alterações nos exames de radiografia do tórax, eletrocardiograma, ecoDopplercardiograma, Holter e dosagens séricas de troponina I e CK-MB, de três esquemas terapêuticos: antimoniato de N-metil glucamina, desoxicolato de anfotericina B e associação das duas drogas. População e métodos: ensaio clínico aberto randomizado em 78 crianças com idades até 19 anos, de novembro de 2007 a março de 2010, no Hospital Universitário Clemente de Faria UNIMONTES. O diagnóstico foi realizado por exame clínico e identificação de Leishmania em exame direto de mielograma e/ou exame de TRALd positivo. Foi inelegível a evidência de cardiopatia congênita ou adquirida prévia à LV. O controle de cura baseou-se em critérios clínicos e hematológicos durante 12 meses de seguimento. Resultados: o tratamento para LV com N-metil glucamina e com a associação de drogas foi altamente eficaz, com índices de cura de 100 e 96,3%, respectivamente - índice de cura da anfotericina B como monoterapia: 76%. Em 7,4% dos pacientes em uso da associação anfotericina B e N-metil glucamina, constataram-se insuficiência renal aguda transitória e insuficiência hepática fatal e 4,0% dos pacientes com a anfotericina B evoluíram com insuficiência hepática fatal. Derrame pericárdico discreto a leve foi manifestação frequente (78,2%), com melhora no tratamento específico. Extrassístoles foram frequentes (44,9%) ao diagnóstico da doença, acentuando-se durante o tratamento, independentemente do esquema terapêutico. O prolongamento do intervalo QTc foi pouco expressivo durante o tratamento. A dispersão dos intervalos QTc e QT esteve prolongada em cerca de 20% dos pacientes ao diagnóstico e 27% durante o tratamento, independentemente do esquema terapêutico, com significativa normalização nos controles após tratamento. Alterações da repolarização ventricular, caracterizadas pela presença de onda T lábil, foram significativamente mais frequentes ao final do tratamento, independentemente do esquema terapêutico. Houve associação de desnutrição com prolongamento da dispersão dos intervalos QTc e QT e com distúrbios de condução átrio-ventricular. A radiografia de tórax não evidenciou alterações cardíacas, mas foi importante para acompanhamento das repercussões pulmonares da LV e infecções pulmonares associadas. As dosagens das enzimas troponina I e CK-MB não se alteraram na evolução da LV nem durante o tratamento. Conclusão: a metilglucamina e a associação de drogas foram altamente eficazes no tratamento, com índices de cura mais baixos com anfotericina B. Não houve sinais clínicos ou laboratoriais condizentes com efeitos colaterais cardiovasculares nos três esquemas terapêuticos. Derrame pericárdico e prolongamento da dispersão dos intervalos QTc e QT estiveram presentes desde o diagnóstico e reduziram-se após o tratamento. Extrassístoles e onda T lábil aumentaram durante o tratamento, independentemente do esquema terapêutico.
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Objectives: to investigate the VL treatment effectiveness and effects on the cardiovascular system, on children and adolescents, analyzing the changes in chest radiography, electrocardiogram, doppler echocardiogram, Holter and serum troponin I and CK-MB, of three treatments: N-metil glucamin, amphotericin B and the association of the two drugs. Population and Methods: open randomized clinical trial in 78 children aged up to 19 years, conducted from November 2007 to March 2010, at University Hospital Clemente de Faria UNIMONTES. The VL diagnosis was carried out by clinical exam and identification of Leishmania in the mielogram direct exam and/or positive TRALd. It was ineligible for evidence of congenital or acquired cardiopaty prior to the VL. The cure control was based on clinical and hematological criteria during the 12 months follow up. Results: The VL treatment with metilglucamin and the drugs association was highly effective, with cure rates of 100% and 96,3%, respectively - cure rate of amphotericin B as monotherapy: 76%. In 7,4% patients under the use of drugs association there was transitory acute renal failure and fatal hepatic failure. Pericardial effusion of slight to mild was frequent manifestation (78.2%) in these patients, with improvement in the specific treatment. Extrasystoles were frequent (44.9%), with a peak during treatment, regardless of the regimen. The QTc interval prolongation was little expressive during the VL treatment. The QTc and QT interval dispersion was prolonged on about 20% patients at the diagnosis and 27% during the treatment, regardless of the regimen, with significant normalization in the after treatment control. The labile T wave was significantly more frequent at the end of treatment, regardless of the regimen. There was association of malnutrition with prolongation of QTc and QT intervals dispersion and with atrioventricular conduction disturbances. The chest radiography showed no cardiac abnormalities, but was significant for monitoring the VL pulmonary effects and the associated pulmonary infections. The Troponin I and CK-MB enzymes dosage had no change either in the VL or during the treatment. Conclusion: the Metilglucamin and the drugs association were highly effective in the treatment, with lower cure rates with the amphotericin B. There was no clinical or laboratory signs related to cardiovascular side effects in the three treatment regimens. Pericardial effusion and QTc and QT intervals dispersion prolongation have been present since the diagnosis and decreased after the treatment. Extrasystiole and labile T wave increased during the treatment, regardless of the regimen. Introdução: a leishmaniose visceral (LV) é endêmica em todos os continentes e cerca de 90% dos casos ocorrem em cinco países: Nordeste da Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão e Nordeste do Brasil. Estima-se prevalência mundial de aproximadamente 12 milhões de casos, com mortalidade anual de 60.000. Na busca por melhor compreensão da doença e por melhor tratamento, falta análise mais minuciosa das repercussões sobre o aparelho cardiovascular, principalmente com utilização das metodologias mais recentes e de mais acurácia. Objetivos: investigar a eficácia terapêutica e repercussões, no aparelho cardiovascular, em crianças e adolescentes, da LV e de seu tratamento, analisando as alterações nos exames de radiografia do tórax, eletrocardiograma, ecoDopplercardiograma, Holter e dosagens séricas de troponina I e CK-MB, de três esquemas terapêuticos: antimoniato de N-metil glucamina, desoxicolato de anfotericina B e associação das duas drogas. População e métodos: ensaio clínico aberto randomizado em 78 crianças com idades até 19 anos, de novembro de 2007 a março de 2010, no Hospital Universitário Clemente de Faria UNIMONTES. O diagnóstico foi realizado por exame clínico e identificação de Leishmania em exame direto de mielograma e/ou exame de TRALd positivo. Foi inelegível a evidência de cardiopatia congênita ou adquirida prévia à LV. O controle de cura baseou-se em critérios clínicos e hematológicos durante 12 meses de seguimento. Resultados: o tratamento para LV com N-metil glucamina e com a associação de drogas foi altamente eficaz, com índices de cura de 100 e 96,3%, respectivamente - índice de cura da anfotericina B como monoterapia: 76%. Em 7,4% dos pacientes em uso da associação anfotericina B e N-metil glucamina, constataram-se insuficiência renal aguda transitória e insuficiência hepática fatal e 4,0% dos pacientes com a anfotericina B evoluíram com insuficiência hepática fatal. Derrame pericárdico discreto a leve foi manifestação frequente (78,2%), com melhora no tratamento específico. Extrassístoles foram frequentes (44,9%) ao diagnóstico da doença, acentuando-se durante o tratamento, independentemente do esquema terapêutico. O prolongamento do intervalo QTc foi pouco expressivo durante o tratamento. A dispersão dos intervalos QTc e QT esteve prolongada em cerca de 20% dos pacientes ao diagnóstico e 27% durante o tratamento, independentemente do esquema terapêutico, com significativa normalização nos controles após tratamento. Alterações da repolarização ventricular, caracterizadas pela presença de onda T lábil, foram significativamente mais frequentes ao final do tratamento, independentemente do esquema terapêutico. Houve associação de desnutrição com prolongamento da dispersão dos intervalos QTc e QT e com distúrbios de condução átrio-ventricular. A radiografia de tórax não evidenciou alterações cardíacas, mas foi importante para acompanhamento das repercussões pulmonares da LV e infecções pulmonares associadas. As dosagens das enzimas troponina I e CK-MB não se alteraram na evolução da LV nem durante o tratamento. Conclusão: a metilglucamina e a associação de drogas foram altamente eficazes no tratamento, com índices de cura mais baixos com anfotericina B. Não houve sinais clínicos ou laboratoriais condizentes com efeitos colaterais cardiovasculares nos três esquemas terapêuticos. Derrame pericárdico e prolongamento da dispersão dos intervalos QTc e QT estiveram presentes desde o diagnóstico e reduziram-se após o tratamento. 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